Um clássico do romantic war melodrama.
Dirige um Mestre para o Terror – James Whale.
Londres, anos da Primeira Guerra Mundial.
Myra é prostituta. Roy é um soldado americano.
Os dois encontram-se e nasce algo entre ambos. Roy vive mais a relação e o sentimento, procurando aproximar Myra da família dele. Myra procura manter alguma distância, por forma a evitar que Roy saiba a verdade sobre ela.
Intensa, breve e impossível Love Story, movida pelo contraste social, pela eventual “moralidade”, pela urgência no tempo e pela pureza sentimental.
Um dos encantos é mesmo o choque das mentalidades dos protagonistas – ele é imberbe e emocional, ela é experiente e racional.
Mae Clarke e Kent Douglass estão maravilhosos, de uma química tão natural como pura.
James Whale dirige com enorme sensibilidade, mostrando que o seu talento não se limitaria ao terror (“Frankenstein” e “The Invisible Man” viriam a caminho).
Uma daquelas histórias de amor à antiga, que palpitam o nosso coração e desfalecem as nossas lágrimas.
Um clássico indiscutível.
Obrigatório.
“Waterloo Bridge” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço.
Realizador: James Whale
Argumentistas: Benn W. Levy, Tom Reed, a partir da peça teatral de Robert E. Sherwood
Elenco: Mae Clarke, Douglass Montgomery (como Kent Douglass), Doris Lloyd, Frederick Kerr, Enid Bennett, Bette Davis, Ethel Griffies
Clips
Filme
Orçamento – 251.000 Dólares
O filme adapta a peça teatral “Waterloo Bridge”, de Robert E. Sherwood. A peça estreou no Fulton Theatre, a 6 de Janeiro de 1930. Durou 64 representações. Sherwood inspirou-se numa experiência sua, enquanto combatente da Primeira Guerra Mundial, em 1918, quando conheceu uma menina de rua durante um raid aéreo.
A peça de Sherwood não foi um sucesso (nem com a crítica nem com o público), mas o produtor Carl Laemmle, Jr. viu qualidade na obra e comprou os direitos para a Universal Pictures.
Laemmle, Jr. ficou muito bem impressionado com “Journey’s End” (1930), realizado por James Whale, pelo que convocou o realizador para fazer “Waterloo Bridge”.
A Universal estava com problemas financeiros, pelo que Laemmle, Jr. teve de financiar o filme.
Rose Hobart chegou a ser anunciada como protagonista. A actriz recusou quando soube que o seu contrato com a Universal não seria renovado.
O filme teve um prazo de filmagens de 26 dias.
Douglass Montgomery tinha pouca experiência e foi alvo de muita atenção de Whale.
Whale terminou o filme com um custo de menos 50.000 Dólares. Laemmle Jr. ficou tão bem impressionado que deu a Whale a possibilidade de escolher qualquer projecto do estúdio. A escolha caiu sobre “Frankenstein” e… o resto é História.
Ethel Griffies interpreta a senhoria da casa de Myra, em duas versões de “Waterloo Bridge” (1931 e 1940).
Rita Carlyle interpreta a idosa na ponte, em duas versões de “Waterloo Bridge” (1931 e 1940) – na primeira versão é a senhora que deixa cair o cesto com as batatas, na segunda versão é a vendedora de flores.
O filme teria duas novas versões:
- Em 1940, com Vivien Leigh e Robert Taylor, com realização de Mervyn LeRoy. O título manteve-se como “Waterloo Bridge”.
- Em 1956, com Leslie Caron e John Kerr, com realização de Curtis Bernhardt. O título passou a ser “Gaby”.