Título original – Ready Player One
Steven Spielberg regressa à fantasia e a adolescentes, sempre com pé à frente no campo dos efeitos visuais, inserido no mundo dos videogames.
OASIS é um jogo que mergulha os seus jogadores num mundo virtual, onde tudo é possível. A sua popularidade é gigantesca.
Quando o seu criador falece, é uma enorme tristeza dentro dos corações dos jogadores.
Mas o criador deixou um easter egg no jogo. Quem o o encontrar será detentor da sua herança.
O filme traz muito revivalismo 80s.
Para ajudar à celebração, começamos logo ao som de “Jump”, dos Van Halen.
Spielberg faz o seu “Avatar” (o protagonista cria um para viver dentro de um jogo), ilustra um fenómeno actual (a alienação à realidade face ao prazer que se retira de um mundo virtual; o enorme realismo, visível e sensorial, já permitido na tecnologia de realidade virtual) e faz grande Cinema (o filme é um perfeito espectáculo visual de elevadíssima qualidade).
O filme também exige muita atenção ao espectador para certos detalhes (em casa tudo fica mais fácil, com recurso ao pause ou rewind para se rever aquele plano ou momento) e muito conhecimento de cultura pop (são imensas as referências a tantos personagens, ícones e artefactos).
No meio de tanta diversão digital, o filme nunca esquece a realidade – as pessoas, as relações, as emoções e a família.
Excelência total na fotografia, som e efeitos visuais.
Bom trabalho do elenco.
Spielberg diverte-se e nós com ele.
(a perseguição na auto-estrada é a mais incrível que Spielberg fez desde “Tintin”)
Este, sim, é um filme que exige e ganha com o 3-D. Tal efeito leva-nos mesmo para dentro de um jogo e de um universo virtual, fazendo-nos sentir tais ambientes.
É o mais perfeito filme em 3-D desde “Avatar” e “Hugo”. Spielberg, tal como Cameron e Scorsese, sabe que 3-D não é para efeitos banais de “atirar” com algo ao espectador, é metê-lo (“literalmente”) dentro de um “admirável mundo novo” e fazer o espectador senti-lo e vivê-lo.
Grandessíssimo espectáculo.
Grandessíssimo entretenimento.
O melhor Spielberg desde “Tintin”.
(porque é que o autor de “E.T.” deixou de fazer mais entretenimento?)
Obrigatório.
“Ready Player One” já anda pelo mercado doméstico.
Realizador: Steven Spielberg
Argumentistas: Ernest Cline, Zak Penn, a partir do romance de Ernest Cline
Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn, Lena Waithe, T.J. Miller, Simon Pegg, Mark Rylance
Site – http://readyplayeronemovie.com
Orçamento – 175 milhões de Dólares
Bilheteira – 137 milhões de Dólares (USA); 582 (mundial)
Christopher Nolan, Robert Zemeckis, Matthew Vaughn, Peter Jackson e Edgar Wright foram considerados como realizador.
Gene Wilder chegou a ser convidado por Spielberg, mas o actor recusou. Wilder faleceu em Agosto de 2016.
Michael Keaton foi considerado para o personagem que seria entregue a Mark Rylance.
Elle Fanning foi considerada para a personagem que seria entregue a Olivia Cooke.
Nat Wolff foi considerado para o personagem que seria entregue a Tye Sheridan.
A música ia ser composta por John Williams (uma colaboração que já tem décadas). Mas devido a conflitos de agenda (Williams já estava a criar o score para outro filme de Spielberg, “The Post”), o cineasta chamou Alan Silvestri (que já tinha assinado o score de uma produção de Spielberg – a trilogia “Back to the Future”).
É o quarto filme de Spielberg que não conta com música de Williams – “Duel” (1971), “The Color Purple” (1985) e “Bridge of Spies” (2015), foram os outros.
Silvestri procurou que a música não tivesse semelhanças com algum filme ou série populares dos 80s e 90s.
É o primeiro filme de Spielberg no campo da action-adventure fantasy, depois de “The Adventures of Tintin – The Secret of the Unicorn” (2011).
Primeiro filme de Spielberg para a Warner Bros., depois de “Artificial Intelligence” (2001). O cineasta trabalha habitualmente para a Universal e Paramount.
Primeiro filme de Spielberg a ser filmado em Panavision anamorphic, depois de “Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull” (2008).
Reencontro entre Spielberg e Simon Pegg, depos de “Tintin” (2011).
Reencontro entre Spielberg e Rylance, depois de “Bridge of Spies” (2015) e “The BFG” (2016).
Filmado em Inglaterra, nos estúdios da Warner, em Leavesden.
As cenas no mundo real foram filmadas em pelicula, as cenas do mundo virtual foram filmadas em digital.
As cenas passadas no mundo virtual recorreram à tecnologia performance capture (que Spielberg usou em “Tintin”).
Os efeitos visuais são da autoria de duas prestigiadas empresas do meio – a Industrial Light and Magic (“Star Wars”; a empresa fundada por George Lucas) e a Digital Domain (“True Lies”; a empresa fundada por James Cameron e Stan Winston).
Spielberg considerou “Ready Player One” como o seu terceiro filme mais difícil, depois de “Jaws” (1975) e “Saving Private Ryan” (1998).
“Ready Player One” é uma expressão muito usada nos videogames antigos.
“Family Ties” (1982; popular série televisiva que revelou Michael J. Fox, o protagonista de “Back to the Future”) foi uma forte influência sobre Ernest Cline na escrita do seu livro.
Muitos dos filmes de Spielberg são referidos no livro de Cline. Spielberg preferiu remover essas referências no filme.
O livro de Cline está editado em Portugal.
O filme ia estrear em Dezembro de 2017. Mudou-se a data para Março de 2018. O objectivo foi evitar a concorrência de “Star Wars: Episode VIII – The Last Jedi” (2017).
Sobre Ernest Cline:
https://www.goodreads.com/author/show/31712.Ernest_Cline