Título original – Guilty as Sin
Sexy duo protagonista, em duelo de tribunal, dirigido por um perito do género.
Um advogada jovem e ambiciosa, plena de sucessos no seu curriculum, toma conta de um caso desafiante.
O cliente é um homem, manipulador e sedutor de mulheres, que está acusado de ter morto a esposa.
O problema é que ele matou-a mesmo. O seu engenho está em usar as regras do sistema e a habilidade da advogada para ser ilibado.
A advogada procura uma saída.
Filme-tribunal, mas centrado num duelo de mentes astutas em lados opostos da lei.
O divertido é que ambos estão do mesmo lado, no tribunal.
Aqui o julgamento não é sobre a verdade (sabemos quem é culpado logo no fim do “primeiro acto”), mas sim a estratégia de “jogo” dos dois inimigos, onde só um pode sair vencedor (e cada um precisa do outro para tal).
Ele consegue usar todo o sistema legal para os seus propósitos, ela tem um duelo moral e ético para a devida resolução.
Em paralelo a isto, há um subtil (e nunca assumido) jogo de sedução, fascínio e desejo (por ambos).
É este duelo intelectual que governa a narrativa e seduz o espectador.
Sidney Lumet sempre soube filmar (bem) julgamentos e tribunais (“The Verdict” é, ainda, o filme definitivo sobre tal sub-género) e aqui dá mais uma prova.
Para além do seu savoir-faire em tais ambientes, Lumet também consegue uma carregada e tensa atmosfera erótica, muito graças aos protagonistas.
Rebecca De Mornay e Don Johnson revelam química ardente (bem tensa) e letal.
Ele está muito bem como um ladies man, que nunca falha nos seus propósitos sedutores e manipuladores, revelando-se até inquietante quando revela o seu lado mortífero.
Ela está esplêndida como profissional de grande rigor e determinada, mas depois rodeada de dúvidas e medos.
Sidney Lumet, tribunais, sedução, mistério e astúcia – vários e bons elementos, combinados com elegância, inteligência e talento.
Um thriller de tribunal, pleno de astúcia e tensão erótica.
Muito recomendável.
“Guilty as Sin” não tem edição portuguesa, mas existe noutros mercados, a bom preço.
Realizador: Sidney Lumet
Argumentista: Larry Cohen
Elenco: Rebecca De Mornay, Don Johnson, Stephen Lang, Jack Warden, Dana Ivey, Luis Guzmán, Barbara Eve Harris
Trailer
Orçamento – 29 milhões de Dólares
Bilheteira – 23 milhões de Dólares
Passado em Chicago, mas filmado em Toronto.
Faz parte de um grupo de filmes (suspense thrillers) à volta de tramas entre maridos, esposas e amantes, surgidos nos 90s – “Malice” (1993, de Harold Becker, com Nicole Kidman, Alec Baldwin e Bill Pullman), “Deceived” (1991, de Damian Harris, com Goldie Hawn e John Heard), “Shattered” (1991, de Wolfgang Petersen, com Tom Berenger, Greta Scacchi e Bob Hospkins), “Mortal Thoughts” (1991, de Alan Rudolph, com Gleanne Headly, Demi Moore e Bruce Willis), “Consenting Adults” (1992, de Alan J. Pakula, com Kevin Kline, Mary Elizabeth Mastrantonio e Kevin Spacey), “Unlawful Entry” (1992, de Jonathan Kaplan, com Kurt Russell, Madeleine Stowe e Ray Liotta), “Presumed Innocent” (1990, de Alan J. Pakula, com Harrison Ford, Raul Julia Greta Scacchi, Brian Dennehy e Bonnie Bedelia), este “Guilty as Sin”, “Sleeping With The Enemy” (1991, de Joseph Ruben, com Julia Roberts e Patrick Bergin) e “A Kiss Before Dying” (1991, de James Dearden, com Matt Dillon e Sean Young).