Título original – Waterloo Bridge
“Waterloo Bridge” já tinha algum estatuto – da peça teatral e da versão cinematográfica de 1931.
Eis uma nova versão.
Com um par de sonho.
Londres, anos da Segunda Guerra Mundial.
Um oficial do exército britânico atravessa a Ponte de Waterloo. Por ele surgem memórias. Memórias de eventos que remontam à Primeira Guerra Mundial e à mesma ponte. Memórias que o levam a um grande amor. Memórias de uma mulher.
Love Story em tempo de guerra, onde o sentimento surge de forma rápida, intensa e urgente.
História de um “encontro imediato” e de sintonia sentimental, ilustrando um amor que se vê abalado, mas não vencido pelo Tempo e pela Guerra.
Vivien Leigh e Robert Taylor estão esplendorosos, plenos de química e sentimento, mostrando porque merecem ficar juntos para sempre (no coração cinéfilo).
Mervyn LeRoy era um mestre artesão para todo o tipo de géneros e tem aqui um dos momentos mais altos da sua carreira, pelo tom sentimental com que pinta as imagens (os encontros; o plano na ponte, onde se ilustram as quatro estações).
Um must absoluto do Romantic Cinema.
Obrigatório.
“Waterloo Bridge” não tem edição portuguesa, mas existe noutros mercados, a bom preço.
“Waterloo Bridge” vale pelos seus imensos méritos, mas, porque é uma nova versão, tem de ser medido com o seu antecessor original.
- A versão de 1931 é mais jovem, inocente e imberbe (ainda que a rapariga dê uma postura mais adulta e racional), centrada exclusivamente nos protagonistas e num par de espaços.
- A versão de 1940 é mais adulta nos dois personagens, alarga-se no espaço, nos eventos e personagens (todos relevantes), conseguindo uma maior densidade humana e emocional.
(o facto de durar mais 30 minutos também ajuda)
Muitos são os méritos da versão de 1930, mas a versão de 1940 é, de facto, melhor.
(mas nem pensem em ignorar a versão de 1930, ok?)
Realizador: Mervyn LeRoy
Argumentistas: S.N. Behrman, Hans Rameau, George Froeschel, a partir da peça teatral de Robert E. Sherwood
Elenco: Vivien Leigh, Robert Taylor, Lucile Watson, Virginia Field, Maria Ouspenskaya, C. Aubrey Smith
Trailer
Orçamento – 1.1 milhões de Dólares
Bilheteira – 1.2 milhões de Dólares (USA); 1.2 milhões de Dólares (resto do mundo)
“Melhor Interpretação” (Vivien Leigh), pela National Board of Review 1940.
O filme adapta a peça teatral “Waterloo Bridge”, de Robert E. Sherwood. A peça estreou no Fulton Theatre, a 6 de Janeiro de 1930. Durou 64 representações. Sherwood inspirou-se numa experiência sua, enquanto combatente da Primeira Guerra Mundial, em 1918, quando conheceu uma menina de rua durante um raid aéreo.
Foi o filme seguinte de Vivien Leigh, logo após a consagração em “Gone With The Wind” (1939). O filme pretendia mostrar que a actriz era capaz de criar uma personagem mais sentimental.
Reencontro entre Leigh e Robert Taylor, depois de “A Yank at Oxford” (1938).
Leigh queria Laurence Olivier para co-protagonista (ambos casariam, algum tempo depois). A MGM preferiu que Olivier fosse Mr. Darcy em “Pride and Prejudice”.
Ethel Griffies interpreta a senhoria da casa de Myra, nas duas versões de “Waterloo Bridge” (1931 e 1940).
Rita Carlyle interpreta a idosa na ponte, nas duas versões de “Waterloo Bridge” (1931 e 1940) – na primeira versão é a senhora que deixa cair o cesto com as batatas, na segunda versão é a vendedora de flores.
Na cena em que os protagonistas dançam ao som de “Auld Lang Syne”, era suposto haver diálogo. Mas ninguém conseguia criar as palavras adequadas. As horas passavam e nada de notável surgia. Mervyn LeRoy, que já tinha experiência na fase do mudo, decidiu que a cena não precisava de diálogo. E a cena assim ficou.
(ao vê-la, percebemos fácil e rapidamente porque LeRoy cometeu a decisão certa)
O filme estreou alguns meses depois da invasão nazi na Polónia e nos primeiros tempos da invasão nazi em França.
Quando o filme estreia, a RAF já andava a fazer missões de bombardeamento aéreo em cidade alemães.
O “The Screen Guild Theater” emitiu uma versão radiofónica de 30 minutos, em Janeiro de 1941. Joan Fontaine e Brian Aherne davam vozes aos protagonistas.
O “The Screen Guild Theater” emitiu uma versão radiofónica de 30 minutos, em Setembro de 1946. Robert Taylor retomou o seu personagem, Barbara Stanwyck acompanhava-o.
O “Screen Directors Playhouse” emitiu uma versão radiofónica de 30 minutos, em Setembro de 1951. Norma Shearer dava voz à protagonista.
O filme ganhou uma imensa popularidade na China, ao longo de décadas. Chegaram-se a fazer audio guides para aprendizagem de Inglês com diálogos do filme.
Vivien Leigh tinha “Waterloo Bridge” como o seu filme preferido, dentro da sua filmografia.
Robert Taylor tinha “Waterloo Bridge” como o seu filme preferido, dentro da sua filmografia.
Filme romântico e música maravilhosa. Atores fenomenal. Não fazem mais.
De facto.
Aproveite-se o eterno (re)ver destes classicos. Por isso são… Clássicos.