Mais um Long Goodbye em Cinema.
Agora ao grande John Saxon, ilustre actor de culto.
Carmine Orrico nasce no Brooklyn, em Agosto de 1935.
Os seus estudos levam-no à representação, mas chega a trabalhar como modelo.
É descoberto por Henry Willson (que já tinha descoberto Rock Hudson). Wilson muda Carmine Orrico para John Saxon. E aos 16 anos tudo muda.
Saxon começa no Cinema (ainda que sem crédito) em em boa companhia – “It Should Happen to You” (1954, de George Cukor, com Judy Holliday, Jack Lemmon, Peter Lawford) e “A Star Is Born” (1954, de George Cukor, com Judy Garland, James Mason).
Saxon estreia-se em Televisão na série “Medic” (1954, protagonizada por Richard Boone).
“Running Wild” (1955) já põe o seu nome no genérico de um filme, conseguindo atenções.
“The Unguarded Moment” (1956, ao lado de Esther Williams), “Rock, Pretty Baby!” (1956), “Summer Love” (1957), “This Happy Feeling” (1958, de Blake Edwards, com Debbie Reynolds e Curd Jurgens), “The Reluctant Debutante” (1958, de Vincente Minelli, com Rex Harrison), “The Restless Years” (1958, com Sandra Dee), “The Big Fisherman” (1959, com Howard Keel) já colocam Saxon entre os três primeiros nomes do genérico.
A década de 60 continua a afirmá-lo, em títulos onde se rodeia de grandes actores e realizadores – “The Unforgiven” (1960, de John Huston, com Burt Lancaster, Audrey Hepburn, Audie Murphy, Charles Bickford, Lillian Gish), “Portrait in Black” (1960, com Lana Turner e Anthony Quinn), “Mr. Hobbs Takes a Vacation” (1962, com James Stewart e Maureen O`Hara), “The Cardinal” (1963, de Otto Preminger), “The Appaloosa” (1966, com Marlon Brando), “Death of a Gunfighter” (1969, com Richard Widmark).
Ao longo dos 60, passagem também pela Televisão (“Burke`s Law”, “Bob Hope Presents the Chrysler Theatre”, “Dr. Kildare”, “Bonanza”, “The Virginian”, “Ironside”, “Gunsmoke”).
Passagem por Itália (país por onde filmará muito nos 70s e 80s), e logo com um grande cineasta (Mario Bava), para um culto cultíssimo – “La Ragazza che Sapeva Troppo” (1963).
Os 70s mantêm-no activo em Televisão (“The Night Galley”, “Kung Fu”, “The Streets of San Francisco”, “The Rockford Files”, “Starsky and Hutch, Wonder Woman”, “The Bionic Woman”, “The Six Million Dollar Man”).
Três bons momentos no grande ecran – “Joe Kidd” (1972, com Clint Eastwood e Robert Duvall), o emblemático “Enter The Dragon” (1973, com Bruce Lee) e o influente “Black Christmas” (1974 – já teve dois remakes).
Itália parece ser o país onde Saxon consegue ser protagonista e estrela – “La Legge Violenta della Squadra Anticrimine” (1976), “Napoli Violenta” (1976, com Maurizio Merli, uma grande estrela para o actioner policial da época), “Italia a Mano Armata” (1976, também com Merli), “Il Cinico, L’Infame, Il Violento” (1977, novamente com Merli).
De volta aos USA ainda encontra espaço para dois filmes de relevo – “Fast Company” (1979, o que lhe permite trabalhar com um grande cineasta on the rise – David Cronenberg) e “The Electric Horseman” (1979, de Sydney Pollack, com Robert Redford e Jane Fonda).
Os 80s abrem com mais um grande cult movie – “Battle Beyond the Stars” (1980, ao lado de outros veteranos como Robert Vaughn e George Peppard), um rip-off sci-fi de “The Magnificent Seven”, à Roger Corman.
Saxon divide-se entre Cinema e Televisão (“Magnum, P.I.”, “Dynasty”, “Falcon Crest”, “The A-Team”), entre Itália e USA. Quase sempre em produções B e Z, de terror e acção.
Mas ainda o podemos ver com grandes (“Wrong Is Right”, em 1982, de Richard Brooks, com Sean Connery) e em cult movies (“Tenebre”, em 1982, de Dario Argento; o emblemático “A Nightmare on Elm Street”, em 1984, de Wes Craven – Saxon regressaria nos episódio 3 e 7).
Por ser um nome de culto, Quentin Tarantino (grande nerd, sempre atento a estas coisas) chama-o para uma pequena presença em “From Dusk Till Dawn ” (1996).
John era fluente em Italiano, o que muito o ajudou na carreira em Itália.
Era cinturão negro em karate.
Era amigo de Bruce Lee, que era o seu instructor.
Estreou-se na realização com “Death House” (1988), sendo a sua única incursão em tal função.
Era mentor e amigo de Heather Langenkamp (a primeira protagonista de “A Nightmare on Elm Street” – tal como Saxon, esteve nos episódios 1, 3 e 7).
John Saxon trabalhou com grandes e soube estar à altura.
John Saxon sabia ser herói e vilão, sempre com convicção.
John Saxon trabalhou em diversos géneros.
John Saxon tem o seu (bom) nome ligado a muito Cult Movie.
E isto chega para se ficar na História do Cinema.
So Long, John.
Fica muito cult movie para os nerds (e, felizmente, somos muitos).
Evocação
Trailers de alguns dos seus filmes
Running Wild
The Unguarded Moment
The Reluctant Debutante
The Unforgiven
Portrait in Black
Mr. Hobbs Takes a Vacation
The Cardinal
The Appaloosa
Death of a Gunfighter
La Ragazza che Sapeva Troppo
Joe Kidd
Enter The Dragon
Black Christmas
Napoli Violenta
Il Cinico, L’Infame, Il Violento
Fast Company
Battle Beyond the Stars
Tenebrae
Prisoners of the Lost Universe
A Nightmare on Elm Street
A Nightmare on Elm Street 3
New Nightmare on Elm Street
Uma entrevista