Rei Artur, os Cavaleiros da Távola Redeonda, Camelot e a espada Excalibur, são elementos de uma lenda eterna, sempre fascinante, à qual o Cinema bate sempre à porta.
Eis uma das grandes versões da lenda.
Artur, um simples escudeiro, consegue retirar Excalibur, a espada que é digna do Rei.
Tornado Rei, Artur tem como conselheiro o mágico Merlin, funda Camelot, junta um grupo de nobres cavaleiros e une um reino.
Mas há quem o queira destruir.
A clássica lenda recebe o épico tratamento de Sword & Sorcery que merece.
Vistoso, espectacular e brutal.
É também um conto sobre o poder, a ambição e a decadência humana sobre tal.
Dotado de grande beleza visual, o filme tem uma encenação entre o teatral e a ópera.
Excelentes valores de produção, traduzidos num sumptuoso trabalho a nível de fotografia, cenografia e guarda-roupa.
Majestosa banda sonora (do grande Trevor Jones), que faz um magnífico uso do mítico “Carmina Burana”.
Excelente prestação de todo o elenco.
John Boorman dirige com sentido épico e de fantasia, não se inibindo de alguma brutalidade nos momentos de confronto.
Pode muito bem ser o título definitivo sobre a Lenda do Rei Artur.
Obrigatório.
“Excalibur” não tem edição portuguesa, mas pode ser encontrado noutros mercados, a bom preço. Algumas edições têm legendas em Português.
Realizador: John Boorman
Argumentistas: Rospo Pallenberg, John Boorman, a partir do livro de Thomas Malory
Elenco: Nigel Terry, Nicholas Clay, Cherie Lunghi, Nicol Williamson, Helen Mirren, Paul Geoffrey, Gabriel Byrne, Liam Neeson, Patrick Stewart, Ciarán Hinds, Charley Boorman
Orçamento – 11 milhões de Dólares
Bilheteira – 35 milhões de Dólares
Trailer
“Melhor Guarda-Roupa”, nos Prémios Saturn 1982. Tentou ser “Melhor Filme de Fantasia”, mas perdeu para “Raiders of the Lost Ark”.
“Melhor Contribuição Artística”, em Cannes 1981. Esteve nomeado para a “Palme d’Or”, mas perdeu para “Man of Iron” de Andrzej Wajda.
O projecto já andava na mente de John Boorman desse 1969, mas a United Artists rejeitou sempre, procurando que Boorman adaptasse “The Lord of the Rings”. Boorman também procurou tal projecto, mas como não conseguiu os direitos, “Excalibur” avançou.
Max von Sydow chegou a ser ponderado como Merlin.
Sean Connery (que já tinha trabalhado com Borman em “Zardoz”) chegou a ser ponderado como Rei Artur. Curiosamente, Connery seria Artur em “First Knight” (1995, ao lado de Richard Gere e Julia Ormond).
Primeiro filme de Gabriel Byrne, Liam Neeson, Ciarán Hinds e Cherie Lunghi.
Igrayne, a Dama do Lago e o jovem Mordred são interpretados pelos filhos de John Boorman – Katrine, Telsche e Charley.
Helen Mirren e Nicol Williamson não se davam bem, depois de terem participado em “Macbeth”. Boorman convocou-os precisamente devido a essa animosidade, que seria adequada ao filme.
A United Artists disse a Boorman que poderia chamar qualquer actor para Merlin excepto… Nicol Williamson.
Boorman apostou mais no argumento que nos actores. Por isso, procurou actores desconhecidos do grande público.
Na cena onde Morgana dá à luz, é a cabeça de Helen Mirren que surge de um buraco e é o corpo de uma mulher grávida (de rosto tapado)
A cena de amor entre Guinevere e Lancelot foi fimada numa floresta, com bastante frio e muitos mosquitos.
Camelot é vista no horizonte como reflexo de uma maquete.
O sol vermelho era um disco a reflectir uma luz reflectida por um espelho.
Choveu durante grande parte das filmagens.
A floresta vista no filme fica na Irlanda e está muito próxima à casa de Boorman.
Boorman usou muitas das locations vistas em “Zardoz” (1974).
Neil Jordan (futuro realizador – “The Company of Wolves”, “Mona Lisa”) estava no set a filmar o making of.
O primeiro cut do filme era de quase 3 horas.
Bryan Singer (“The Usual Suspects”, “X-Men”, “Superman Returns”) tentou, durante anos, fazer um remake a “Excalibur”. O projecto está cancelado.
Em 2013 foi feito um documentário sobre o filme. Intitulado “Behind the Sword in the Stone”, conta com as presenças de John Boorman, Nigel Terry, Helen Mirren, Patrick Stewart, Liam Neeson, Gabriel Byrne, Cherie Lunghi e Charley Boorman. Aguarda-se a Special Edition do filme que traga este documentário.
“Carmina Burana”