Título original – The Damned Don’t Cry
Joan Crawford em mais um drama e mulher à altura do seu talento.
Em tom Noir.
Ethel Whitehead é uma mulher cansada de ser pobre e escrava de uma casa.
A sua ambição leva-o a conhecer um talentoso contabilista e um hábil gangster.
À medida que Ethel sobe na vida, o mundo do crime que a rodeia vai obrigá-la a decidir que preço quer pagar.
Misto de melodrama (uma mulher que luta por uma vida melhor), Film Noir (o homem que a ama mete-se no underworld) e Gangster Film (há um gangster que controla tudo e todos), o filme centra-se na ascensão, ambição e destreza de uma mulher hábil e astuta na hora de manipular homens e obter ganhos, para depois a confrontar face aos seus valores e sentimentos.
Joan Crawford tem aqui mais uma das suas grandes performances, a compor mais uma das suas complexas personagens.
Boa prestação do restante elenco.
Vincent Sherman era um bom tarefeiro, apto para todo o género, e dá aqui mais uma prova dessa versatilidade.
É o melodrama noir ao seu melhor nível, numa era de glória para tal, com Joan Crawford no seu máximo esplendor.
Muito recomendável.
“The Damned Don’t Cry” não tem edição portuguesa, mas existe noutros mercados a bom preço.
Realizador: Vincent Sherman
Argumentistas: Harold Medford, Jerome Weidman, Gertrude Walker
Elenco: Joan Crawford, David Brian, Steve Cochran, Kent Smith, Richard Egan
Trailer
Orçamento – 1.2 milhões de Dólares
Bilheteira – 1.5 milhões de Dólares (USA); 2.2 (mundial)
Mercado doméstico – 1.4 milhões de Dólares
O argumento inspira-se na relação entre Virginia Hill e o gangster “Bugsy” Siegel.
O título deriva de uma parte de “Mourning Becomes Electra” de Eugene O’Neill – num momento, o irmão diz à irmã “Don’t cry… the damned don’t cry.“.
No momento em que Ethel vê Martin no seu escritório, é vista uma foto de um edifício – é o Phelan Building, de San Francisco, destruído no terramoto de 1906.
Primeiro de três filmes feitos por Joan Crawford e dirigidos por Vincent Sherman – os outros são “Harriet Craig” (1950) e “Goodbye, My Fancy” (1951).
O “Screen Director’s Playhouse” emitiu uma versão radiofónica de 60 minutos, em Abril de 1951. Joan Crawford retomou a sua personagem.