Terra Sangrenta (1984)

The Killing Fields - Poster 1

 

Título original – The Killing Fields

 

É um dos grandes filmes que se fizeram nos 80s, sobre jornalismo e conflitos militares/políticos.

 

Sydney Schanberg, repórter do “New York Times” é enviado para o Cambodia para cobrir a guerra civil que lá se vive.

Na companhia do seu ajudante local, Dith Pran, assiste às mais terríveis atrocidades.

Quando se dá a retirada das tropas americanas, Sydney fica. O mesmo faz Dith.

A situação é um desafio à amizade que os une. Mas pode ser também uma guerra pela sobrevivência.

The Killing Fields - screenshot 5

The Killing Fields - screenshot 1

Poderoso e brutal drama de guerra, centrado na cobertura jornalística do evento.

Mas o que conta mais é história sobre a amizade entre dois homens (de raças diferentes), daquilo que os une, as suas visões e julgamentos perante o que vêem, bem como a capacidade de sacrifício de um pelo outro.

The Killing Fields - screenshot 3

Muito boa fotografia.

Muito boa banda sonora do prestigiado Mike Oldfield.

The Killing Fields - screenshot 8

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Excelente prestação do elenco, mas o destaque vai para Sam Waterston (veja-se a sua determinação) e Haing S. Ngor (veja-se a sua expressividade parante a dor e o desespero).

 

Roland Joffé dirige com competência, entre o drama e a reportagem jornalística, sem complacência perante a brutalidade da guerra (veja-se a visão dos ditos “killing fields” e o inferno que Dith enfrenta).

Um auspicioso início de carreira.

The Killing Fields - screenshot 6

Um brilhante filme sobre a violência e a irracionalidade da guerra, a sobrevivência, o poder do jornalismo e a força da amizade.

 

Um clássico moderno.

 

Obrigatório.

 

“The Killing Fields” tem edição portuguesa e anda a bom preço.

The Killing Fields - screenshot 11

Realizador: Roland Joffé

Argumentista: Bruce Robinson, a partir do livro “The Death and Life of Dith Pran: A Story of Cambodia” de Sydney Schanberg

Elenco: Sam Waterston, Haing S. Ngor, John Malkovich, Julian Sands, Craig T. Nelson, Spalding Gray, Bill Paterson

 

Trailers

 

Orçamento – 14 milhões de Dólares

Bilheteira – 35 milhões de Dólares

Mercado doméstico (USA) – 16 milhões de Dólares

 

The Killing Fields - screenshot 2

“Melhor Actor Secundário” (Haing S. Ngor), “Melhor Fotografia”, “Melhor Montagem”, nos Oscars 1985. Tentou “Melhor Filme” (perdeu para “Amadeus”), “Melhor Actor” (Sam Waterston foi derrotado por F. Murray Abraham em “Amadeus”), “Melhor Realizador” (Roland Joffé perdeu para Milos Forman em “Amadeus”).

“Melhor Actor Secundário” (Haing S. Ngor), nos Globos de Ouro 1985. Tentou “Melhor Filme – Drama” (perdeu para “Amadeus”), “Melhor Actor” (F. Murray Abraham em “Amadeus” levou a melhor sobre Sam Waterston), “Melhor Realizador” (Roland Joffé foi vencido por Milos Forman em “Amadeus”).

“Melhor Filme”, “Melhor Actor” (Haing S. Ngor), “Melhor Argumento – Adaptado”, “Melhor Fotografia”, “Melhor Montagem”, “Melhor Cenografia”, “Melhor Som”, nos BAFTA 1985. Mike Oldfield (que tem no filme um dos seus trabalhos superiores) tentou “Melhor Música”, mas perdeu para Ennio Morricone em “Once Upon a Time in America” (Morricone faria o score do filme seguinte de Joffé, “The Mission”, onde seria muito elogiado e premiado). Roland Joffé foi vencido por Wim Wenders em “Paris, Texas”, como “Melhor Realizador”.

“Melhor Filme”, “Melhor Actor” (Haing S. Ngor), “Melhor Actor Secundário” (John Malkovich), “Melhor Fotografia”, pelos Críticos de Boston 1985.

“Melhor Fotografia”, pela British Society of Cinematographers 1984, pelos Críticos de Los Angeles 1984, pelos Críticos de Nova Iorque 1984.

“Melhor Produtor Estrangeiro” (David Puttnam), nos David di Donatello 1985.

“Melhor Filme Estrangeiro”, pelo Guild of German Art House Cinemas 1986.

“Realizador do Ano”, pelos Críticos de Londres 1986.

“Top 10 do Ano”, pela National Board of Review 1984.

“Melhor Fotografia”, “Melhor Actor Secundário” (John Malkovich), pelos National Society of Film Critics 1985.

“Melhor Argumento Adaptado”, pelo Writers Guild of America 1985.

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Bruce Robinson levou o seu argumento ao produtor David Puttnam. Este falou com diversos realizadores e ficou sensibilizado com a visão de Roland Joffé – para este, o argumento não era sobre um conflito, mas sobre a amizade forte entre dois homens. Foi o suficiente para Puttnam confiar a realização a Joffé.

Roy Scheider, Alan Arkin e Dustin Hoffman mostraram interesse no filme. David Puttnam e Roland Joffé sempre tiveram preferência por Sam Waterston. Perante a pressão do estúdio, produtor e realizador informaram que as filmagens poderiam acarretar perigos para os actores. Perante tal, o estúdio não falou mais no assunto.

Costa Gavras (um grande perito em cinema político) foi ponderado como realizador.

Stanley Kubrick chegou a ter interesse em realizar “The Killing Fields”, mas um amigo aconselhou-o a desistir, pois considerou o livro em que se baseia o filme como infilmável.

The Killing Fields - screenshot 10

Haing S. Ngor era médico e não actor. A sua esposa (grávida) morreu durante a época e eventos que o filme contam. Ngor chegou a ser prisoneiro do regime.

Ngor não queria participar no filme. Mas Roland Joffé insistiu, pois não conseguia encontrar um actor cambojano (muitos tinham sido mortos pela Polícia do regime).

Ngor seria assassinado em 1996, em Los Angeles. Acreditou-se que os assassinos eram simpatizantes do regime que Ngor combatia e denunciava, mas eram afinal ladrões que queriam um relógio de ouro da vítima.

Ngor foi o primeiro actor asiático a vencer um Oscar.

 

O filme foi filmado na Tailândia. Na época, ainda decorriam sequelas dos eventos vistos no filme. As autoridades tailandesas elogiaram a reconstrução dos ditos eventos, acreditando que tal chamaria a atenção do mundo.

 

O documentário de Alain Resnais, “Nuit et Brouillard” (1956) foi uma forte influência sobre o filme.

 

Na máquina fotográfica usada por John Malkovich havia película. Tal permitiu ao actor tirar várias fotografias durante as filmagens.

A cena da evacuação de Phnom Penh necessitou de 3.000 figurantes.

 

Durante esta fase dos 80s, muitos foram os filme produzidos por Hollywood, sobre jornalismo e cenários de guerra (na Ásia, na América Central e do Sul) – “Salvador” (1986, de Oliver Stone, com James Woods), “Under Fire” (1983, de Roger Spottiswoode, com Nick Nolte, Joana Cassidy e Gene Hackman), “Circle of Deceit” (1981, de Volker Schlöndorff, com  Bruno Ganz, Hanna Schygulla e Jean Carmet), “Cry Freedom” (1987, de Richard Attenborough, com Denzel Washington e Kevin Kline) e “The Year of Living Dangerously” (1982, de Peter Weir, com Mel Gibson, Sigourney Weaver e Linda Hunt).

The Killing Fields - screenshot 9

Puttnam considera este como o seu melhor filme.

Está nos “1001 Movies You Must See Before You Die”, de Steven Schneider.

Está na posição #100 do “100 Melhores Filmes Britânicos”, do British Film Institute.

É #30 nos “100 Filmes Mais Comoventes”.

É o #60 dos “100 Filmes Mais Inpiradores”, do American Film Institute.

 

Christopher Hudson escreveu uma novelização do filme.

 

A banda sonora de Mike Oldfield

 

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