Os anos 70 são particularmente conturbados nas grandes cidades dos USA – corrupção policial, aumento de criminalidade de rua, incapacidade e incompetência das autoridades e tribunais.
Perante tal caos e estando-se num país onde cada cidadão tem direito a ter uma arma de fogo e à legítima defesa, eis o cenário perfeito para a chegada do Vigilante.
O Vigilantismo foi mesmo uma realidade.
O Cinema é sempre um reflexo da realidade e assim sendo não ficou alheio a este fenómeno.
Vários filmes se fizeram, com as mais diversas intenções, mas quase sempre dentro do campo do actioner, para entretenimento de massas.
“Death Wish” é um dos mais célebres títulos.
E é uma das sagas mais populares e controversas do Cinema.
Charles Bronson protagoniza (e faz shoot`em up que se farta – e quanto regozijo há nisso) e tornou-se numa movie star americana.
O Remake de “Death Wish” andou pelas salas recentemente.
Um bom motivo para revermos o original (e as sequelas).
O Justiceiro da Noite (1974)
Título original – Death Wish
Eis o filme que tudo começou.
Em tempos áureos de caos criminal urbano e bem apelativos ao Vigilante.
Paul Kersey, arquitecto em Nova Iorque, vive feliz e tranquilo com a sua profissão e família (tem esposa e filha).
Esta é atacada em casa por malfeitores.
Kersey bem dá confiança às autoridades, mas nada acontece.
Kersey não se conforma e decide fazer justiça pelas suas mãos.
Quem já foi alvo de um acto criminoso?
Quem já sentiu insegurança?
Quem já viu incompetência das autoridades e tribunais?
“Death Wish” usa todo esse sentimento (certamente não apenas americano) e coloca-o ao serviço de uma história universal (afinal, qual de nós não ultrapassaria a linha – seja lá o que isso for – no sentido de proteger, ou mesmo vingar, os seus entes queridos?).
Resulta como urban actioner noir, mas o filme nunca ignora o lado emocional do protagonista.
Estamos perante a história de um homem (objector de consciência – suprema ironia!!!) não-violento, pacífico, de feliz vida familiar e profissional, que se vê a braços com um enorme pesadelo – a violência a entrar no seu lar.
Tudo está “manipulado” (hmmm, será assim tão difícil darmos a razão a Paul Kersey?) para que o espectador sinta empatia pelo protagonista, pela sua raiva, pela sua motivação, pelas suas emoções.
Lamenta-se que o argumento não consiga dar mais ênfase à vida familiar do protagonista e encaixar um duelo de consciência, moral e social dentro dele.
O ritmo, ainda que dinâmico, acaba por ser rápido demais nas cenas emotivas e dramáticas, focando-se mais o lado actioner da trama.
(algo compreensível, tendo em conta o “talento” do realizador – tivéssemos Don Siegel, Robert Aldrich ou Sam Peckinpah em cena e o resultado seria outro, bem melhor)
A violência é incómoda (a cena do ataque em casa e da violação ainda é muito forte, dentro dos padrões de hoje) e o shoot`em up é bem catártico (para protagonista e espectador).
Boa fotografia, contrastando bem a luz do dia (onde mesmo assim surge o negrume) com a escuridão medonha da noite.
Michael Winner dá bom ritmo, enfatiza bem a violência, vai directo ao assunto nas confrontações, mas faltou-lhe o devido cuidado emocional (numa história que muito precisa de tal).
Charles Bronson convence como pai e marido, igualmente como arquitecto, mas convence ainda mais quando pega no seu Colt e extermina tudo o que é bad motherfucker.
Action thriller como deve ser – duro e incómodo, não se inibindo de mensagem.
E atenção ao plano final.
(hehehe – pois, dá gosto, dá)
Apesar das suas fraquezas, “Death Wish” funciona como action thriller urbano, suscita reflexões e aborda questões muito pertinentes que as sociedades ao longo do tempo continuam a não saber resolver.
Se ao ver o filme, o espectador continua crente na Polícia e Justiça ou se decide pegar numa arma e andar a limpar as ruas, isso é outra discussão e cabe a cada um qual o seu… (death) wish.
Um clássico do género, por muito que se pegue contra a sua “ideologia”.
Obrigatório.
“Death Wish” tem edição portuguesa, mas pode ser uma raridade nas lojas. Existe noutros mercados, a bom preço. Algumas edições europeias têm legendas em Português.
Realizador: Michael Winner
Argumentista: Wendell Mayes, partir do romance de Brian Garfield
Elenco: Charles Bronson, Hope Lange, Vincent Gardenia, Steven Keats, William Redfield, Stuart Margolin, Stephen Elliott
Trailer
Orçamento – 3 milhões de Dólares
Bilheteira – 22 milhões de Dólares
“Golden Scream”, nos Golden Screen 1976.
Brian Garfield escreveu o livro em 1972 e vem no seguimento de dois eventos pessoais – o roubo da carteira da esposa e o roubo do carro dele. Garfield sentiu-se com vontade de matar os responsáveis, mas depois sentiu que a sua vontade era algo primitiva. Decidiu escrever uma história sobre um homem que atinge e concretiza tal vontade, mas nunca consegue voltar atrás.
O livro foi um sucesso crítico, mas não de vendas.
O projecto foi rejeitado por muitos estúdios, devido ao seu teor “moral” e violento.
Steve McQueen era a primeira escolha para protagonista, mas o “King of Cool” rejeitou.
Clint Eastwood foi sondado (por causa do sucesso de “Dirty Harry”), mas recusou e até sugeriu Gregory Peck.
Burt Lancaster, George C. Scott e Frank Sinatra foram sondados, mas todos recusaram.
Elvis Presley chegou a ser ponderado como protagonista.
Segundo Garfield, Sidney Lumet ia ser o realizador, com o protagonismo dado a Jack Lemmon (o vigilante) e Henry Fonda (o polícia). Lumet preferiu fazer “Serpico” (1973) e os dois actores abandonaram o projecto.
Quando Lumet estava no processo, ele sondou Lee Marvin para protagonista. Com a saída do cineasta, o actor abandonou o projecto.
Terminadas as filmagens de “The Stone Killer” (1973), Charles Bronson e Michael Winner procuraram um novo projecto. Winner disse a Bronson que tinha nas mãos um argumento sobre um homem a quem atacam esposa e filha, fazendo depois justiça a liquidar malfeitores. Bronson logo disse Sim. Winner perguntou se era ao filme, Bronson disse que era ao liquidar malfeitores.
Winner foi escolhido por ter um curriculum recente de filmes violentos – “The Mechanic” (1972), “Scorpio” (1973) e “The Stone Killer” (1973).
Bronson quase que não ficava no filme – o seu agente não gostava do argumento e achava que ele transmitia uma mensagem perigosa; por outro lado, achava que a profissão do personagem (contabilista) não se encaixava na screen persona de Bronson.
Winner perguntou a Bronson se ele queria Jill Ireland (a esposa de Charlie) para interpretar a sua esposa. Bronson recusou (para alegria de Winner, que não via a actriz como ideal para a personagem). Bronson pretendia Hope Lange. E assim foi.
Garfield não gostou da escolha de casting sobre Bronson, pois achou que seria óbvio ao vê-lo no ecrã que ele seria um justiceiro. Winner ridicularizou Garfield.
Bronson tinha 52 anos.
Bronson cobrou um salário de 1 milhão de Dólares mais uma percentagem sobre as bilheteiras.
Bronson ainda exigiu uma suite num hotel de luxo, assistente, cozinheiro e motorista exclusivos.
Chegou-se a ponderar filmar a P&B.
Dino De Laurentiis era o produtor, mas este foi o único filme da saga que ele produziu. Os direitos iriam depois para a The Cannon Group – custo de 200.000 Dólares.
De Laurentiis e a Paramount queriam que o filme se chamasse “The Sidewalk Vigilante”, pois achavam que o público se afastaria de filmes com títulos onde surgisse a palavra “Death”.
De Laurentiis queria que a banda sonora fosse criada por uma banda inglesa de música que fosse barata. A namorada de Winner sugeriu Herbie Hancock.
Quarta de seis colaborações entre Charles Bronson e Michael Winner – as outras foram “Chato`s Land” (1972), “The Mechanic” (1972), “The Stone Killer” (1973), “Death Wish II” (1982) e “Death Wish 3” (1985).
Penúltima colaboração entre Bronson e De Laurentiis. Tudo terminaria em “The White Buffalo” (1977). Os títulos anteriores foram “The Stone Killer” (1973), “Chino” (1973) e “The Valachi Papers” (1972).
Primeira de três colaborações entre Winner e Vincent Gardenia – “Death Wish” (1974), “Firepower” (1979) e “Death Wish II (1982).
Foi o primeiro de vários filmes de Bronson com o título onde aparece a palavra “Death” – para além dos títulos da saga, ainda há “Death Hunt” (1981, ao lado de Lee Marvin) e “Messenger of Death” (1988).
Primeiro filme de Jeff Goldblum – é um dos atacantes às meninas Kersey. Goldblum voltaria a ser mauzão noutro filme de Bronson – “St. Ives” (1976).
A rapariga da mercearia é Sonia Manzano, namorada de Winner.
Olympia Dukakis participa – é uma das agentes na esquadra de Polícia.
No livro, o protagonista é um contabilista.
Wendell Mayes preservou a principal estrutura narrativa do livro. Criou o personagem do polícia que investiga o caso. As versões anteriores do argumento tinham finais diferentes:
- Num (por ideia de Brian Garfield), Kersey é morto durante uma confrontação com criminosos (os que lhe atacaram esposa e filha). O polícia descobre a crime scene, identifica Kersey como o vigilante e decide continuar a missão de Kersey.
- Noutro, o vigilante é ferido e levado para um hospital. O polícia descobre a arma. Não se explica o que acontece depois.
O script inicial era mais violento (o protagonista matava os seus inimigos sempre com uma bala na cabeça).
Gerald Wilson fez revisões no argumento – fez alterações no protagonista, no sentido de ser mais adaptado a Bronson (mudou de contabilista para arquitecto, mudou de veterano da Segunda Guerra Mundial para veterano da Guerra da Coreia), mudou o nome do protagonista (de Paul Benjamin passou a Paul Kersey).
Winner pediu mais cenas entre Kersey e a esposa (o livro e o argumento inicial não tinham tal).
É o único filme da saga onde Paul Kersey não apanha os culpados do crime que origina os eventos.
No argumento inicial, os atacantes eram todos negros. Os produtores pediram para que houvesse várias raças em cena, para evitar que o filme fosse acusado de racista.
Paul Kersey era o nome de um dos extras do filme. O homem autorizou o uso do nome, desde que lhe dessem mais cenas onde participar.
Bronson queria filmar na Califórnia, para estar próximo da família. Winner e Dino De Laurentiis queriam Nova Iorque. Bronson acabou por aceitar.
Havia sempre muito público no set das ruas, à espera de Bronson.
Bronson era muito reservado e profissional – chegava sempre a horas, conversava pouco, não convivia com cast & crew, regressava ao hotel ou ao camarim terminadas as filmagens.
A cena inicial foi uma ideia de Winner.
O ataque à mãe e filha era ser off-screen. Winner preferiu ser mais explícito para assim gerar hostilidade no público face aos criminosos e uma maior cumplicidade dos espectadores face ao protagonista, às suas motivações e acções.
A cena de Kersey em casa, depois da primeira “execução”, foi uma improvisação de Bronson.
A matança no metro ia ser off-screen, mas Winner decidiu ser mais explícito.
A arma de Paul Kersey é um Colt Police Positive .32, feito pela Colt Manufacturing Company de 1908 a 1995.
Bronson nunca se manifestou a favor do vigilantismo nem considerou “Death Wish” como um panfleto à justiça por conta própria, mas sim um filme anti-violência.
Garfield não gostou do filme e achou-o como um hino ao vigilantismo. Como “retaliação”, escreveu uma sequela (ao seu romance) com o título “Death Sentence”, onde focava as consequências do vigilantismo. O livro seria levado ao Cinema em 2007, com o mesmo título, com realização de James Wan e protagonizado por Kevin Bacon.
Garfield foi muito hostil a Bronson, à violência e ao final.
Garfield chegou mesmo a procurar impedir que o filme fosse exibido.
O filme recebeu críticas muito hostis na época, precisamente por causa dos temas abordados e pelo “apelo” ao vigilantismo.
O filme era um sucesso tal, que a Paramount mandou subir o preço dos bilhetes – de 3.50 Dólares para 4.00 (o custo médio na época era de 1.88 Dólares). Até então, o estúdio só tinha feito isto com dois filmes – “The Godfather” (1972) e “The Great Gatsby” (1974).
O filme sofreu cortes quando exibido na Televisão.
Foi o primeiro grande sucesso de Bronson nos USA.
O filme consagrou Bronson como movie star e action hero.
Bronson já era um movie star internacional devido a uma série de filmes europeus que tiveram imenso sucesso na Europa e até na Ásia – “Once Upon a Time in the West” (1968, de Sergio Leone, ao lado de Claudia Cardinale, Jason Robards e Henry Fonda), “Adieu L`Ami” (1968, ao lado de Alain Delon), “Le Passager de la Pluie” (1970, de René Clément, ao lado de Marlène Jobert), “Red Sun” (1971, de Terence Young, ao lado de Alain Delon, Toshiro Mifune e Ursula Andress), “The Valachi Papers” (1972, de Terence Young, ao lado de Lino Ventura). Os filmes americanos mais recentes de Bronson (“Chato`s Land”, “The Mechanic”, “The Stone Killer”) tiveram mais sucesso na Europa e Ásia que nos States.
O American Film Institute deu a “Death Wish” várias nomeações:
- “AFI’s 100 Years…100 Thrills”
- “AFI’s 100 Years…100 Heroes & Villains: Paul Kersey”
“Death Wish” seria referenciado diversas vezes:
- Num episódio de “The Simpson” (“A Star Is Burns”) fala-se num “Death Wish 9”
- Num episódio de “American Dad” (“The One That Got Away”), o protagonista veste-se como Bronson no filme e age da mesma forma.
- Na canção “Kick in the Door”, de The Notorious B.I.G., canta-se a certo momento “Sold more powder than Johnson and Johnson/Tote steel like Bronson, vigilante/You wanna get on son, you need to ask me“.
- Numa história de Spider-Man (“The Death of Jean DeWolff”), Bronson faz um cameo (está a ler um jornal, onde na primeira página aparece a palavra “Vigilante”).
- No livro “Telegraph Avenue” de Michael Chabonm “Death Wish” é o filme preferido de um personagem.
- No jogo “PAYDAY 2”, um dos níveis tem a designação “Death Wish”.
- No jogo “Hotline Miami 2: Wrong Number”, um dos níveis tem a designação “Death Wish”.
Gerou quatro sequelas – “Death Wish II” (1982, também de Winner), “Death Wish 3” (1985, também de Winner), “Death Wish 4: The Crackdown” (1987, de John Lee Thompson) e “Death Wish V: The Face of Death” (1994, de Allan A. Goldstein). Charles Bronson protagonizou todos os filmes.
Há muito que Hollywood perseguia a ideia de um Remake.
Ele aconteceu e já aqui foi visto.
Sylvester Stallone andou ligado ao projecto. Depois andou pelas mãos de Joe Carnahan (“The A- Team”) que queria Liam Neeson como protagonista. O filme terminou nas mãos de Eli Roth (“Hostel”), com o protagonismo de Bruce Willis.
Eis os Trailers:
O Vingador da Noite (1982)
Título original – Death Wish II
Oito anos depois, Paul Kersey volta às ruas para fazer justiça.
Charles Bronson continua de dedo leve no gatilho.
Paul Kersey está agora em Los Angeles, a retomar a vida com a sua filha e uma nova companheira.
Mas a violência urbana não o larga e volta a fazer da filha uma vítima.
Kersey nem perde tempo em pedir ajuda às autoridades e mete-se em campo no sentido e liquidar os culpados.
Menos sequela e mais remake.
Novamente ataque à família do protagonista e morte de um ente querido.
Aqui não há subtilezas.
(na verdade, a saga nunca teve, mas elogiam-se as tentativas de profundidade emocional em “Death Wish” e “Death Wish 4”)
Nada de emotividade, siga para o ataque à menina, vamos lá exterminar os culpados.
“Death Wish II” repete o erro de “Death Wish” – pouca envolvência emocional. Agora há muito menos.
Pega naquilo que foi fácil (e divertido) no primeiro filme (shoot`em up a tudo o que é motherfucker) e faz disso quase toda a sua metragem.
O filme é um desfile de violência (muita dela gratuita; contudo, o ataque na casa e à menina tem tanto impacto como o ataque no primeiro filme) e um não parar de “tiro neles”.
É certo que há um enorme regozijo em ver Charlie e despachar tudo o que é escumalha, mas convinha uma certa coesão narrativa e emocional para tudo isso.
Bom trabalho de fotografia, que nos faz mesmo sentir o quanto a noite urbana é feia e perigosa.
Michael Winner mete prego a fundo, nunca se controlando em matéria de violência e acção, mostrando o quanto se está a divertir.
Charles Bronson está em grande com uma arma, mas o actor parece estar adormecido ou a fazer frete nas cenas “dramáticas”.
É uma das suas performances mais fracas – na saga e na sua carreira.
“Death Wish II” deveria trazer mais e melhor, mas limita-se a repetir o lado fácil da trama, fazendo disso a essência da saga (que seria marcada sempre pela repetição).
Vê-se bem.
“Death Wish II” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço. Algumas edições europeias têm legendas em Português.
O filme tem muitas edições severamente editadas – procurem as edições Uncut ou Unrated.
Realizador: Michael Winner
Argumentista: David Engelbach, a partir do personagem criado por Brian Garfield
Elenco: Charles Bronson, Jill Ireland, Vincent Gardenia, J.D. Cannon, Anthony Franciosa
Trailer
Orçamento – 2 milhões de Dólares
Bilheteira – 16 milhões de Dólares (USA); 45 (mundial)
Bronson tinha 59 anos.
Bronson recebeu um salário de 1.5 milhões de Dólares.
The Cannon Group, Inc. (Yoram Globus e Menahem Golan) comprou os direitos de “Death Wish” a Dino De Laurentiis por 200.000 Dólares.
A Cannon queria adaptar o livro “Death Sentence” (foi a sequela, literária, a “Death Wish”), chamaram Brian Garfield para o fazer, mas não gostaram do seu trabalho.
David Engelbach chegou a levar o seu argumento à casa de Bronson e foi despachado pelo actor, que o ameaçou… com uma arma (oh yeah, é Charlie à “Death Wish”!).
Bronson recusou, inicialmente, fazer o filme.
Natalie Wood ia participar e Golan ia realizar.
Bronson insistiu em Michael Winner como realizador.
É a primeira sequela na carreira de Bronson.
Os produtores Golan e Globus queriam Isaac Hayes para compor a banda sonora (aproveitando o impacto e sucesso obtido em “Shaft”, em 1971). Winner preferiu Jimmy Page (o guitarrista dos Led Zeppelin) – ambos eram vizinhos.
É o primeiro filme que Bronson e Winner fazem com a Cannon.
Winner já não tinha um sucesso nas bilheteiras desde “Death Wish” (1974), pelo que o seu regresso à saga ser-lhe-ia proveitoso (o realizador tinha tentado fazer “Jaws” em 1975; recusou fazer “The Omen” em 1976 – mas faria um rip-off com “The Sentinel” em 1977; “Firepower” correu mal – Bronson tinha sido chamado, mas recusou por não querer dividir protagonismo com Sophia Loren, pelo que James Coburn foi convocado). Winner fez imensas alterações no argumento.
Dino De Laurentiis (produtor do primeiro filme) procurou produzir este segundo filme. Não houve acordo entre ele e a Cannon. De Laurentiis decidiu produzir um outro filme com tema semelhante – “Fighting Back”, de 1982, realizado por Lewis Teague, com Tom Skerritt.
Bronson chegou a trabalhar 10 a 12 horas por dia, para assegurar que o prazo das filmagens se cumpria (seria de oito semanas).
Winner deu liberdade total aos actores que interpretavam criminosos.
Paul Kersey sofre algumas modificações no seu modus operandi – só liquida aqueles que participaram no evento que origina a sua vingança (no filme original, Kersey liquida tudo o malfeitor que lhe surge na frente).
Bronson exigiu que a personagem de Jill Ireland (a esposa de Charlie) nunca seria alvo de actos de violência.
É o primeiro filme feito em Hollywood pela The Cannon Group, Inc.
Terceira e última colaboração entre Michael Winner e Vincent Gardenia – “Death Wish” (1974), “Firepower” (1979) e “Death Wish II” (1982).
Laurence Fishburne interpreta um dos criminosos.
Ireland e Winner já se conheciam desde os 50s e até tinham namorado. Bronson não sabia disso.
O argumento inicial tinha a acção localizada em San Francisco.
Engelbach considera que o filme aborda questões muito complexas, sérias e preocupantes – a deterioração da Justiça, a incompetência e incapacidade da Polícia e a idiotice dos Tribunais mais focados pormenores técnicos do que com eficácia.
(pelos vistos, isso seria no seu argumento inicial, antes das alterações feitas por Winner)
Filmado em 44 dias.
Muitos dos extras são locais de Los Angeles, muitos deles delinquentes de rua (dealers, junkies, prostitutas, drag queens).
O filme foi filmado em zonas complicadas de L.A.. Vários agentes da Polícia estavam no set para protecção de cast & crew.
A cena da violação demorou seis dias de filmagem. A actriz que interpreta a governanta não poupa elogios aos actores que a “violaram” – eram de uma enorme preocupação para com ela.
As cenas de violação foram adicionadas por Winner.
Winner afirma que a História da Humanidade sempre viveu tempos violentos, muito antes de Cinema e Televisão. Era a sua forma de defender o filme face às fortes críticas que ele foi alvo, precisamente pela elevada violência mostrada.
Apesar do tom do filme, Winner procurou ter um ambiente descontraído no set.
É o único episódio de “Death Wish” onde a companheira sentimental do protagonista não morre. O facto de neste filme ser interpretada pela esposa de Bronson (Jill Ireland) é a razão.
A arma de Paul Kersey é uma Browning BDA .380, (com capacidade para 13 + 1 balas). Foi feita para a Browning pela Beretta, de 1977 a 1997.
Ireland fez uma pausa na sua carreira. Só regressaria à representação em “Assassination” (1987, ao lado de Charles Bronson).
Os produtores de “Death Wish” não gostaram de “Death Wish II”.
Engelbach confessou-se chocado pelo resultado final do filme e que este teve muitas diferenças face ao seu argumento.
Roger Ebert deu ao filme uma classificação de 0. É um dos poucos casos em que o crítico fez isso.
Na Alemanha, o filme bateu recordes de vendas em VHS.
O Justiceiro de Nova Iorque (1985)
Título original – Death Wish 3
Paul Kersey regressa a Nova Iorque.
Charles Bronson continua na saga, mais mortífero que nunca.
Paul Kersey regressa a Nova Iorque para visitar um amigo.
Descobre que ele vive num bairro bem violento e sem Lei & Ordem.
Kersey decide resolver as coisas, à sua maneira. E até conta com a ajuda da Polícia.
Depois do negrume mostrado nos dois primeiros filmes, o terceiro episódio procura uma mudança de tom.
Andamos mais próximos do comic book do que do bom urban action thriller (poucos foram os realizadores que aprenderam alguma coisa com Walter Hill).
Aqui temos o delírio do caos (um bairro onde a todo o segundo ocorre um roubo, ataque, violação, assalto, assassinato) e o delírio de acção (Kersey enfrenta sozinho uma horde gigantesca de malfeitores, com um inesgotável arsenal de armas e munições).
Michael Winner volta a divertir-se a filmar violência (agora menos extrema e até quase paródica) e acção (em modes quase épicos).
Charles Bronson está em grande, voltando quase à forma do primeiro filme, mas está mais empenhado que no segundo filme.
(então quando ele pega na sua amiga Wildey…)
É a saga a entrar num registo mais light e quase auto-paródico.
Vê-se muitíssimo bem.
“Death Wish 3” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço. Algumas edições europeias têm legendas em Português.
Realizaor: Michael Winner
Argumentista: Don Jakoby (como Michael Edmonds), a partir do personagem criado por Brian Garfield
Elenco: Charles Bronson, Deborah Raffin, Ed Lauter, Martin Balsam
Trailer
Orçamento – 9 milhões de Dólares
Bilheteira – 16 milhões de Dólares (USA); 17 (mundial)
Charles Bronson tinha 64 anos.
Bronson recebeu 1.5 milhões de Dólares de salário.
Ia-se intitular “Death Wish III”, mas a Cannon descobriu que muitos americanos não sabiam ler numeração romana. Assim, o filme foi renomeado “Death Wish 3”.
Chegou a circular a informação que Chuck Norris iria protagonizar, fazendo-se assim um começo de uma nova saga, com um novo justiceiro.
Michael Winner estava com vários flops recentes e precisava de mais um hit nas bilheteiras. Winner decidiu suavizar o tom da saga e fazer um actioner mais leve.
É o último filme da saga “Death Wish” que une Bronson e Winner. É também o último filme que fizeram juntos.
Reencontros:
Bronson + Ed Lauter – “Breakheart Pass” (1975), “The White Buffalo” (1977), “Death Hunt” (1981).
Martin Balsam + Winner – “The Sentinel” (1977).
Bronson + Balsam + Winner – “The Stone Killer” (1973).
Deborah Raffin + Winner – “The Sentinel” (1977).
Marina Sirtis + Winner – “The Wicked Lady” (1983).
Don Jakoby não gostou das alterações feitas ao seu argumento e pediu que o seu nome fosse alterado para Michael Edmonds. Jakoby criou uma história onde Kersey enfrenta um gang que ataca idosos, transformando Kersey numa espécie de Rambo urbano. Bronson não gostou da ideia.
Gail Morgan Hickman foi chamado para reescrever o argumento. Hickman escreveu várias versões, mas todas foram rejeitadas. Hickman acabaria por escrever dois argumentos para Bronson (“Murphy´s Law” e… “Death Wish 4”).
Passa-se em Nova Iorque, mas foi filmado em Londres.
Todos os extras são ingleses e falavam com sotaque britânico. Michael Winner contornou tal na pós-produção – os extras foram dobrados na voz por militares americanos estacionados na Inglaterra.
Uma cena demorou mais tempo que o normal pois Bronson não conseguia o tom certo para ela. Envolvia esmocar um jovem, mas Bronson achava que o rapaz que interpretava o inimigo tinha ar de menino do coro.
A cena da violação a Marina Sirtis foi feita numa garagem bem fria. Winner não deixou a actriz aquecer-se entre takes.
Alguns temas musicais de “Death Wish II” são reusados.
É o título da saga com maior shoot`em up – a cena final.
Tem o maior body count da saga – mais de 80.
Bronson usa uma Wildey .475 Magnum. Era mesmo a arma pessoal do actor. O criador da arma, Wildey Moore, disse que as vendas dela subiram enormemente depois do filme.
Winner editou o filme com o pseudónimo de Arnold Crust.
Primeiro filme de Alex Winter.
O filme foi alvo de um videogame – foi para ZX Spectrum.
Bronson mostrou-se insatisfeito com o filme e até ficou chateado com Winner ao saber que ele filmava planos mais gore sempre que o actor estava fora do set.
Bronson confessaria depois que este filme era o seu favorito da saga.
É o título da saga que tem mais culto entre os fãs.
O Exterminador da Noite (1987)
Título original – Death Wish 4: The Crackdown
Paul Kersey não pára de fazer justiça.
Charles Bronson continuava firme na saga.
Paul Kersey vive agora em L.A., feliz com a sua nova companheira e a filha dela.
Mas um gang de traficantes de droga inferniza a vida da rapariga e dos seus amigos de escola.
Um misterioso milionário contrata Kersey para que este elimine os dois principais cartels da cidade.
Kersey resolve o assunto, tanto com balas como com astúcia.
Ao quarto episódio, a saga encontra-se com o seu melhor e procura estar ao nível do primeiro filme.
Elogia-se a tentativa de envolvência familiar e emocional.
Apesar de ser algo ligeira (e quando começa a dita acção, tal fica deixado para trás – o filme original acompanhava sempre as acções vigilantes do protagonista, em paralelo com o seu quotidiano profissional e familiar), consegue-se perceber a envolvência de Kersey com a senhora, o quanto ele se sente bem e se preocupa com a filha da senhora (Kersey era pai de uma e perdeu-a), sabendo-se criar o devido clima psicológico de Kersey quando decide fazer justiça.
Procura-se, portanto, um equilíbrio entre drama, emoção e acção.
(assim era a intensão da narrativa inicial, mas depois tudo foi destruído – mais à frente explico)
O argumento dá espaço a tiroteios, mas o que predomina a acção de Kersey é a sua astúcia na forma como destrói os dois gangs.
Ainda há lugar para um divertido twist.
E depois há toda a perversidade da ideia principal – um milionário a contratar um vigilante para aplicar justiça.
Muito boa fotografia (a melhor da saga, depois do original).
John Lee Thompson (ilustre artesão veterano, já com longo curriculum com Bronson) dirige com eficácia, bom ritmo, nunca caindo nos excessos de Winner.
Charles Bronson está em grande forma e retoma o que fez no primeiro filme – tão empenhado no castigar dos mauzões como delicado com os seus queridos.
Kay Lenz traz um nível de entrega feminina que a saga ainda não tinha visto. Pena que não tenha o devido tempo de antena (apesar de ser o mais longo das mulheres presentes na saga).
John P. Ryan é um competente vilão.
É claro que tem as suas fraquezas (a saga está cheia delas), mas não se pode negar uma estimável tentativa de ser diferente.
E, por isso, “Death Wish 4” é a melhor das sequelas da saga “Death Wish” e título que mais se aproxima do original.
Recomendável.
“Death Wish 4” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço. Algumas edições europeias têm legendas em Português.
Realizador: John Lee Thompson
Argumentista: Gail Morgan Hickman, a partir do personagem criado por Brian Garfield
Elenco: Charles Bronson, Kay Lenz, John P. Ryan, Perry Lopez, George Dickerson, Soon-Tek Oh, Dana Barron
Trailer
Orçamento – 5 milhões de Dólares
Bilheteira – 7 milhões de Dólares
Charles Bronson recebeu um salário de 4 milhões de Dólares.
Bronson tinha 66 anos.
Gail Morgan Hickman escreveu três versões do argumento:
- Num primeira, Paul Kersey vive uma crise de consciência e procura retomar a relação com a personagem de Jill Ireland em “Death Wish II”. A actriz estava a ser tratada a cancro da mama e não podia participar no filme. Por outro lado, a personagem morria e Bronson não queria que Jill lidasse com tal tema.
- Uma segunda ideia visava pôr Kersey em luta contra um grupo terrorista. A ideia foi abandonada devido a um filme com tema semelhante – “Wanted Dead or Alive” (1987, com Rutger Hauer).
- A terceira mostrava Kersey a jogar com dois gangs rivais, no sentido de os levar à destruição, com ambos a defrontarem-se. Seria um repescar das ideias de “Yojimbo” (1961, de Akira Kurosawa, com Toshiro Mifune) e “A Fistful of Dollars” (1964, de Sergio Leone, com Clint Eastwood).
Um primeiro argumento mostrava Kersey com uma nova companheira, cansado da sua vida de vigilante e disposto a abandonar a violência. Esta era assassinada. Kersey captura os assassinos e entrega-os à Polícia. Devido a uma burocracia, eles saem em liberdade. Kersey persegue-os e mata-os. Hickman procurava retomar o tom dramático, familiar e trágico do filme original.
Hickman queria escrever um argumento mais emocional, mas os produtores queriam apenas um actioner.
O argumento tinha alguma ressonância com Bronson – um dos seus filhos tinha problemas com droga.
Michael Winner não quis realizar este novo episódio, devido aos problemas que teve com Bronson em “Death Wish 3”. Por outro lado, Winner estava ocupado com “Appointment With Death” (1988).
A música é composta por dois enteados de Bronson.
John P. Ryan foi chamado, pois os produtores adoraram o seu trabalho em “Runaway Train” (1985, de Andrei Konchalovsky, com Jon Voight, Eric Roberts e Rebeca De Mornay).
A Cannon assinou um acordo de produção com Pancho Kohner. Kohner tinha já produzido vários filmes com Bronson e produziria mais alguns – “St. Ives” (1976), “The White Buffalo” (1977), “Love and Bullets” (1979), “10 to Midnight” (1983, também da Cannon), “The Evil That Men Do” (1984), “Murphy`s Law” (1986, também da Cannon), “Assassination” (1987, também da Cannon).
Charles Bronson e John Lee Thompson trabalharam juntos em nove filmes – “St. Ives” (1976), “The White Buffalo” (1977), “Caboblanco” (1980), “10 to Midnight” (1983), “The Evil That Men Do” (1984), “Murphy`s Law” (1986), “Death Wish 4: The Crackdown” (1987), “Messenger of Death” (1988) e “Kinjite” (1989).
Hickman tinha de reescrever o seu argumento todos os dias. Tudo a pedido de Bronson.
O cinema visto numa cena é propriedade da Cannon.
O tiroteio final é filmado na garagem dos escritórios da Cannon.
Alguns temas musicais de “10 to Midnight” (1983, também de Thompson, também com Bronson, também da Cannon), foram reusados.
As cenas de acção usam temas musicais usados em “Missing in Action” (1984) e “Invasion U.S.A.” (1985) – ambos com Chuck Norris, ambos da Cannon.
É o único filme da saga onde Kersey age por um dano colateral (a rapariga morre por overdose) do que por uma acção criminal directa (nos filmes anteriores, um ente querido é assassinado por criminosos).
É o filme mais longo da saga (passa os 100 minutos, face aos habituais 90).
O filme teve os melhores resultados da saga, no mercado doméstico em VHS.
A Sombra do Justiceiro (1994)
Título original – Death Wish V: The Face of Death
Paul Kersey termina a sua jornada vigilante.
Charles Bronson despede-se da saga.
Paul Kersey está de volta a Nova Iorque.
Tudo corre bem na sua vida e com a sua nova noiva. Mas esta tem um ex-marido que é um crime lord.
Kersey vai usar a sua influência (bem armada) para que o mauzão deixe a menina em paz.
A saga “Death Wish” nunca pautou, infelizmente, por fazer algo de novo e diferente por cada novo episódio.
Voltamos a ver Kersey com uma senhora, a violência a atacá-la, Kersey a vingar-se.
É a fórmula novamente repetida, mas aqui tudo tem sabor a banal, frouxo, low-cost e televisivo.
Ao contrário do habitual em sequelas, aqui é menos do mesmo.
Menos violência (muito banal), menos acção (muito mal executada), menos body-count.
Charles Bronson ainda se move aqui e ali com algum à-vontade, mas já acusa cansaço.
Lesley-Anne Down é actriz mais bonita da saga, mas o filme só aproveita a sua beleza.
Michael Parks e Robert Joy criam os melhores vilões da saga, pela atitude sarcástica em cena.
Não é o fim digno que a saga deveria ter (tal nunca aconteceu porque os produtores nunca quiseram colocar um fim e criar um argumento decente) nem é o entretenimento mínimo que a saga (ou o género) exige(m).
Dispensa-se.
“Death Wish V” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço. Algumas edições europeias têm legendas em Português.
Realizador: Allan A. Goldstein
Argumentistas: Michael Colleary, Allan A. Goldstein, a partir do personagem criado por Brian Garfield
Elenco: Charles Bronson, Lesley-Anne Down, Michael Parks, Robert Joy, Saul Rubinek, Miguel Sandoval, Kenneth Welsh
Trailer
Orçamento – 5 milhões de Dólares
Bilheteira – 1.7 milhões de Dólares
Charles Bronson tinha 71 anos.
Bronson recebeu um salário entre os 5 e os 6 milhões de Dólares.
É o último filme de Bronson para Cinema.
Dos episódios 2 a 4, a saga teve a produção da Cannon. A empresa entrou em falência e Menahem Golan entrou em conflito com o outro co-fundador, Yoram Globus. Golan fundou a 21st Century Film Corporation, assente (tal como a Cannon) em filmes baratos. Mas nenhum dos produzidos pelo novo estúdio conseguiu grande sucesso. Como a saga “Death Wish” vendia bem no mercado doméstico, Golan lembrou-se de produzir um novo episódio.
Steve Carver (“Lone Wolf McQuade”, com Chuck Norris) ia ser o realizador, mas os produtores optaram por um realizador mais barato. Carver chegou a conversar com Bronson e ambos tinham delineado novos rumos para o protagonista e para a saga.
Michael Winner (realizador dos episódios 1, 2 e 3) não foi chamado para este quinto filme. A sua falta de interesse mostrada no quarto episódio pode ser uma razão.
Gail Morgan Hickman e John Lee Thompson (que já se tinham encontrado em dois filmes com Bronson – “Death Wish 4” e “Murphy´s Law”) chegaram a escrever o argumento para “Death Wish V”. Golan achou-o demasiado caro.
Golan queria realizar, mas estava ocupado com “Crime and Punishment” (2002).
Bronson não queria Golan como realizador (algo assim já tinha acontecido em “Death Wish II”).
Allan A. Goldstein ficou surpreendido pela escolha sobre ele, pois até então só tinha realizado dramas. Goldstein procurou colocar mais humor na saga.
Goldstein e Bronson chegaram a ter um projecto nos 80s, mas nada avançou.
Lesley-Anne Down foi escolhida pelo próprio Bronson.
Passa-se em Nova Iorque mas foi filmado em Toronto, quase sempre em estúdio.
A relação entre Bronson e Golan estava tão tensa, que só comunicavam através do realizador.
Saul Rubinek tinha participado em “Death Wish”, mas sem direito a crédito – era um dos malfeitores no metro. Regressa à saga, mas agora do lado dos bons (é um polícia).
É o último filme da saga “Death Wish”.
É o único filme da saga que tem realizador e argumentista na mesma pessoa.
É o filme com o body count mais baixa da saga – 11, com apenas 7 por obra de Kersey.
O filme teve lançamento limitado em salas de cinema americanas. Foi lançado directamente para o mercado domésticos em muitos países.
O filme atingiu bons números no mercado doméstico.
Chegou-se a planear um “Death Wish 6: The New Vigilante”. Marcaria a chegada de um novo vigilante. Charles Bronson estaria de fora. O plano nunca se concretizou.
“Death Wish” (o filme e a saga) nunca será visto pelas suas qualidades artísticas, estéticas ou intelectuais.
Verdade seja dita, nunca tal foi o interesse dos seus autores.
Foi e será sempre um actioner clássico de Good Guy v Bad Guys, visando apenas o puro entretenimento.
Mas no meio da acção, “Death Wish” (o filme e a saga) nunca deixam de evidenciar um problema, apontar culpas, expor uma possível solução.
E no meio das (eventuais) polémicas que possa ter causado, temos Charles Bronson de arma em punho a exterminar tudo o que é bad motherfucker.
E quando regozijo há nisso.
E… Cinema também é isto.
Por isso, arrumem polémicas e preconceitos e usufruam de “Death Wish” (o filme e a saga).
[…] Wish” (já aqui visto) é um dos grandes thrillers dos 70s, tendo-se tornado um dos filmes mais populares e […]