Título original – The Pride and the Passion
Um grande cineasta (sempre a fazer reflexões políticas) e um luxuoso trio de actores.
Haja orgulho em ver esta paixão de Cinema.
Espanha. Anos das invasões napoleónicas.
Um oficial da marinha inglesa chega a uma povoação para ajudar na reparação de um enorme canhão.
Mas o grupo local tem outros planos para tal arma.
E assim se inicia uma jornada para libertação de uma cidade.
Jornada épica de esforço, sacrifício e peripécias, à volta do transporte de um enorme e poderoso canhão que é a chave decisiva para a libertação de um povo.
Stanley Kramer (cineasta sempre político, qualquer que fosse o género abordado) aproveita tal trama para contar uma história sobre o orgulho, paixão, bravura e patriotismo de um povo.
Como rezam as regras, a paixão é tempestiva (é um triângulo amoroso provocado por Sophia Loren, portanto…), a acção é plena de orgulho na entrega.
No meio de tanta paixão, o filme acelera para um final de bom poder de espectáculo, com bem encenada acção.
O canhão torna-se praticamente o protagonista, pela forma como move os personagens, as suas motivações e atitudes, bem como os eventos que origina.
Kramer dirige com competência, carregado bem no lado épico dos eventos e da determinação dos personagens.
Cary Grant dá a sua habitual postura elegante e de discreto heroísmo.
Frank Sinatra muito bem entre o rebelde e o humilde.
Sophia Loren aquece a pradaria e o ecran (vejam-na a dançar).
Um muito correcto épico histórico, que se vê como um actioner.
Um clássico.
Muito recomendável.
“The Pride and The Passion” não tem edição portuguesa. Consta de um pack, vendido entre nós, com o título “Frank Sinatra Collection – Volume 1”, vindo de Espanha, com legendas em Português. O preço anda jeitoso, há qualidade de imagem e som, lamenta-se é a desastrosa legendagem.
Realizador: Stanley Kramer
Argumentistas: Edna Anhalt, Edward Anhalt, a partir do romance de C.S. Forester
Elenco: Cary Grant, Frank Sinatra, Sophia Loren
Orçamento – 3.7 milhões de Dólares
Bilheteira – 8.7 milhões de Dólares
Mercado doméstico – 5.5 milhões de Dólares
Trailers
Marlon Brando tinha sido abordado, mas recusou por achar o argumento mediocre (hmm, que dizer de alguns argumentos a que ele disse Sim – “The Formula”, “The Island of Doctor Moreau”). Frank Sinatra substituiu-o.
O casal argumentista (Edna & Edward Anhalt) estava numa fase de divórcio. Isso levou-os a serem algo descuidados no argumento.
Sophia Loren fez um curso de Inglês.
Frank Sinatra aceitou fazer o filme no sentido de conseguir estar com a esposa Ava Gardner, que se encontrava em Espanha a filmar “The Sun Also Rises” (1957). O casal estava em crise. Perante a não-reconciliação, Sinatra procurou abandonar a produção. Stanley Kramer conseguiu acalmá-lo – filmagens de dois dias, num set de Hollywood.
Já Cary Grant ficou contente por ir para Espanha e assim deixar a esposa Betsy Drake, cujo casamento também estava em crise. Contudo, mais tarde Grant considerou a escolha sobre ele como um erro de casting.
É o primeiro de dois filmes que Sophia Loren e Grant fizeram juntos – o outro é “Houseboat” (1958). Grant apaixonou-se por Sophia e chegou mesmo a haver um affair entre ambos. Mas Sophia achou que Grant era algo obsessivo com ela. E Carlo Ponti (então manager dela) foi o eleito como marido.