Título original – Mortal Engines
Peter Jackson tem estado parado como realizador.
Mas não como produtor.
Ei-lo a produzir o que pode ser o início de uma nova saga.
Futuro.
Uma jovem junta-se a um grupo de resistentes, no sentido de derrubar um governo totalitário que consome cidades e comunidades através de uns poderosos engenhos.
Estamos no campo da Sci-Fi distópica (mais uma vez, a Humanidade a ser responsável pelo caos, pelo fim da Civilização, por novas guerras), onde se focam mais aspectos tecnológicos do que políticos ou sociais.
Por todo o filme passa uma (feliz) evocação dos temas e ambientes de Julio Verne e H.G. Wells (o futuro tecnológico, os seus poderes e perigos).
É como se ambos se tivessem juntado e criassem a versão deles de “Mad Max”.
O resultado é muito agradável e entretido, transmitindo uma certa sensação cinéfila do período áureo do género nos 50s.
Bons valores de produção, cuidado visual (fotografia e cenografia), com destaque para a grande qualidade dos efeitos visuais (as cidades móveis – o seu detalhe e movimento).
Boa prestação do elenco. Hugo Weaving é sempre impecável e com grande jeito para vilão (a trilogia “The Matrix”). A jovem Hera Hilmar é uma promissora revelação.
Christian Rivers dirige com eficácia, mostrando que aprendeu bem com Peter Jackson, mas ainda lhe falta ter uma marca visual.
Um muito entretido filme do género, que é um promissor início de saga e que nos leva para algumas das melhores ideias e temas da Sci-Fi.
Recomendável.
“Mortal Engines” já está nas salas portuguesas.
Realizador: Christian Rivers
Argumentistas: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson, a partir do romance de Philip Reeve
Elenco: Hera Hilmar, Hugo Weaving, Jihae, Robert Sheehan, Stephen Lang, Leila George, Colin Salmon
Site – https://www.mortalengines.com/
Orçamento – 100 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – Estreia hoje nos USA; 18 milhões de Dólares (mundial)
Christian Rivers estreia-se a realização de longas-metragens, mas já tem muita experiência nela, com fantasia e Peter Jackson – Rivers foi assistant director (em dois episódios da trilogia “The Hobbit”), tratou de efeitos especiais (“Braindead”, o primeiro episódio da saga “The Chronicles of Narnia”) e efeitos visuais (a trilogia “The Lord of the Rings”, “King Kong”), com bom curriculum na área dos storyboards (as sagas “The Lord of the Rings” e “The Hobbit”).
Philip Reeve foi convidado a visitar as filmagens. Confessou ter gostado do trabalho do elenco e do tratamento visual dado ao filme, considerando-o muito fiel às suas ideias.
O livro de Reeve e a trilogia por ele criada estão editados em Portugal, pela Presença.
Ainda não há informações se irão ser adaptados os outros dois volumes da trilogia.
Sobre Philip Reeve:
https://www.goodreads.com/author/show/27379.Philip_Reeve