Um Homem Furioso (2021)

 

Título original – Wrath of Man

 

Guy Ritchie praticamente que revelou Jason Statham.

Ei-los novamente juntos.

Num regresso de grande nível – na sua parceria e no género noir.

 

“H” é um homem duro, de poucas palavras, que integra os quadros de uma empresa de transporte de valores.

A empresa anda a ser alvo de muitos assaltos e já houve vítimas entre os funcionários.

“H” parece muito interessado no que se está a passar. Porquê?

Conto noir sobre hold-ups e algo mais.

Ora é esse algo mais que traz surpresa na narrativa.

E é admirável a forma como Guy Ritchie nos leva (ao engano) pela fluidez dos acontecimentos e na forma como eles se ligam.

Aliado a esse detalhe (bem engendrado), temos um noir actioner de grande nível e fúria, apoiado no factor surpresa ligado ao protagonista, na ilustração do quotidiano e relações de todos aqueles cashguards e do impacto da violência (bem brutal).

Bom trabalho do elenco, com Jason Statham a usar bem o silêncio viril do seu personagem.

Guy Ritchie está em grande forma, sempre criativo e dinâmico, capaz de criar entusiasmantes set pieces (os assaltos).

Atenção ao confronto no depot – um must de acção, um exemplar momento do género, que merece ser analisado por muito action director.

É o melhor filme de Guy Ritchie desde “Snatch” (2000).

E o melhor filme da colaboração Ritchie/Statham.

 

Noir actioner de grande nível e fúria, como já há muito não se via.

 

Obrigatório.

“Wrath of a Man” é um remake. De um filme francês, de 2004, algo desconhecido. Chama-se “Le Convoyeur” e é uma engenhosa combinação de drama e polar.

Guy Ritchie mantém praticamente todo o argumento do original (incluindo a surpresa) e faz algumas adendas (a profissão do protagonista).

Mas o que muda mesmo é o tom.

Ritchie sai completamente do campo do drama (embora ele exista), envereda exclusivamente pelo noir, dá um tom pleno de fúria, apostando forte na violência (coerente com a narrativa) e na encenação da action (o assalto final), enfatizando mais o lado heróico (embora sem ignorar a dor) do protagonista. Bem surpreendente resulta a forma como Ritchie salta entre o tempo e nos revela a surpresa (aí, o filme original é mais claro).

 

É certo que “Wrath of Man” traz pouco mais que “Le Convoyeur” na área narrativa. Mas em termos de realização, quelle difference!!!

Há muitos méritos em “Le Convoyeur”, mas “Wrath of Man” consegue ser melhor.

“Wrath of Man” está nas nossas salas. Já se move no mundo do streaming nalguns países.

Realizador: Guy Ritchie

Argumentistas: Guy Ritchie, Marn Davies, Ivan Atkinson, a partir do filme escrito por Nicolas Boukhrief, Éric Besnard

Elenco: Jason Statham, Holt McCallany, Josh Hartnett, Jeffrey Donovan, Scott Eastwood, Andy Garcia, Eddie Marsan, Niamh Algar

 

Site – https://www.miramax.com/movie/wrath-of-man/

 

Bilheteira (até agora) – 26 milhões de Dólares (USA); 126 (mundial)

 

Remake de “Le Convoyeur” (2004, já aqui visto), de Nicolas Boukhrief, com Albert Dupontel e Jean Dujardin.

“Le Convoyeur” cedo despertou o interesse de Hollywood no remake. F. Gary Gray e Josef Wladyka chegaram a estar considerados como realizador.

Numa primeira fase de desenvolvimento, Sandra Bullock chegou a estar considerada como protagonista.

 

Quarta colaboração de Jason Statham e Guy Ritchie – “Lock, Stock and Two-Smoking Barrels” (1998), “Snatch” (2000) e “Revolver” (2005).

É o terceiro remake de Ritchie, depois de “Swept Away” (2002)  e “Aladdin” (2019).

Depois de “Revolver”, Guy Ritchie volta a localizar um filme nos USA.

Reencontro entre Jason Statham e Scott Eastwood, depois de “Fast & Furious 8” (2017).

 

Passado em Los Angeles. Teve filmagens locais, mas muitas também em Londres.

Ritchie queria realismo e impacto nas cenas de acção.

 

O poster do filme é o primeiro a mostrar o novo logo da MGM.