Título original – The Commuter
Liam “action” Neeson is back.
Todos (os fãs) a bordo.
Um homem, viajante habitual de um comboio, é “convidado” por uma misteriosa mulher no sentido de participar num “jogo”.
Mas o homem vai descobrir que tudo não passa de uma elaborada conspiração.
Comboios.
Suspense, peripécias, acção, sedução, mistério.
Em quem pensamos?
(OK, OK, por vezes em Agatha Christie, também)
Yup.
Alfred Hitchcock.
Basta ver as maravilhas que ele fez a bordo deste romântico transporte – “Number Seventeen”, “The 39 Steps”, “Strangers on a Train”, “North by Northwest” e, claro, esse manual para este (sub-)género que é “The Lady Vanishes”.
“The Commuter” pega em elementos do action thriller clássico de Hitchcock (o homem normal metido numa enorme alhada), o desafio à volta de um jogo de morte (como se via em “Strangers on a Train”), um mistério à Agatha Christie (muitos suspeitos num comboio, que se vão isolando à medida que se obtém mais informação) e os pergaminhos de um habitual conspiracy thriller.
A combinação resulta e entretém.
O leque de secundários é notável, mas nada de mais lhes é pedido. Aliás, cada um tem uma presença que se mede em poucos minutos.
Liam Neeson é a estrela a bordo e o veterano actor (que passa muito tempo a “lamentar-se” dos seus 60 anos) continua em grande forma para o género. Airosamente, em fracção de segundos, é vê-lo a saltar do desespero (quando percebe o que pode acontecer à sua família) à raiva (quando decide “arregaçar mangas”), sempre pronto ao heroísmo (as lutas com os vilões).
Jaume Collet-Serra dirige com eficácia, bom ritmo, consegue assegurar o suspense e o interesse, fazendo até umas “piruetas técnicas” (a luta em plano-sequência).
Faltou só aquela pontinha de humor (descontraído e refinado), melhor organização narrativa (há algo de forçado no motivo da conspiração e na forma como os vilões estão a par de tudo) e uma variedade carismática de personagens (algo em que Hitchcock também era mestre – basta ver… “The Lady Vanishes”).
É um “´Non-Stop` (“por acaso” também de Collet-Serra e com Neeson) on a Train”? Sim, mas nenhum mal há nisso.
Neeson consegue sempre dar espessura emocional ao vulgar actioner.
Não é um Action Neeson Vintage (“Darkman”, “Taken”, “The A- Team”, “A Walk Among the Tombstones”, “Run All Night”), mas “The Commuter” chega bem ao seu destino – entretenimento. E Neeson já tem em agenda um par de actioners. Venham eles.
Vê-se muito bem.
“The Commuter” já está nas salas portuguesas.
Realizador: Jaume Collet-Serra
Argumentistas: Byron Willinger, Philip de Blasi, Ryan Engle
Elenco: Liam Neeson, Vera Farmiga, Patrick Wilson, Jonathan Banks, Sam Neill, Elizabeth McGovern
Trailers
Orçamento – 30 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 31 milhões de Dólares (USA); 59 (mundial)
Vários reencontros:
Liam Neeson e Jaume Collet-Serra, depois de “Unknown” (2011), “Non-Stop” (2014) e “Run All Night” (2015).
Neeson e Patrick Wilson, depois de “The A-Team” (2010).
Vera Farmiga e Collet-Serra, depois de “Orphan” (2009).
Farmiga e Wilson, depois de “The Conjuring” (2013) e “The Conjuring 2” (2016).
Neeson e Elizabeth McGovern, depois de “Clash of the Titans” (2010).
Neeson foi sujeito a um treino rigoroso.
Farmiga volta a estar em comboios e enigmáticos eventos, depois de “Source Code” (2011).
Filmado em Inglaterra, nos estúdios Pinewood.