Título original – Incredibles 2
A mais incrível família animada está de volta.
É a prenda Pixar/Disney para o Verão 2018.
A família Incredible tem de voltar a reunir esforços para enfrentar uma nova ameaça.
Depois do drama de um homem (marido e pai) a ter de regressar ao activo super-heróico para combater o tédio de uma vida normal, temos agora o inverso.
“Incredibles 2” é o drama de uma mulher (esposa e mãe) sobre o duelo entre os deveres matrimoniais, maternais e domésticos face às ambições pessoais e profissionais.
Agora é a Elastigirl que procura a sua emancipação como mulher e super-heroína, sem negligenciar as suas obrigações perante marido e filhos.
É, então, repetição de “The Incredibles”, mas no feminino?
Não.
O filme consegue identidade narrativa própria ao focar-se numa personagem específica e na especificidade dos seus problemas (há certos problemas femininos que não têm igualdade no lado masculino).
“Incredibles 2” acaba por ser um filme “feminista” sobre os direitos de uma mulher (ou mesmo dA Mulher) e os deveres do homem na partilha de deveres e responsabilidades dentro do seio familiar (o que origina os momentos mais divertidos do filme – o orgulho masculino/macho de Mr. Incredible a ser ferido perante a sua função como Mr. Mom e a ver o sucesso e popularidade da esposa; as suas trapalhadas na hora de tratar das lides domésticas – cozinhar, lavar roupa, mudar fraldas, tratar do pequeno-almoço para os petizes, ajudá-los nos trabalhos de casa vindos da escola).
Mas isto é o Capítulo 2 de “The Incredibles”.
Assim sendo, “Incredibles 2” não esquece o que fez sucesso no original.
Voltamos a ter um mix irresistível de drama, comédia, acção, aventura e ficção científica, num ritmo dinâmico, sempre cativante e divertido.
Novamente em cena estão as brincadeiras a James Bond (os gadgets – a família tem novos e poderosos fatos) e a “Mission Impossible”, havendo também uma homenagem à screwball (os duelos de egos entre marido e esposa).
Incríveis cenas de acção (veja-se a perseguição de moto), que dão lição a muito action cinema moderno (sim, o recado também vale para Michael Bay).
Muita emoção e humor na dinâmica e união da família.
Como sempre na Pixar, maravilhosa animação (mantém-se o estilo do filme original), personagens adoráveis e bem definidos (agora, Jack-Jack tem mais presença e revela-se um “monstro” de poderes).
Michael Giacchino volta a compor um elegante score.
Óptimo trabalho vocal.
A família Incredible já faz parte do nosso Cinema e dos nossos corações.
Venha “Incredibles 3”.
Mais uma vez, incredible entertainment para toda a família.
Obrigatório.
“Incredibles 2” já andas nas nossas salas. Em versão dobrada (em bom Português) e em versão original.
Nota – chegar a tempo às sessões, pois há a habitual curta da Pixar; é “Bao”, uma belíssima evocação sobre o Amor de Mãe, simbolizado através de um bom petisco.
Realizador: Brad Bird
Agumentista: Brad Bird
Vozes: Craig T. Nelson, Holly Hunter, Samuel L. Jackson, Catherine Keener, Sophia Bush, Jonathan Banks, Isabella Rossellini, John Ratzenberger
Trailers
Orçamento – 200 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 512 milhões de Dólares (USA); 781 (mundial)
Brad Bird já há muito que queria fazer uma sequela a “The Incredibles”, mas só o faria se tivesse um bom argumento.
Regresso de Bird à animação, depois de uma passagem pela imagem real – “Mission Impossible: Ghost Protocol” (2011) e “Tomorrowland” (2015).
É a 20ª longa-metragem de animação da Pixar.
O argumento usa algumas ideias que ficaram de fora de “The Incredibles”.
Depois de “The Incredibles” (2004), “Brave” (2012) e ”Up” (2015), é o quarto filme do estúdio a envolver humanos.
Com 118 minutos de duração, é o filme mais longo da Pixar.