Título original – Lost Command
Qualquer conflito militar acaba por ser inspirador para um filme.
Os conflitos na Indochina e na Argélia foram momentos delicados na História da França.
Eis um filme sobre tal.
1954, Indochina.
O regimento de paraquedistas do Coronel Pierre-Noel Raspeguy consegue uma vitória em Dien Bien Phu.
Homem de combate, Raspeguy anseia por uma nova missão.
Ela surge na Argélia, no sentido de travar uns movimentos independentistas.
A missão vai-se revelar decisiva e definitiva para a sua carreira e na relação que tem os seus oficiais mais directos.
Drama bélico, menos sobre men in war e mais sobre men of war.
O filme transmite algo de anti-guerra, mas o centro da narrativa é mesmo a essência de homens cujo espírito só se sente vivo no terreno do conflito.
Mark Robson equilibra drama e acção militar, conseguindo cenas de combate de bom nível de espectáculo e realismo, antecipando algum do impacto que o género tem hoje (“Saving Private Ryan”, “We Were Soldiers”, “Hacksaw Ridge”).
Boa prestação do elenco.
Um exemplo competente de como fazer entretenimento, realismo sobre a guerra e a sua futilidade.
Recomendável.
“Lost Command” não tem edição portuguesa. Algumas edições europeias têm legendas em Português e andam a bom preço.
Realizador: Mark Robson
Argumentista: Nelson Gidding, baseado no romance de Jean Lartéguy
Elenco: Anthony Quinn, Alain Delon, George Segal, Michèle Morgan, Maurice Ronet, Claudia Cardinale, Jean Servais
Trailer
Mercado doméstico – 1.1 milhões de Dólares
Mais de 4 milhões de espectadores em França
Mark Robson comprou os direitos do livro através da sua companhia de produção Red Lion. Nelson Gidding foi chamado para escrever o argumento, pois já tinha trabalhado com Robson em “Nine Hours to Rama” (1963).
Robson adiou o início das filmagens por um ano, tudo para ter a certeza de conseguir ter Anthony Quinn como protagonista.
Horst Buchholtz queria o personagem que foi entregue a Alain Delon.
Marcello Mastroianni era a principal escolha de Robson para o personagem que seria entregue a Maurice Ronet.
A produção iniciou-se com o título “The Centurions”.
Filmado em Espanha.
O filme teve o apoio do exército espanhol. Muitos dos seus operacionais participaram como extras nas cenas de batalha.
Até “The Lost Command” foram ponderados títulos como “From Indo-China to the Gates of Algiers” e “Not For Honor and Glory”.
Quinn foi considerado demasiado velho para o personagem.
O personagem de Quinn é inspirado em Marcel Bigeard, o comandante das tropas francesas na Indochina, tendo comandado a unidade que daria origem ao 6º Regimento de Paraquedistas.
O filme estreou em França cheio de cortes. O cut integral só foi visto em 2002, com a edição em DVD.
O livro teve uma sequela (“The Praetorians”). Robson também comprou os direitos dela, no sentido de uma adaptação cinematográfica. Tal nunca aconteceu. O flop de “The Lost Command” pode ser uma explicação.