Vida e Aventuras de David Copperfield (1935)

 

Título original – The Personal History, Adventures, Experience, & Observation of David Copperfield the Younger

 

“David Copperfield” é uma das grandes obras de Charles Dickens (até era o seu preferido, dos que escreveu).

Claro que o Cinema tinha de o adaptar.

E vem logo pelo patrocínio de um dos maiores produtores do Cinema, e que muito gostava de adaptar (grande) Literatura – David O. Selznick.

 

David Copperfield é um jovem orfão de pai. A mãe volta a casar, mas o homem revela-se um tirano para ambos.

David vai viver com uma tia e aproveita um conjunto de oportunidades.

Jornada de vida de uma criança, depois jovem adulto, perante uma vida cheia de adversidades e ajudas, sortes e azares, amigos e inimigos, Bem e Mal.

Emoção, humor, romance, intriga, personagens excêntricos (o mercador de vinho, a tia), adoráveis (a mãe, a ama, a amiga de infância), tenebrosos (o padrasto e a irmã, o contabilista) e identificáveis (David).

É a (magnífica) prosa de Charles Dickens transformada em magnífico Cinema.

A riqueza humana do emblemático escritor origina um notável universo humano, pleno de personagens, situações e emoções eternas e universais, sempre actuais e capazes de gerar a devida complacência do espectador.

É produção de David O. Selznick.

Portanto, é luxo em todos os planos e grandessíssima qualidade em todas as áreas.

Excelente trabalho de fotografia, cenografia e guarda-roupa.

Admirável e longo elenco, em magníficas prestações.

Freddie Bartholomew (David, ainda criança) é impressionante na sua entrega emocional.

Basil Rathbone repugna com um personagem bem odiável. É um dos seus trabalhos mais impressionantes.

George Cukor não estava aqui em comédias sofisticadas (“The Philadelphia Story”) nem em universos femininos (“Little Women”), mas mostra o quanto sabe tratar bem grandiosas histórias, ricas do ponto de vista humano e emocional.

Poderoso, profundo, romântico, sentimental, edificante, humanista.

Possivelmente, a melhor adaptação cinematográfica do magnífico romance de Charles Dickens.

Ou um sério candidato a ser a melhor adaptação cinematográfica de Charles Dickens ao Cinema. É que a concorrência é forte – “Great Expectations” e “Oliver Twist” (ambos de David Lean – em 1946 e 1948. respectivamente).

 

Obrigatório.

 

“David Copperfield” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados a bom preço.

Realizador: George Cukor

Argumentistas: Hugh Walpole, Howard Estabrook, Lenore J. Coffee (sem crédito), a partir do romance de Charles Dickens (“David Copperfield”)

Elenco: Edna May Oliver, Elizabeth Allan, Freddie Bartholomew, Hugh Walpole, Basil Rathbone, Una O’Connor, Lionel Barrymore, Elsa Lanchester, W.C. Fields, Roland Young, Lewis Stone, Maureen O’Sullivan

 

Trailer

 

Clips

 

Orçamento – 1 milhão de Dólares

Mercado doméstico – 3 milhões de Dólares

 

Nomeado para “Melhor Filme”, nos Oscars 1936. Perdeu para “Mutiny on the Bounty”.

“Top 10 do Ano”, pela National Board of Review 1935.

Nomeado para “Melhor Filme Estrangeiro”, em Veneza 1935. Perdeu para “Ana Karenina” (a versão com Greta Garbo).

Charles Laughton ia ser Micawber, mas saiu de cena ao fim de dois dias de filmagens. W.C. Fields substituiu-o. Ao que parece, Selznick não o achou com a capacidade cómica que o personagem merecia.

Fields era um estudioso de Charles Dickens.

David Niven, Louis Hayward, Bramwell Fletcher, Leslie Fenton, Douglas Walton e Phillips Holmes foram considerados com David em adulto.

Freddie Bartholomew foi descoberto após uma vasta procura nos USA e na Inglaterra. Louis B. Mayer queria Jackie Cooper, mas David O. Selznick queria alguém não-americano. Bartholomew foi para os USA “raptado” por uma tia, pois os pais não queriam que ele viajasse para os States.

É o primeiro filme americano de Freddie Bartholomew.

Freddie Bartholomew tornou-se uma das grandes estrelas juvenis de Hollywood, ao lado de Shirley Temple.

Segundo Freddie Bartholomew, Basil Rathbone tinha receio de como seria visto pelo público devido à sua interpretação. No set, procurou ser sempre simpático, prestável, educado e brincalhão com Bartholomew.

David O. Selznick considerou a possibilidade de dividir o filme em dois, dada a dimensão da história.

No mesmo ano de 1935, o Cinema adapta dois romances de Charles Dickens – “David Copperfield” e “A Tale of Two Cities”. “Por acaso”, ambos produzidos por David O. Selznick e ambos nomeados para “Melhor Filme” nos Oscars.

O filme foi um sucesso de público e crítica.

O The New York Times considera-o como um dos “1000 Greatest Movies Ever Made”.

O American Film Institute tem-no no “Top 100 Greatest American Movies”.

Sobre Charles Dickens:

https://www.charlesdickensinfo.com

https://www.britannica.com/biography/Charles-Dickens-British-novelist

https://www.biography.com/writer/charles-dickens

http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/dickens_charles.shtml

https://www.goodreads.com/author/show/239579.Charles_Dickens

https://www.gettyimages.pt/fotos/charles-dickens?mediatype=photography&phrase=charles%20dickens&sort=mostpopular

 

Charles Dickens em Portugal:

https://relogiodagua.pt/autor/charles-dickens/

 

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