Título original – Pacific Heights
Um suspense sobre um pesadelo para um senhorio.
Dirige um bom realizador para o género, apoiado num óptimo elenco.
Um casal compra e reconstrói um imóvel, alugando alguns dos apartamentos.
Surge um novo e promissor inquilino, pelo que logo se faz negócio.
Mas o homem revela-se uma grande fonte de problemas. Alguns bem mortíferos.
Alugar casa, ser senhorio ou inquilino é sempre um risco.
“Pacific Heights” leva tal situação a um extremo de situações complicadas e de suspense, mas sempre com uma lógica muito plausível dentro dos eventos.
Como é óbvio, as confusões não se ficam apenas por questões legais ou conflitos de vizinhanças, entram (rapidamente) no campo do susto e da perturbação do quotidiano.
Há medo, inquietação, mistério, surpresas.
Tudo é contado de forma coesa e credível, com tensão crescente.
John Schlesinger era um dos pioneiros do free cinema (“Darling”), andou pelo cinema liberal americano (“Midnight Cowboy”), mas sentia-se à vontade dentro do thriller e do suspense (“Marathon Man”).
Ei-lo em boa forma, a contar uma história de forma correcta, tensa e cativante.
Muito boa prestação do elenco, com destaque para um inquietante Michael Keaton (pós o “Batman” de Tim Burton), a seguir a regra de Hitchcock “melhor o vilão, melhor o filme”.
Um óptimo suspense que assenta numa situação plausível e que assusta a ideia de ser senhorio.
Muito recomendável.
“Pacific Heights” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço.
Realizador: John Schlesinger
Argumentista: Daniel Pyne
Elenco: Melanie Griffith, Matthew Modine, Michael Keaton, Mako, Nobu McCarthy, Laurie Metcalf, Carl Lumbly, Dorian Harewood, Luca Bercovici, Tippi Hedren, Jerry Hardin, Dan Hedaya
Trailer
Clips
Melanie Griffith e Matthew Modine sobre o filme
Orçamento – 18 milhões de Dólares
Bilheteira – 29 milhões de Dólares (USA); 44 (mundial)
Foi o primeiro argumento de Daniel Pyne levado ao Cinema. Pyne era argumentista de Televisão.
Numa versão prévia do argumento, o personagem de Michael Keaton era bissexual e assediava sexualmente os personagens de Matthew Modine e Melanie Griffith.
Pyne chegou a alugar um apartamento a um inquilino do qual surgiram (muitas) dificuldades em fazer acção de despejo. O argumento deriva desse evento.
Tippi Hedren e Melanie Griffith são mãe e filha na vida real.
Cameo de John Schlesinger – o homem no elevador do hotel, ao lado de Melanie Griffith.
O argumento indica que o edifício se localiza em Pacific Heights. Mas na realidade está em Potrero Hill, San Francisco, entre a 19th Stret e a Texas Street.
Melanie Griffith não gostou de ter feito o filme e chegou a queixar-se.
A revista “Bravo” colocou “Pacific Heights” na posição #93 dos “The 100 Scariest Movie Moments”.
É um de muitos thrillers de suspense feitos nos 90s, a envolver casais – “Malice” (1993, de Harold Becker, com Nicole Kidman, Alec Baldwin e Bill Pullman), “Deceived” (1991, de Damian Harris, com Goldie Hawn e John Heard), “Shattered” (1991, de Wolfgang Petersen, com Tom Berenger, Greta Scacchi, Bob Hoskins e Joanne Whalley), “Mortal Thoughts” (1991, de Alan Rudolph, com Demi Moore, Glenne Headly e Bruce Willis), “Consenting Adults” (1992, de Alan J. Pakula, com Kevin Kline, Mary Elizabeth Mastrantonio e Kevin Spacey), “Unlawful Entry”(1992, de Jonathan Kaplan, com Kurt Russell, Madeleine Stowe e Ray Liotta), “Presumed Innocent” (1990, de Alan J. Pakula, com Harrison Ford, Raul Julia, Greta Scacchi, Brian Dennehy e Bonnie Bedelia), “Guilty as Sin” (1993, de Sidney Lumet, com Rebecca De Mornay, Don Johnson e Jack Warden), “Sleeping With the Enemy” (1991, de Joseph Ruben, com Julia Roberts, Patrick Bergin e Kevin Anderson), “A Kiss Before Dying” (1991, de James Dearden, com Matt Dillon e Sean Young).