Projeto Gemini (2019)

 

Título original – Gemini Man

 

Jerry Bruckheimer, que já foi o mais poderoso produtor de Hollywood (“Beverly Hills Cop”, “Top Gun”, “The Rock”, “Gone in 60 Seconds”, “Pirates of the Caribbean”), regressa ao blockbuster de grande action & spectacle.

Ang Lee é um talentoso realizador, que procura sempre qualidade (“Sense and Sensibility”), arte (“Crouching Tiger, Hidden Dragon”) e entretenimento (“Hulk”).

Will Smith, outrora uma das grandes movie stars dos 90s, procura reencontrar a glória perdida.

Eis um filme que os junta.

 

Henry Brogan é um ex-assassino de elite.

Subitamente vê-se perseguido por um outro assassino, bem dotado de estratégias e capacidades.

Henry descobre que o seu atacante é um clone de si próprio, enquanto jovem.

Mas porquê? Organizado por quem?

O tema do hitman cansado e com consciência já é conhecido (“The Killer”).

O tema do operacional a ser perseguido pelo sistema para o qual trabalhou já é uma tradição (“Three Days of the Condor”, “Shooter”).

A ideia de um hitman se confrontar consigo próprio em versão mais jovem já deu bons resultados (“Looper”).

“Gemini Man” pega em todos estes temas e procura alguma frescura (o uso de modernos efeitos visuais de performance capture que permitem que o mesmo actor se interprete em diversas fases etárias), espectáculo (é uma produção de Jerry Bruckheimer) e qualidade (o bom elenco e o prestígio do realizador).

Tudo resulta numa enésima história sobre o hitman cansado de morte, em busca de vida sossegada, perseguido pelo sistema, agora através do seu younger self.

A história é igual a tantas de filmes semelhantes.

É interessante a ideia do protagonista (em fase “velha”) querer salvar o seu clone e dar-lhe as oportunidades que a sua old version não teve. É uma estimável tentativa dramático-emocional, mas que fica muito superficial.

Os efeitos visuais são competentes, mas nada de novo ou extraordinário oferecem e mostram (actores rejuvenescidos ou envelhecidos já se viu em diversos Marvel Movies, com a expectativa em alta no novo filme de Martin Scorsese).

Nada de estonteante em matéria de action, sendo o filme até bastante “chato” nessa matéria. Sobra a louca perseguição motorizada.

 

Nota altíssima para a magnífica fotografia – limpa, cristalina, viva, definida.

Ang Lee mostra que se está a divertir com os bons meios de produção e efeitos visuais, mostrando gosto em fazer “exibicionismo” (as lutas e perseguições com recurso a plano-sequência).

Mas já o vimos (bem) melhor noutros títulos (igualmente superiores), seja com (muita) acção (“Crouching Tiger, Hidden Dragon”) ou com (muitos) efeitos visuais (“Hulk”).

Performance aceitável do elenco.

Will Smith empenha-se nos dois registos etários do mesmo personagem.

Um action thriller rotineiro, com ideias interessantes, mas que não sabe resolver o seu potencial, limitando apenas a explorar (sem grande poder de pasmo ou espectáculo) o lado visual e tecnológico.

 

Vê-se bem.

 

“Gemini Man” ainda está nas nossas salas. Nalguns países já está a caminho do mercado doméstico.

Realizador: Ang Lee

Argumentistas: David Benioff, Billy Ray, Darren Lemke

Elenco: Will Smith, Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen, Benedict Wong

 

Site – http://skydance.com/film/gemini-man/

 

Orçamento – 138 milhões de Dólares

Bilheteira (até agora) – 48 milhões de Dólares (USA); 171 (mundial)

 

Tony Scott, Joe Carnahan e Curtis Hanson chegaram a estar indigitados como realizadores, nos 90s. Mas os efeitos visuais ainda não permitiam as ideias que o argumento aborda. Na época, o projecto estava na Disney.
Harrison Ford, Chris O`Donnell, Tom Cruise, Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone, Clint Eastwood e Mel Gibson chegaram a estar pensados como protagonistas.

Reencontro entre Will Smith e Jerry Bruckheimer, depois de “Enemy of the State” (1998) e dos dois “Bad Boys” (1995 e 2003).

Reencontro entre Clive Owen e Jerry Bruckheimer, depois de “King Arthur” (2004).

Mary Elizabeth Winstead derrotou as candidaturas de Tatiana Maslany e Elizabeth Debicki.

É a primeira produção de Jerry Bruckheimer para a Paramount Pictures, desde “Days of Thunder” (1990).

Will Smith continua activo no género da Sci-Fi – “Independence Day” (1996), “Men in Black” (1997), “Wild Wild West” (1999), “I, Robot” (2004), “Hancock” (2008) e “After Earth” (2013).

Will Smith, actualmente com 52 anos, interpreta também a sua versão com 23 anos. A versão mais jovem é toda criada por efeitos digitais, com recurso à performance capture.

Filmado em 4K 3D, a 120 imagens/segundo.

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