Título original – John Wick: Chapter 3 – Parabellum
“John Wick” surgiu em 2014 e trouxe um vento revigorante no campo do actioner. Com algo de urban noir digno de Walter Hill ou Don Siegel, o filme assentava num conjunto de set pieces coreografadas ao milímetro, delineadas para um máximo de impacto e espectáculo.
O sucesso permitiu uma sequela ainda mais elaborada.
Parte do sucesso deve-se a um impecável Keanu Reeves, regressado ao género, nuns invejáveis 50 anos de grande forma como action hero.
Pretendia-se trilogia (só?) e aqui chega o capítulo final (hmm… será?).
John Wick está em fuga e com a sua cabeça a prémio.
Todo o hitman e hitwoman está no seu encalço.
Vai ser uma guerra brutal para que John consiga encontrar a paz.
Como se prometia no final do Chapter 2, o desafio a John Wick neste novo capítulo é mesmo épico.
E o filme corresponde às exigências e expectativas.
É tudo non-stop.
Logo desde o início sente-se o cerco sobre John, a urgência da situação, o stress pelos eventos.
A action dispara rapidamente e logo se entra por áreas onde a saga ainda não tinha andado, com resultados absolutamente arrebatadores e capazes de deixarem o nosso organismo com uma overdose de adrenalina – vejam-se as perseguições/combates entre cavalo e motos, entre motos, verdadeiros desafios à acrobacia, à gravidade e às leis da Física.
O momento alto ocorre em Casablanca, onde John até tem uma aguerrida side-kick (uma bem-regressada Halle Berry) e dois canídeos de dentes bem afiados – um autêntico delírio de set piece, numa perfeita fusão de actioner, estética de videogame e virtuosa arte cinematográfica (o recurso ao plano-sequência).
Como seria de esperar, há lugar para uma decisiva batalha final. Menos surpreendente é a sua forma, mas surpreende o local e os aliados de John.
Bem criativas são as adendas àquele assassin world já delineado ao longo destes chapters – surgem novas filiais do Hotel Continental, novos managers, novos e surpreendentes personagens ligadas à gestão de todo este underworld, mostrando o potencial (enorme) que nele reside (por isso mesmo já está em bom ritmo a ideia de se fazer uma série televisiva centrada no Hotel Continental – onde John Wick pode fazer umas aparições; Chad Stahelski & David Leitch, criadores da saga “John Wick” estão na produção e ela envolve o canal StarZ).
Como a saga nos tem habituado, excelência na fotografia e um desfile de (bom) armamento.
Keanu Reeves continua em grande forma e com uma invejável destreza para action hero.
O restante elenco acompanha-o bem. Destaque para uma Halle Berry bem letal e uma Asia Kate Dillon de frio calculismo. Ian McShane continua a divertir-se com o seu refinado ironismo.
É mesmo final de saga?
Caminhava-se para tal, mas o final deixa portas bem escancaradas para um Chapter 4. Que poderá ser alvo de uma batalha ainda mais épica.
Seja como for, este Chapter 3 fecha um ciclo.
E nestes dias já veio a confirmação – “John Wick: Chapter 4” chega em 2021.
Tal como os chapters anteriores, um esfuziante momento de action cinema.
Sério candidato ao melhor filme de acção do ano. Mas ainda teremos de esperar e ver o aguardado (e promissor) “Hobbs & Shaw” (“por acaso” realizado por David Leitch, “por acaso” um dos realizador de “John Wick”).
Obrigatório.
“John Wick: Chapter 3 – Parabellum” já está nas nossas salas.
Realizador: Chad Stahelski
Argumentistas: Derek Kolstad, Shay Hatten, Chris Collins, Marc Abrams
Elenco: Keanu Reeves, Halle Berry, Ian McShane, Anjelica Huston, Laurence Fishburne, Mark Dacascos, Asia Kate Dillon, Lance Reddick
Site – https://www.johnwick.movie
Orçamento – 55 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 69 milhões de Dólares (USA); 105 (mundial)
Keanu Reeves queria que este Chapter 3 fosse o final da saga, pois ele não gostaria que esta se banalizasse em sequelas intermináveis.
Halle Berry bateu forte concorrência como Jennifer Beals, Eva Longoria, Salma Hayek, Penelope Cruz, Marion Cotilliard, Uma Thurman e Marisa Tomei.
Berry ajudou no treino dos cães que a sua personagem tem.
“Parabellum” vem da expressão latina “Si vis pacem, para bellum” – “Se queres paz, prepara-te para a guerra”. Também é a designação de uma bala de 9mm (a “9mm Parabellum”).
A Grande Ilusão 