Mais um Long Goodbye em Cinema.
Agora a Robert Forster, nome lendário do Cinema B e Z dos 70s.
Robert Wallace Foster, Jr. nasce em Rochester, Nova York, a Julho de 1941.
Trabalha na sua infância e adolescência com elefantes (ajudava em treino) e como ajudante de pastelaria.
A sua vida estudantil na Rochester’s Madison High School leva-o a interessar-se pela representação.
Ingressa na faculdade, ganha uma bolsa de estudos e licencia-se em Psicologia.
Faz um curso no teatro de Rochester e participa num par de peças.
Muda-se para Nova Iorque e consegue trabalho nalgumas peças, mas de repente esgotam-se as ofertas. Forster regressa a Rochester e trabalha como professor e até na construção civil.
Um dia, um agente da 20th Century-Fox contacta-o e oferece-lhe um contrato para cinco filmes.
“Reflections in a Golden Eye“ (1967) é a sua estreia e não podia ter melhor companhia – John Huston na realização, Elizabeth Taylor e Marlon Brando como companheiros de elenco.
“The Stalking Moon” (1968) segue-se, novamente em óptima companhia – Robert Mulligan, Gregory Peck e Eva Marie Saint.
As oportunidades sucedem-se, tanto em Cinema como em Televisão (onde é protagonista de “Banyon”, de 1971 a 1973).
“The Black Hole” (1979) é uma sci-fi bastante negra produzida pela Disney e Forster protagoniza (mostrando bom jeito como action hero) ao lado de gente ilustre (Maximilian Schell, Anthony Perkins, Yvette Mimieux, Ernest Borgnine).
“Vigilante” (1982) junta-se à moda dos “filmes-vigilante” e volta a mostrar Forster como um actor capaz de transmitir emotividade e heroísmo.
O seu percurso continua nos dois ecrans, em títulos B/Z (“Alligator”) e como guest star em séries populares (“Magnum, P.I.”).
“Delta Force” (1986) mostra-o como bad guy (terrorista islâmico) e confronta-o com Chuck Norris (que irá reencontrar num episódio de “Walker, Texas Ranger”) e Lee Marvin.
As ofertas continuam, mas sempre no campo B/Z e televisivo.
Forster decide abrandar na sua carreira e ser professor em escolas de representação.
Em 1997 a sorte de Forster muda. Quentin Tarantino, grande guru do Cinema dos 70s e fã do actor, chama-o para ser o co-protagonista de “Jackie Brown” (protagonizado por Pam Grier, a grande Queen da Blaxploitation dos 70s). Forster ganha uma nomeação para o Oscar.
Tal performance dá mais visibilidade ao actor e vemo-lo em produções de maior orçamento e ambição – “Psycho (1998; o remake do clássico de Hitchcock), “Mulholland Drive” (telefilme e filme, em 1999 e 2001, ambos de David Lynch), “Supernova” (2000, de Walter Hill), “Me, Myself & Irene” (2000, com Jim Carrey), “Charlie’s Angels: Full Throttle” (2003), “Firewall” (2006, com Harrison Ford), “Lucky Number Slevin” (2006), “The Descendants” (2011, com George Clooney), “Olympus Has Fallen” (2013), “London Has Fallen” (2016).
O seu último filme foi “El Camino: A Breaking Bad Movie” (o prolongamento cinematográfico da popular série “Breaking Bad”).
Tentou participar em “True Romance” (1993, de Tony Scott, a partir de um argumento de Tarantino), mas Christopher Walken foi preferido.
Um dia disse “You’ve got to have a good attitude. Accept all things, deliver excellence to whatever is offered, give it your best shot. And never quit. It’s not over ‘til it’s over“.
Robert Forster mostrou que o Cinema B/Z não é isento de talento.
Forster mostrou talento e força de vontade em fazer sempre melhor e evoluir.
Conseguiu.
So Long, Bob.
Fica uma carreira capaz, digna e plena de afirmação.
Evocação:
Trailers de alguns dos seus filmes:
Reflections in a Golden Eye
The Stalking Moon
The Don Is Dead
The Black Hole
Alligator
Vigilante
Delta Force
The Banker
Jackie Brown
“El Camino: A Breaking Bad Movie”