Título original – Allied
É o regresso de Robert Zemeckis.
Um par de luxo, num filme à moda antiga.
1942.
Um oficial dos Aliados junta-se a uma agente da Resistência Francesa para uma missão em Marrocos.
A missão corre bem, os dois apaixonam-se e casam.
Mas ele é informado que ela é uma espia nazi.
O que fazer? Matá-la ou salvá-la?
Com “Raiders of the Lost Ark”, Steven Spielberg fez um nostálgico, cinéfilo, vivo, energético, entusiasmante e feliz regresso ao modelo de action/adventure B e Serial dos 40s.
Robert Zemeckis, fiel afilhado de Spielberg (Spielberg produziu a Zemeckis a trilogia “Back to the Future”; Zemeckis escreveu “1941” para Spielberg) decide fazer um gesto igualmente cinéfilo, nostálgico e revivalista – “Allied” procura recordar o romantic melodrama de guerra, bem como um pouco do war actioner, conforme se faziam nos 40s.
O resultado, ainda que não renovador (como aconteceu na primeira aventura de Indiana Jones ou na primeira viagem no tempo de Marty & Doc), é bastante simpático, cinéfilo e nostálgico (muito se fala aqui de Casablanca, procurando assim evocar o mítico filme com o título da mítica cidade).
Para tal muito contribui a qualidade da fotografia (por vezes a lembrar os glory days do Technicolor), a recriação de ambientes (a criar aquela “realidade” de estúdio face a um local exótico) e a correcta estrutura do argumento (começa como um conto de acção e sabotagem, segue para o drama romântico e termina num suspense sobre a identidade).
Bons efeitos visuais (os bombardeamentos aéreos) e uma fotografia de grande nível.
Bonita música de Alan Silvestri (um habitual de Zemeckis).
Brad Pitt está algo canastrão na parte dramática e emocional, mas redime-se com a devida postura heróica e uma presença de elegância clássica.
Marion Cotillard está muitíssimo bem, encantadora, simpática e plena de carisma, sabendo quando e como usar a emotividade, com uma presença que lembra as grandes Divas do género e da época.
Robert Zemeckis dirige com sobriedade, fluidez, elegância e ritmo.
Um bom exercício de nostalgia e cinefilia.
Afinal, o cinema clássico (ainda) anda (bem) vivo.
Não iguala os grandes filmes do género, mas elogia-se a homenagem e a brincadeira.
Recomendável.
“Allied” terminou a sua boa carreira nas nossas salas e prepara-se para chegar ao mercado doméstico.
Realizador: Robert Zemeckis
Argumentista: Steven Knight
Elenco: Brad Pitt, Marion Cotillard, Jared Harris, Lizzy Caplan
Site – http://www.alliedmovie.com
Orçamento – 85 milhões de Dólares
Bilheteira – 40 milhões de Dólares (USA); 112 (mundial)
Está nomeado para “Melhor Guarda-Roupa”, nos Oscars 2017.
Steven Knight inspirou-se numa história, ao que parece verídica, que ele ouviu há muitos anos.
Brad Pitt regressa a filmes de guerra, depois de “Inglourious Basterds” (2009) e “Fury” (2014).
Segundo filme de guerra para Marion Cotillard, depois de “Lisa” (2001).
Reencontro entre Pitt e Jared Harris, depois de “Ocean’s 12” (2004) e “The Curious Case of Benjamin Button” (2008).
O guarda-roupa é inspirado no de “Casablanca” (1942) e “Now, Voyager” (1942).
Cotillard chegou a ser a “professora” de Pitt para os seus diálogos em Francês.
Filmado em Londres, Marrocos, Québec e Dieppe.
Filmado com câmaras digitais RED «Weapon» 8K.