Título original – Star Wars – Episode VIII: The Last Jedi
É o regresso da saga mais famosa do Cinema.
Terceira trilogia, episódio do meio.
As coisas ficam dark – seja pelo crescer do Dark Side, seja pela despedida (um pela narrativa, outra pelo dark side da Vida) de dois personagens queridos (e veteranos da saga).
No desenlace dos eventos do Episode VII, Rey parte em busca de Luke Skywalker, para que este a ajude.
Luke é obrigado a sair do seu retiro, treina Rey e reencontra alguns dos seus antigos companheiros e amigos.
A Aliança encontra uma nova Força neste veterano Jedi. Mas será suficiente?
“The Last Jedi” é o “The Empire Strikes Back” desta nova trilogia.
Tom mais negro, mais drama, mais pessimismo, crescimento do poder do Império, o mundo dos Jedi e o treino de um novato por um veterano, descobertas (inesperadas e surpreendentes) sobre o passado de alguns dos personagens centrais.
Reciclagem de material antigo, portanto?
Sim, de certo modo. Mas resulta.
Se o anterior “The Force Awakens” trazia um mix de “A New Hope” com “The Empire Strikes Back”, este “The Last Jedi” junta elementos de “The Empire Strikes Back” e “Return of the Jedi”.
É um facto que esta nova trilogia nada de novo traz, recicla e renova aspectos narrativos da trilogia original (Episodes IV, V e VI), procurando adaptá-los aos gostos das novas gerações (mas com um look e feel que agrade aos espectadores veteranos – os que cresceram com a trilogia orginal), com novos e apelativos personagens.
Se “The Force Awakens” era uma despedida heróica a Han Solo, “The Last Jedi” permite um igual adeus heróico a Luke Skywalker e também à Princesa Leia Organa (ela despede-se devido ao falecimento recente de Carrie Fisher).
A história permite sabermos mais sobre o que aconteceu com Luke ao longo destes anos, do seu retiro e do porquê, bem como a sua motivação para um último acto com a Força. E fá-lo com nobreza, ao nível de um Jedi.
(já agora, atenção ao regresso de um muito amado personagem da saga, que vai fazer sorrir muito nerd)
A Princesa acaba por ser obrigada a ter aqui o seu último comando da Aliança (embora o final indicie que seria ela a protagonista do Episode IX – o que faria que cada episódio desta nova trilogia desse protagonismo aos três heróis da trilogia original). Fá-lo com igual nobreza, rebeldia e sentimento de líder, mãe e irmã.
O argumento dá muita atenção a Luke e a Leia, mas encontra sempre espaço para desenvolver os novos personagens desta nova trilogia, dando-lhes o seu lugar e relevo, construindo motivações, relações, atitudes e emoções.
(é visível o quanto já se planeia o futuro da saga, agora alicerçado nestes novos personagens)
À semelhança de “The Force Awakens”, retoma-se contacto com os nossos side-kicks favoritos – R2-D2 e C-3PO (embora se limitem apenas a fazer presença), Chewie (agora com presença mais heróica e relevante) e o dito personagem-surpresa.
Fiel ao espírito da saga, surgem criaturas diferentes e ternurentas (os animais da ilha e do refúgio final), dinâmicos duelos com light saber, acrobáticos combates em X-Wing e acções espectaculares a bordo do Millennium Falcon.
Brilhantes efeitos visuais (atenção à batalha final).
John Williams volta a fazer um épico score, ora negro, ora heróico, a momentos esperançoso.
Rian Johnson dirige com ritmo e bom sentido de espectáculo (as batalhas em terra e no espaço), combinando o estilo old school da saga clássica com o uso das tecnologias modernas.
Bom trabalho do elenco.
Mark Hamill e Carrie Fisher fazem uma despedida digna, que vai comover os fãs. Oscar Isaac convence como herói rebelde. Adam Driver continua perturbante como vilão. Daisy Ridley mostra-se ainda mais à vontade como intrépida protagonista.
Laura Dern e Benicio Del Toro é que estão desaproveitados.
“The Last Jedi” confirma que a saga “Star Wars” já nada tem para trazer de novo, mas mostra que sabe reutilizar o material antigo com inteligência, dando bom espectáculo à moda antiga, sem ignorar o modernismo, agradando aos fãs de todas as idades.
Aguardemos então pelo desfecho da trilogia e saber se vence o Dark Side ou a Force.
Até lá, May the Force be with You.
Muito recomendável.
A Force de “The Last Jedi” já está nas salas portuguesas.
Realizador: Rian Johnson
Argumentista: Rian Johnson, a partir de personagens criados por George Lucas
Elenco: Mark Hamill, Carrie Fisher, Daisy Ridley, Adam Driver, John Boyega, Oscar Isaac, Billie Lourd, Andy Serkis, Domhnall Gleeson, Justin Theroux, Gwendoline Christie, Laura Dern, Benicio Del Toro, Lupita Nyong’o, Warwick Davis, Peter Mayhew, Gareth Edwards, Anthony Daniels
Site – http://www.starwars.com
Orçamento – 250 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 220 milhões de Dólares (USA); 450 (mundial)
“Melhor Poster para Filme de Fantasia”, nos Prémios Golden Trailer 2017.
Esta nova trilogia termina em 2019, com o Episode IX (Rian Johnson ia ser o argumentista, mas tal ficou cancelado; J.J. Abrams está convocado como realizador e argumentista, regressando à saga depois do Episode VII; Abrams substitui Colin Trevorrow, que saiu por conflitos criativos com o estúdio).
Em 2018 surgirá “Solo: A Star Wars Story”, que focará a juventude de Han Solo. Ron Howard realiza (regressando assim ao universo criativo de George Lucas, depois de “Willow” em 1988), em substituição da dupla Phil Lord & Christopher Miller (saíram de cena por conflitos criativos com o estúdio). Lawrence Kasdan (que participa pela quarta e última vez na saga – “The Empire Strikes Back”, “Return of the Jedi” e “The Force Awakens”) e o filho Jon escrevem o argumento. O elenco conta com Alden Ehrenreich (vamos ver como se sai a interpretar o personagem imortalizado por Harrison Ford), Emilia Clarke, Paul Bettany, Woody Harrelson, Clint Howard, Donald Glover, Thandie Newton, Warwick Davis.
A Disney pretende continuar a saga a partir de 2020, agora centrada apenas nos novos personagens.
Johnson tem ideias para uma nova trilogia e já está chamado como argumentista para tal.
Já há ideias para um filme sobre Obi-Wan Kenobi.
Rian Johnson chegou a ser ponderado como realizador de “The Force Awakens”.
Johnson teve como inspirações os filmes “Twelve O’Clock High” e “The Bridge on the River Kwai”.
Lawrence Kasdan tinha começado o argumento, mas foi chamado para dar mais dedicação a “The Force Awakens”. Johnson pediu para recomeçar o argumento do zero.
Mark Hamill chegou a manifestar a Johnson o seu desagrado pela forma como o argumento tratava o personagem de Luke.
É o último filme de Carrie Fisher, falecida no final de 2016. A actriz já tinha completado todas as filmagens necessárias. Nenhum corte foi feito às suas cenas. Contudo, o Episode IX terá de fazer alterações narrativas devido à ausência da actriz/personagem.
Fisher ajudou Johnson na escrita do argumento.
“Space Bear” – título durante a produção.
Segundo filme da saga onde o título tem o nome Jedi – “Return of the Jedi” (1983) foi o outro.
Hamill tem um look semelhante ao que Alec Guiness (Obi-Wan Kenobi) tinha em “A New Hope”. Guiness tinha na época 63 anos. Hamill tem 64.
Os Princípes William e Harry visitaram o set e até fizeram um cameo como stormtroopers.
É o primeiro filme de Johnson que não tem o score assinado pelo seu irmão Nathan.
Primeiro filme da saga onde R2-D2 não é interpretado por Kenny Baker. O actor já faleceu. Foi subsituído por Jimmy Vee.
150 minutos – é a duração do filme, tornando-o o mais longo da saga.
Ia estrear em Maio de 2017, mas o estúdio decidiu mudar para Dezembro, perante os (excelentes) número$ de “The Force Awakens” em 2015.
O filme estreia 40 anos depois de “A New Hope” (o Episode IV, o episódio que tudo começou), marcando assim a celebração dos 40 anos da saga.
A Grande Ilusão 