Título original – The Outfit
Depois do referencial “Point Blank” (1967) e do eficaz “The Split” (1968), eis novamente o Cinema a perseguir Richard Stark (ou Donald Westlake) e o seu Parker.
Novamente com óptimos actores em cena.
Earl Macklin, ladrão saído da prisão, descobre que o irmão foi morto pela Máfia.
Como vingança, Macklin começa a roubar vários locais dos seus antigos empregadores.
Estes movem uma perseguição a Macklin, mas este dá luta. Bem violenta.
Duro gangster noir, na melhor tradição do género, com a devida adaptação à modernidade.
Jornada violenta de um homem violento, que muito perde com o início da sua cruzada e tudo perde com o seu final.
Aliado à trama criminal clássica (um gangster a quer vingar-se da organização que o traiu), a narrativa traz algo de emocional (o protagonista move-se pela memória do irmão, a love story entre protagonista e a sua amada, a amizade entre o protagonista e o seu aliado).
John Flynn dirige com garra, na melhor senda dos mestres do género – Robert Aldrich, Samuel Fuller, Don Siegel, Sam Peckinpah.
Robert Duvall, Joe Don Baker e Karen Black dominam, com atitude a preceito.
Um pequeno clássico do género.
Uma pequena preciosidade da época, onde o género teve momentos altos.
Recomendável.
“The Outfit” não tem edição portuguesa, mas pode ser encontrado noutros mercados, a bom preço.
Realizador: John Flynn
Argumentista: John Flynn, a partir do romance (“The Outfit”) de Richard Stark (pseudónimo de Donald E. Westlake)
Elenco: Robert Duvall, Karen Black, Joe Don Baker, Robert Ryan, Timothy Carey, Richard Jaeckel, Sheree North, Felice Orlandi, Marie Windsor, Jane Greer, Joanna Cassidy, Elisha Cook Jr., Bill McKinney
Trailer
O score de Jerry Fielding
Brian Garfield (outro popular escritor de noir – “Death Wish”, que originou o igualmente popular filme com Charles Bronson) escreveu numa intro de uma reedição do livro de Stark/Westlake, que “The Outfit” iria ser um filme passado nos 40s (daí a presença de veteranos como Elisha Cook Jr., Richard Jaeckel, Marie Windsor e Jane Greer). Mas o estúdio deu conta que tal seria dispendioso, pelo que pediu que o argumento fosse adaptado à modernidade.
Karen Black obrigou a que as filmagens se adaptassem à sua vida – a actriz tinha casado recentemente e ia de lua-de-mel.
Reencontro entre Marie Windsor e Elisha Cook Jr., depois de “The Killing” (1956, de Stanley Kubrick, com Sterling Hayden).
Segundo filme onde Duvall é protagonista, depois de “Badge 373” (1973).
Primeiro filme de Joanna Cassidy.
É o primeiro argumento de John Flynn.
Cameos:
Anita O’Day (cantora) – canta “Your Guess is as Good as Mine”.
Tony Trabert (tenista).
Army Archerd (jornalista do “Variety”).
Carl Eller (jogador de american football)
Archie Moore (boxeur).
Fez parte da selecção do Quentin Tarantino Film Fest, em Austin 1996.
Parker é uma das mais brilhantes criações de Donald Westlake (um dos grandes nomes da literatura hard-boiled), criado sob o pseudónimo de Richard Stark.
O cinema já o adaptou:
- “Point Blank” (1967) – referencial título do neo-noir, assinado com muita classe por John Boorman, com um impecável (e implacável) Lee Marvin.
- “The Split” (1968)- , eficaz actioner noir, com Jim Brown.
- “The Outfit” (1973) – vibrante título, vigorosamente assinado por John Flynn, com Robert Duvall.
- “Payback” (1999) – notável e estilizado neo-noir, realizado por Brian Helgeland, com um estupendamente violento Mel Gibson, num título de montagem complicada(teve direito a um pouco convencional theatrical cut e a um transgressor director`s cut).
- “Parker” (2013) – muito eficaz action noir, de Taylor Hackford, com Jason Statham.
Os cinco títulos são (bem) merecedores de (re)descoberta.
Westlake nunca permitiu que as adaptações cinematográficas usassem o nome Parker, a não ser que os produtores se comprometessem com uma saga (era assim que acontecia nos livros).
Só com Statham é que o personagem (cinematográfico) se chamou Parker. Com Marvin chamou-se Walker, com Brown chamou-se McClain, com Duvall chamou-se Macklin, com Gibson chamou-se Porter.
“Parker” usou o romance “Flashfire”. O mesmo conto (“The Hunter”) inspirou “Point Blank” e “Payback”. “The Seventh” foi a fonte para “The Split”. “The Outfit” inspirou o homónimo filme. Um dos romances (“The Jugger”) foi “adaptado” por Jean-Luc Goddard em 1966, com o filme “Made in U.S.A.”. Mas como os responsáveis não compraram direitos a Westlake, este conseguiu que o filme fosse interdito de estreia em diversos países.
Westlake faleceu em 2008 e os seus herdeiros autorizaram o uso do nome Parker.
Parker teve direito a adaptações como graphic novels. Foi pela (excelente) mão de Darwyn Cooke. Esta saga de bd está editada em Portugal.
https://www.goodreads.com/series/54156-parker-graphic-novels
https://www.idwpublishing.com/product-category/richard-starks-parker/
https://www.subtraction.com/2014/07/01/darwyn-cookes-adaptation-of-parker/
Sobre Parker e Donald Westlake/Richard Stark:
http://violentworldofparker.com/
http://www.thrillingdetective.com/parker.html
http://www.donaldwestlake.com/
https://www.goodreads.com/author/show/13634.Richard_Stark
https://www.fantasticfiction.com/s/richard-stark/
https://www.bookseriesinorder.com/richard-stark/
https://www.goodreads.com/author/show/30953.Donald_E_Westlake
https://www.bookseriesinorder.com/donald-e-westlake/
https://www.fantasticfiction.com/w/donald-e-westlake/
http://www.thrillingdetective.com/trivia/westlake.html