Título original – Kingsman: The Golden Circle
“Kinsgman: The Secret Service” (já aqui visto) foi uma das grandes surpresas (e grandes filmes) de 2014.
Matthew Vaughn regressava à bd (“X-Men: First Class”, “Kick-Ass”) e assinava uma carta de amor à saga James Bond (mais concretamente à fase de Roger Moore) – serviços secretos, gadgets criativos, acção estonteante, humor, elegância nas roupas, decors e estilo na atitude.
Como se fosse pouco, mostrou o quanto Colin Firth é um excelente action hero.
Perante o (enorme) sucesso do filme, eis a sequela.
Os “Kingsman” vêem o seu quartel-general a ser destruído.
Procuram ajuda numa organização equivalente, nos USA.
Apesar das diferenças de métodos, todos os agentes envolvidos juntam esforços para derrotar o inimigo comum.
Para além da (enorme) diversão criada no espectador, era bem visível o quanto Matthew Vaughn, elenco e equipa técnica se estavam a divertir com “Kingsman: The Secret Service”.
Perante o tom e estilo do filme, para esta sequela só se poderia esperar mais do mesmo.
Nesse aspecto, “Kingsman: The Golden Circle” cumpre e até excede as expectativas.
Logo desde o início, Vaughn mete prego a fundo (ou o filme não começasse com uma alucinante perseguição automobilística pelas ruas de Londres), carrega bem no espectáculo e no show-on de efeitos visuais (muito bons, diga-se).
É a acção e o espectáculo que comandam o filme, que fica com menos espaço (ao contrário do que aconteceu no filme original – onde havia lugar para uma história de amor paternal) para personagens, relações e emoções (embora se procure algo disso no reencontro entre Eggsy e Harry, bem como na relação de Eggsy com a namorada).
Aliado a isso há muito bom humor (a atitude da vilã – uma hilariante Julianne Moore; a louca presença de “Sir” Elton John – que brinca com a sua própria imagem; o choque cultural entre britânicos e americanos) e uma encenação da violência que chega a ser tão ultra que até diverte.
O elenco está em sintonia com o filme e entre si, mostrando o quanto se estão a divertir.
E o mesmo se aplica a Vaughn, que procura superar tudo o que fez no filme original.
O resultado é grande, espectacular e divertido entretenimento, menos fresco, emotivo e original que o filme anterior, nada de novo oferece, mas cumpre o seu objectivo.
Muito recomendável.
“Kingsman: The Golden Circle” já anda nas nossas salas.
Realizador: Matthew Vaughn
Argumentistas: Jane Goldman, Matthew Vaughn, a partir da bd de Mark Millar e Dave Gibbons
Elenco: Taron Egerton, Colin Firth, Mark Strong, Julianne Moore, Michael Gambon, Sophie Cookson, Channing Tatum, Halle Berry, Elton John, Jeff Bridges, Pedro Pascal
Site – http://www.foxmovies.com/movies/kingsman-the-golden-circle
Orçamento – 104 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 66 milhões de Dólares (USA); 192 (mundial)
É a primeira vez que Matthew Vaughn realiza uma sequela de um filme seu – “X-Men: First Class” e “Kick-Ass” tiveram sequelas onde Vaughn participou apenas como produtor.
Primeiro encontro entre Colin Firth e Jeff Bridges, que se confrontaram por duas vezes em Oscars recentes – em 2010, Firth era nomeado por “A Single Man” e Bridges por “Crazy Heart” (que lhe valeria a estatueta); em 2011, Firth é nomeado por “The King`s Speech” (que lhe vale a estatueta) e Bridges é nomeado por “True Grit”.
Reencontro de Julianne Moore com Firth e Bridges – com o primeiro esteve em “A Single Man”, com o segundo foi em “The Big Lebowski”.
Reencontro entre Firth e Mark Strong, depois de “Tinker Tailor Soldier Spy” (2011) e “Kingsman: The Secret Service” (2014).
Quarto encontro entre Strong e Vaughn, depois de “Stardust”, “Kick-Ass” e “Kingsman: The Secret Service”.
Vaughn pretende fazer uma trilogia, mas ainda nada se sabe sobre “Kingsman 3”.