Título original – Dead Bang
John Frankenheimer é um sólido nome do actioner ao longo dos 60s (“Grand Prix”, “The Train”) e 70s (“The French Connection II”, “Black Sunday”). O seu nome foi algo negligenciado nas décadas seguintes, mas ainda o vimos a dar cartas no género em títulos muito capazes (o famoso “Ronin”).
Don Johnson ganhou fama com a relevante (e influente) série televisiva “Miami Vice”.
Ambos juntam esforços, num policial que procura mostrar as mais-valias de cada um.
Jerry Beck, detective dos Homicídios, investiga uma série de assassinatos movidos por ódio.
Beck descobre que o homicida pertence a uma poderosa organização racista, com ramificações em diversos e influentes organismos e personalidades.
Policial sólido, adulto, violento e dinâmico (o bang do título não é à toa – não falta bang-bang ao longo da metragem), que pega numa ideia clássica (o polícia íntegro face a uma organização tenebrosa), apoiado num protagonista definido (a sua conduta), abalado (é divorciado e alcoólico) e anti-herói (tem dúvidas e comete erros), focando-se numa realidade sempre perigosa nos USA e no mundo (as organizações racistas, legais e poderosas).
Nada de transcendente se atinge (nem era isso o pedido), mas o filme é um bom exemplar do género, não é banal e não se limita a desconexo bang-bang.
Don Johnson sabia interpretar polícias (passou 5 anos na “Miami Vice”). Aqui volta a demonstrá-lo e até tem uma das suas interpretações mais bem conseguidas.
Adequada prestação do elenco. Lamenta-se o desperdício de Penelope Ann Miller (só lá está para o inevitável one-night stand).
John Frankenheimer dirige com eficácia, dando um tom sério e duro, ainda que longe dos seus títulos vintage.
Um bom policial, pleno de bang.
Vê-se muito bem.
“Dead Bang” não tem edição portuguesa, mas existe noutros mercados, a bom preço.
Realizador: John Frankenheimer
Argumentista: Robert Foster, a partir da história de Jerry Beck
Elenco: Don Johnson, Penelope Ann Miller, William Forsythe, Bob Balaban, Frank Military, Tate Donovan
Trailer
Orçamento – 14.5 milhões de Dólares
Bilheteira – 8 milhões de Dólares
Jerry Beck era um detective dos Homicídios da LAPD. O seu trabalho durou mais de 30 anos. O filme inspira-se num caso verídico que ele investigou.
Don Johnson já há muito que andava a tentar fazer carreira no Cinema e no action cinema. Tentou ser protagonista em “The Untouchables” (1987) e em “Die Hard” (1988), mas o seu contrato com “Miami Vice” não o permitia.
Connie Sellecca ia participar (era a vontade de John Frankenheimer), mas Johnson não queria trabalhar com ela. Penelope Ann Miller foi então escolhida.
O filme iria terminar com uma cena entre Johnson e Miller, mostrando o que aconteceria entre os dois personagens. Por alguma razão, tal cena foi removida da montagem final.
Filmado no Canadá, por razões financeiras.