Título original – The Hand That Rocks the Cradle
Uma ama-seca dá sempre jeito.
Mas depois deste filme, pode-se começar a ter medo delas.
Rebecca De Mornay embala o filme.
Ao saber do suicídio do seu marido, uma mulher prepara a vingança sobre a pessoa que lhe matou o ente querido.
Mete-se na casa da sua futura vítima, é contratada como ama do bebé da casa e começa a espalhar o medo.
Suspense, tensão, terror e medo, à volta de uma situação que será o maior pesadelo de uma mãe.
O filme não é maniqueísta, leva o espectador a escolher lados (e não faltarão simpatizantes da ama) – a vilã tem as suas razões e a vítima não é inteiramente inocente.
O filme usa a trama para abordar o clássico tema da família all-american, unida e plena de bem-estar.
Argumento bem urdido e organizado, criando a devida progressão das relações, tensões e confrontações.
Curtis Hanson dirige com grande competência e bem-saber, com bom ritmo, sentido de suspense e cria bons sustos.
Rebecca De Mornay é impressionante, plena de sensualidade e fatalidade, gerando medo e desejo.
Rebecca e o filme seguem uma regra de Hitchcock – quanto melhor o vilão (ou vilã), melhor o filme. E é isso que aqui acontece. Rebecca cativa o espectador pela combinação de sensualidade e temor, mas também pelas suas motivações. Não evitamos um sorrir por cada vez que ela sai triunfante e até desejamos que ela saia vencedora.
É vê-la a ameaçar uma criança (será que ela se molhou?), é vê-la a ameaçar um deficiente mental (cuja doença deve ter piorado), o seu olhar ameaçador (o espectador sente arrepios), a sua influência na mom no sentido de a fazer acreditar que o marido lhe é infiel, a forma como ela despacha uma rival e seduz o marido da mom – momentos e nuances que atestam uma grande actriz, uma grande interpretação e que dão luxo ao filme.
Sonho e pesadelo, num filme que manipula perfeitamente esse tipo de emoções no espectador.
Muito recomendável.
“The Hand That Rocks the Cradle” não tem edição portuguesa. Existe em diversos mercados, a muito bom preço.
Realizador: Curtis Hanson
Argumentista: Amanda Silver
Elenco: Rebecca De Mornay, Annabella Sciorra, Matt McCoy, Ernie Hudson, Julianne Moore, Madeline Zima, John de Lancie
Orçamento – 12 milhões de Dólares
Bilheteira – 88 milhões de Dólares
Mercado doméstico – 40 milhões de Dólares
Trailer
Esteve nomeado para “Melhor Filme de Terror”, nos Prémios Saturn 1993, mas perdeu para “Dracula”. Rebecca De Mornay tentou ser “Melhor Actriz”, mas perdeu para Virginia Madsen em “Candyman”.
“Melhor Música”, nos Prémios ASCAP Film and Television Music 1993.
“Grande Prémio”, “Prémio do Público”, “Melhor Actriz” (Rebecca De Mornay), no Festival de Cinema Policial de Cognac 1992.
“Melhor Vilã” (Rebecca De Mornay), nos Prémios MTV Movie 1992.
Rebecca De Mornay fez uma audition para ser a mãe ameaçada. Annabella Sciorra fez uma audition para ser a vilã.
(o resultado acabou por ser o oposto e o filme bem beneficiou disso)
Kevin Spacey foi considerado como o marido.
Cybill Shepherd recusou ser a vilã.
É o primeiro filme de Madeline Zima.
808 Yakima – é a morada para a qual uma personagem chama a Polícia. É também a morada onde fica a casa onde o filme foi filmado.
O título do filme vem de um poema escrito por William Ross Wallace.
Ei-lo – http://www.potw.org/archive/potw391.html