Título original – Meteor
Os 70s são um prodígio de cinema-catástrofe.
Eis um exemplo simpático.
Como sempre no género, com uma situação (bem) possível.
(até porque já aconteceu)
Um meteoro está em rota de colisão com a Terra.
Cientistas dos USA e URSS têm de juntar esforços e salvar o mundo.
Mas é preciso que a as entidades políticas e militares assumam o poderio nuclear que têm.
Lembram-se de “Armageddon” (1998)?
Eis o seu “papá”.
Drama catastrófico sobre um terror que paira eternamente sobre a Terra (já aconteceu nos primórdios do planeta – o que levou à extinção dos dinossauros) – a colisão com um meteoro.
Estão presentes todos os arquétipos do género – a ameaça, debate científico e político, diversas catástrofes, a solução.
O que diverte mais é a confusão política (russos e americanos a terem de se entender e fazerem parceria para salvar o planeta) e a paranóia militar (a solução passa pelo uso combinado de umas armas nucleares ofensivas, que nenhum país reconhece ter).
Efeitos visuais capazes para a época, mas algo toscos hoje em dia.
Sean Connery com carisma para ser cientista, líder e herói, sem negligenciar as suas capacidades sedutoras.
Martin Landau entrega fúria como um militar militarista e patriótico.
Natalie Wood é sempre um miminho. E que sexy que ela fica a falar russo.
Ronald Neame já tinha mostrado que percebia de catástrofes (“The Poseidon Adventure” ainda é uma referência) e aqui dá mais uma prova.
Um agradável disaster movie, devidamente credível.
Vê-se muito bem.
“Meteor” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço.
Realizador: Ronald Neame
Argumentistas: Stanley Mann, Edmund H. North
Elenco: Sean Connery, Natalie Wood, Karl Malden, Brian Keith, Martin Landau, Trevor Howard, Richard Dysart, Henry Fonda, Joseph Campanella
Trailer
Filme
Orçamento – 16 milhões de Dólares
Bilheteira – 8.4 Milhões de Dólares
Mercado doméstico – 4.2 milhões de Dólares
Nomeado para “Melhor Som”, nos Oscars 1980. Perdeu para “Apocalypse Now”.
O argumento inspira-se no “Project Icarus”, feito em 1967 pelo MIT. O projecto visava criar uma rede de mísseis nucleares, prontos a serem usados contra algum meteoro que estivesse em rota de colisão com a Terra.
Laurence Rosenthal substituiu John Williams na criação da música.
Brian Keith substituiu Donald Pleasence. Foi uma escolha à última da hora.
Natalie Wood aceitou fazer o filme apenas pela alegria em falar russo.
Natalie falava fluentemente russo, pois os seus pais eram imigrantes russos. Natalie tinha como nome verdadeiro Natalia Nikolaevna Zakharenko. Keith também sabia falar russo.
Sir John Mills, Sir Alec Guinness, Sir Ralph Richardson, Sir John Gielgud, Michael Hordern, Harry Andrews, Peter Cushing, Kenneth More, Anthony Quayle, Gordon Jackson e Ian Bannen – todos foram considerados para o personagem entregue a Trevor Howard.
Reencontro entre Karl Malden, Keith e Martin Landau, depois de “Nevada Smith” (1966; o protagonista era Steve McQueen).
Connery tinha contracenado com a irmã de Natalie, Lana Wood, em “Diamonds Are Forever”(1971, o seu último filme como James Bond).
Henry Fonda filmou as suas cenas em dois dias.
As filmagens pararam por dois dias, devido a problemas respiratórios de Connery, devido à cena com a lama.
Muitas equipas de efeitos visuais foram despedidas por não conseguirem criar material suficientemente bom dados os meios. A equipa que ficou teve de fazer o que lhe foi possível com os meios que dispôs.
Cameo de Ronald Neame – o diplomata inglês na ONU.
É um dos últimos filmes da American International Pictures. Devido ao flop de “Meteor”, a AIP começou a entrar em falência.
Alguma da footage da cena da avalanche foi usada no filme… “Avalanche” (1978).
A Marvel editou uma adaptação do filme aos comics. Escrito por Ralph Macchio, tinha no desenho Gene Colan e Tom Palmer. Foi no “Marvel Super Special #14”.
Muitas das ideias narrativas de “Meteor” foram usadas em “Armageddon” (1998) e “Deep Impact” (1998).