Regresso do aclamado Sam Mendes, num dos mais prestigiados filmes do ano.
Primeira Guerra Mundial.
Dois jovens soldados são incumbidos de uma missão quase impossível – devem penetrar em território inimigo e entregar uma mensagem que irá evitar que 1600 camaradas seus (onde está o irmão de um dos “salvadores”) caiam numa armadilha.
“Reportagem” de uma missão suicida, retrato do esforço individual e colectivo num conflito bélico, suvival movie em cenário de guerra, ilustração de uma brava camaradagem e uma emotiva entrega.
É tudo isto que Sam Mendes consegue, mostrando um heróico exercício de one-shot. Há momentos para o sentimentalismo (as conversas entre os dois camaradas, o encontro de um deles com uma civil), impacto (o salvamento a um inimigo e o que se segue), espectáculo (o “ataque” de um avião) e coragem (as “corridas” do protagonista).
Mendes “mergulha-nos” (às vezes, literalmente) no cenário de guerra e sobrevivência, mas no desespero físico e psicológico dos protagonistas.
Bonita música de Thomas Newman (um habitual de Mendes).
Excelente fotografia do grande Roger Deakins (também já com curriculum junto de Mendes).
Impecável montagem (de Lee Smith, um habitual de Christopher Nolan) e rigorosa cenografia (de Dennis Gassner, outro habitual de Nolan).
Muito boa prestação do elenco. Os nomes mais sonantes “limitam-se” a pequenas (mas pertinentes) aparições. O duo protagonista é de uma admirável naturalidade, mostrando óptima química e convicção na entrega física.
Um bravo exercício de estilo cinematográfico, que tanto pasma por tal como entretém, sendo também uma sentida homenagem a todos os bravos daquele conflito e um manifesto anti-guerra.
Um dos melhores filmes de 2020.
Obrigatório.
“1917” está nas nossas salas.
Realizador: Sam Mendes
Argumentistas: Sam Mendes, Krysty Wilson-Cairns
Elenco: Dean-Charles Chapman, George MacKay, Daniel Mays, Benedict Cumberbatch, Colin Firth, Mark Strong, Andrew Scott
Site – https://www.1917.movie/?redirect=off
Orçamento – 100 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 132 milhões de Dólares (USA); 287 (mundial)
“Melhor Filme – Drama”, “Melhor Realizador”, nos Globos de Ouro 2020.
“Melhor Fotografia”, “Melhores Efeitos Visuais”, “Melhor Som”, nos Oscars 2020. Esteve nomeado para “Melhor Filme” (perdeu para “Parasite”), “Melhor Realizador” (Sam Mendes perdeu para Bong Joon-Ho em “Parasite”), “Melhor Argumento Original” (perdeu para “Parasite”), “Melhor Caracterização” (perdeu para “Bombshell”), “Melhor Cenografia” (perdeu para “Once Upon a Time in Hollywood”), “Melhor Música” (perdeu para “Joker”), “Melhores Efeitos de Som” (perdeu para “Ford v Ferrari”).
“Melhor Filme”, “Melhor Filme Britânico”, “Melhor Realizador”, “Melhor Fotografia”, “Melhor Cenografia”, “Melhores Efeitos Visuais”, “Melhor Som”, nos BAFTA 2020.
“Filme do Ano”, nos AFI 2020.
“Melhor Fotografia”, “Melhor Música”, pelos críticos de Atlanta 2019.
“Melhor Fotografia”, pelos críticos de Ohio 2020, Chicago 2019, Florida 2019, Las Vegas 2019, Nevada 2019, North Carolina 2020, Phoenix 2020, San Francisco 2019, Seattle 2019, Washington 2019.
“Melhor Filme”, “Melhor Realizador”, “Melhor Fotografia”, “Melhor Música”, pelos críticos de Dallas 2019.
“Melhor Filme”, “Melhor Realizador”, “Melhor Fotografia”, pelos críticos de Kansas City 2019.
“Top 10 do Ano”, pela National Board of Review 2019.
“Top 10 do Ano”, “Melhor Fotografia”, pelos críticos de Nova Iorque 2019.
Sam Mendes inspirou-se na memórias do seu avô, combatente na Primeira Guerra Mundial, escritas no livro “The Autobiography of Alfred H. Mendes 1897-1991”.
É o primeiro filme de Mendes como argumentista.
Regresso de Mendes ao universo da guerra, depois de “Jarhead” (2005; aqui sobre o conflito no Médio-Oriente).
Tom Holland ia participar, mas teve de recusar por conflitos de agenda.
Reencontro entre Benedict Cumberbatch, Mark Strong e Colin Firth, depois de “Tinker Tailor Soldier Spy” (2011).
Reencontro entre Benedict Cumberbatch e Andrew Scott, depois da série “Sherlock”.
Reencontro entre Mark Strong e Colin Firth, depois do dupleto “Kingsman”.
Reencontro entre Sam Mendes e Roger Deakins, depois de “Skyfall” (2012) e “Revolutionary Road” (2008).
Todo o elenco foi alvo de um treino militar. Um ex-paraquedista, com vasto curriculum em missões de combate, foi conselheiro técnico no filme.
A cenografia seguiu o aconselhamento técnico de um historiador perito na área onde o filme se move.
Foram criados cerca de 1.5 Km de trincheiras.
Filmado na Escócia (Wiltshire, Hankley Common e Govan) e nos estúdios Shepperton.
Segundo filme de Mendes em IMAX, depois de “Skyfall” (2012).
Filmado com câmaras ALEXA Mini LF.
Filmado com o intuito de criar a ideia de ser em plano único e contínuo. Mendes já tinha feito algo assim no prólogo de “Spectre” (2015).
Mendes pretende homenagear o seu avô e o sacrifico e entrega de todos os homens que combateram no conflito.