Título original – Hammett
Francis Ford Coppola e Wim Wenders juntam esforços a fazem esta brincadeira ao Film Noir.
O protagonista é um dos maiores escritores da literatura Hardboiled Noir – Dashiell Hammett.
Dashiell Hammett é escritor, mas anda em crise. Nenhuma ideia lhe surge para escrita, nenhum trabalho lhe aparece.
Mas o acaso leva-o a meter-se num emaranhado mistério ainda maior que a sua imaginação para histórias de detectives.
Revisitação estilizada e nostálgica do Film Noir, com a curiosidade de ser protagonizada por aquele que foi o percursor do género Hardboiled Noir no campo da literatura.
Intriga labiríntica, aqui e ali com alguma falta de nexo (mas isso também fazia parte do estilo e encanto do género), mas sempre cativante.
A estilização e homenagem são enormes, pelo que o filme esquece alguma personalidade, “limitando-se apenas” ao pastiche (muito competente, diga-se).
Elegante música do grande John Barry.
Excelente fotografia e cenografia (do grande Dean Tavoularis – um habitual de Coppola).
Boa prestação do elenco.
Wim Wenders diverte-se na homenagem e na nostalgia.
Um muito agradável momento de nostalgia ao Film Noir e uma simpática homenagem a Dashiell Hammett.
Muito recomendável.
“Hammett” não tem edição portuguesa, mas existe noutros mercados, a bom preço.
Realizador: Wim Wenders
Argumentistas: Dennis O’Flaherty, Thomas Pope, Ross Thomas, a partir do romance de Joe Gores
Elenco: Frederic Forrest, Peter Boyle, Marilu Henner, Roy Kinnear, Elisha Cook Jr., Lydia Lei, R.G. Armstrong, Richard Bradford, Michael Chow, David Patrick Kelly, Sylvia Sidney, Jack Nance, Royal Dano
Trailer
O score de John Barry
Nomeado para a “Palme d’Or” em Cannes 1982. Perdeu para “Missing”.
Nomeado para “Melhor Filme”, nos Edgar Allan Poe 1984. Perdeu para “Gorky Park”.
Nicolas Roeg tinha sido o realizador inicialmente escolhido, mas abandonou o projecto por conflitos criativos.
Wim Wenders termina o filme mas a Orion e Coppola não gostam do resultado. O filme é quase todo refilmado. É essa versão que surge nas salas e que está no mercado doméstico. O cut inicial está completamente perdido.
No cut inicial, Ronee Blakely e Brian Keith participavam. No novo cut eles seriam substituídos por Marilu Henner e Peter Boyle.
Wenders estava casado com Blakely, mas durante as filmagens do cut inicial. O divórcio veio pouco tempo depois, as novas filmagens já tinham o casal separado e a personagem foi alvo de um recast.
Keith teve de ser substituído, pois as novas filmagens criavam conflito de agenda com o actor. Mesmo assim, Keith ainda pode ser visto nalguns shots em que o seu personagem está filmado à distância.
Há rumores que foi Coppola que refilmou o filme. Wenders afirma que foi ele que realizou os dois cuts.
Cameo de Samuel Fuller – o homem na sala de bilhar.
Filmado totalmente em estúdio.
Último filme de Elisha Cook Jr.. Cook participou em “The Maltese Falcon” (1941), que era baseado num romance de… Dashiell Hammett.
Primeiro filme americano de Wim Wenders.
Reencontro entre Frederic Forrest e Francis Ford Coppola, depois de “The Conversation” (1974), “Apocalypse Now” (1979) e “One From The Heart” (1981). Teriam um novo encontro em “Tucker” (1988),
Frederic Forrest e Marilu Henner estavam casados na época.
Sobre Dashiell Hammett:
https://www.biography.com/people/dashiell-hammett-9326903
https://www.britannica.com/biography/Dashiell-Hammett
https://www.goodreads.com/author/show/16927.Dashiell_Hammett
http://www.thrillingdetective.com/trivia/hammett.html
A Grande Ilusão 