Opção Final (1982)

 

Who Dares Wins - Poster 2

 

Título Original – Who Dares Wins

Título Alternativo – The Final Option

 

Um actioner que mergulha nos meandros misteriosos do famoso SAS (Special Air Service), a unidade militar de elite do Reino de Sua Majestade.

E consegue uma assustadora actualidade sobre o terrorismo já organizado nos países-alvos, bem como nos movimentos políticos populares.

 

Um oficial prestigiado e veterano do SAS é infiltrado num grupo terrorista. O militar descobre que o grupo vai efectuar um elaborado atentado contra a diplomacia americana, durante um evento.

Um action thriller, de moldes clássicos, sobre o tema do infiltrado em grupos terroristas (em luta pela preservação da sua cover e contra os cépticos do grupo), a tomada de reféns e o inevitável raid salvador das autoridades.

Toda a trama de infiltrado, thriller e luta anti-terrorista permite que o filme seja um (óptimo e ilustrativo) “panfleto” sobre as qualidades do SAS e as necessidades dele na segurança do reino de Sua Majestade.

Who Dares Wins - screenshot 11

Who Dares Wins - screenshot 5

Há espaço para alguma profundidade dramática (o protagonista a encontrar-se com a esposa e filha, às escondias), pertinência político-social (as motivações dos terroristas, as ligações entre terroristas e políticos), bem como uma abordagem realista da acção (a visualização das acções e treinos do SAS).

A par de toda a trama actioner há algo de emocional no protagonista – Skellen é marido e pai, procurando salvar e família do mal que combate, mas também é um homem dividido na sua acção (ganha afectos pela líder terrorista).

O diálogo entre o U.S. Secretary e a líder terrorista, bem como o final permitem um certo “debate” sobre a lógica do terrorismo e do que este combate, mas como o facto do terrorismo ser uma “criatura” em constante mutação, renovação e renascimento, assente em “ligações perigosas”.

O filme praticamente se divide duas partes – uma primeira com toda a intriga de infiltração, os jogos de enganos e de suspeitas; a segunda com o assalto à Embaixada e toda a tensão instalada.

O ritmo é fluido, não precipitado nem confuso, criando a devida expectativa à volta das set pieces de action que se exige.

Vale a pena esperar – os últimos 20 minutos são de boa action, bem encenada, de forma muito credível (atenção ao raid final, que é de um incrível realismo – conta mesmo com a acção de uma equipa do SAS).

Electrizante música de Roy Budd.

Ian Sharp vinha da popular série “The Professionals” e mostra que aprendeu bem o que lá se fazia em matéria de action – rápida, simples, directa.

Who Dares Wins - screenshot 1

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Lewis Collins vinha de “The Professionals”, pelo que se sentia à vontade em criar um agente do SAS e em luta contra criminosos e terroristas. E consegue dar a devida dimensão emocional (os momentos com a esposa e a filha). Collins mostra carisma para action hero (vejam-no a despachar os inimigos). e leading man. Pena que a sua carreira não teve o melhor aproveitamento das suas capacidades.

Judy Davis é bastante convincente na criação de uma mulher activista intelectual e politicamente (na primeira metade), para depois de converter numa líder bem assassina. Davis mostra talento para personagens complexos e violentos. Pena que não fosse mais explorada nessa área.

Who Dares Wins - screenshot 3

Quem sai vencedor do filme é mesmo o SAS, que ganha aqui uma excelente publicidade para as suas capacidades e importância na segurança da nação.

Não é o actioner 80`s à americana, não é o festival de acção, pirotecnia e stunts que o género nos habituou, mas é um actioner muito certinho e credível.

 

“Who Dares Wins” não tem edição portuguesa, mas pode ser encontrado noutros mercados, a preço “final”.

Realizador: Ian Sharp

Argumentistas: Reginald Rose, George Markstein, a partir do livro de James Follett (“The Tiptoe Boys”)

Elenco: Lewis Collins, Judy Davis, Richard Widmark, Edward Woodward, Robert Webber, Tony Doyle, John Duttine, Kenneth Griffith, Rosalind Lloyd, Ingrid Pitt, Paul Freeman, Nick Brimble, Tony Osoba

 

Trailers

 

raid final

 

O filme

 

No set

 

Lewis Collins sobre o filme

 

O Main Theme

 

Orçamento – 6 milhões de Dólares

Bilheteira – 2.1 milhões de Dólares (USA)

 

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Who Dares Wins” é o motto do SAS. Mas entre os militares de lá brinca-se com a expressão e diz-se “Who cares who wins?“.

 

Na época, o produtor Euan Lloyd vivia perto da embaixada do Irão. Ele chegou a assistir a uma cena semelhante ao que o filme descreve (tomada de reféns e o ataque do SAS). Lloyd ficou de tal modo impressionado, que logo ligou ao seu agente para sondar argumentos que visassem o SAS.

Lloyd teve facilidade em encontrar financiamento devido à boa imagem que tinha depois do sucesso de “The Wild Geese” (1978).

Ian Sharp foi chamado como realizador, porque Lloyd gostou do seu trabalho na (excelente) série ”The Professionals” (1977), onde Lewis Collins era um dos três protagonistas.

 

Lewis Collins vinha da popularidade ganha com “The Professionals” (1978-1983), que ainda se exibia.

Aqui ele reencontra-se com alguns elementos da série:

  • Raymond Menmuir era o produtor da série e é associate producer no filme.
  • Phil Meheux trabalhou na equipa da fotografia da série e encarrega-se dela no filme.
  • Nick Brimble e Tony Osoba foram secundários em episódios da série e são secundários no filme.
  • Ian Sharp realizou vários episódios da série.

 

Edward Woodward seria o líder da continuidade de “The Professionals”, “The New Professionals” (1998-1999). Curiosamente, Collins tinha sido chamado para interpretar o seu personagem da série original, agora mais velho, maduro e calmo, sendo o líder da nova equipa.

Who Dares Wins - Promo Photo 1 - Lewis Collins and Judy Davis

É o primeiro filme não-australiano de Judy Davis.

Davis estudou terrorismo e foi treinada por um atirador do exército australiano (a actriz é australiana).

 

William Holden estava convocado, mas faleceu dias antes das filmagens. Richard Widmark substituiu-o.

Who Dares Wins - Promo Photo 1 - Lewis Collins and Richard Widmark

O filme traz três pessoas da parte técnica da saga “James Bond”:

  • Bob Simmons a coordenar as cenas de acção.
  • Syd Cain assina a cenografia.
  • John Grover na montagem.
  • Maurice Binder no genérico.

 

O filme traz três pessoas de “The Wild Geese” e “The Sea Wolves”:

  • Euan Llloyd na produção.
  • Reginald Rose no argumento.
  • Roy Budd na música.

As filmagens ocuparam 8 semanas.

Vários membros do SAS ajudaram na produção e treinaram muitos dos actores.

Dois dos stuntmen eram ex-membros do SAS.

 

O filme inspira-se no ataque à embaixada do Irão, em Londres, em 1980. O filme estreou 28 meses depois do evento.

A embaixada americana é o Heatherden Hall, o edifício dos Pinewood Studios, perto de Londres.

Os helicópteros vistos no filme são de um modelo usado pelo SAS no conflito das Malvinas.

A cena em que os operacionais do SAS fazem o raid sobre a embaixada foi efectuada por verdadeiros membros do SAS. Foi a própria instituição que se ofereceu para tal. O realizador ficou encantado com a ideia, pois tal daria uma maior veracidade ao filme e ao momento.

O momento em que a roupa de um membro do SAS pega fogo é inspirado na realidade. No dito ataque à embaixada iraniana, tal aconteceu a um dos terroristas.

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Para a luta na casa, Rosalind Lloyd pediu a Ingrid Pitt que lhe batesse de verdade. Ingrid foi tão real, que Rosalind chegou a sangrar.

É o penúltimo filme produzido por Euan Lloyd.

É o primeiro filme de Lewis Collins.

Rosalind Lloyd interpreta a esposa do protagonista. Rosalind era a filha do produtor Lloyd e já tinha participado em “The Wild Geese” (1978), também produzido por Lloyd.

É um dos últimos filmes do stuntman e stunt coordinator Bob Simmons (prestigiado stuntman, com curriculum na saga 007).

O filme conta com vários actores vistos em “The Wild Geese” (1978) – Glyn Baker, Patrick Allen, Rosalind Lloyd e Kenneth Griffith. Vários membros da equipa técnica são também comuns aos dois filmes.

Who Dares Wins - screenshot 13

É o primeiro de dois filmes que Ingrid Pitt e Robert Webber fizeram com Euan Lloyd. O outro seria “Wild Geese II” (1985).

É o último filme de Alan Gifford.

Cameo de Martin Grace (prestigiado stuntman) – é um US Marine Guard.

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Lewis Collins fazia parte do Regimento de Paraquedistas, de 1979 a 1983. Tentou entrar no SAS, estava apto para tal, mas teve de ser recusado pois já estava a ser demasiado conhecido pela sua carreira televisiva, o que o impedia de ser um infiltrado (como vemos no filme). Teve de abdicar da sua carreira militar para se dedicar à representação.

Collins chegou a ser considerado como James Bond. Fez uma audition, agradou a alguns mas Albert R. Broccoli considerou-o demasiado intimidante.

Ian Sharp participou na saga “James Bond” – foi o second unit director em “Goldeneye” (1995), que marcou a estreia de Pierce Brosnan (que também tinha participado num episódio de… “The Professionals”) como 007. Esse filme tinha Phil Meheux na fotografia e Martin Campbell na realização – ambos também vinham de… “The Professionals”.

 

O filme termina informando que em 1980 foram atacadas 42 embaixadas, 22 embaixadores foram feitos reféns, 5 embaixadas foram destruídas e 53 pessoas foram mortas.

A publicidade ao filme afirmava que este era o retrato mais próximo e real que algum filme já tinha conseguido no mundo do SAS.

O SAS considerou o filme como muito realista.

 

Stanley Kubrick felicitou Euan Lloyd pelo filme.

Kubrick também elogiou a interpretação de Judy Davis.

Antes da estreia, o filme foi alvo de protesto por um grupo activista, que considerava o filme como propaganda de Direita. A Scotland Yard chegou a informar Lloyd que tal iria acontecer.

O filme teve azar na sua distribuição americana. Tudo por causa de alguns comentários de Ronald Reagan (que adorou o filme, tendo tecido grandes elogios a Lloyd), que levaram a manifestações diversas de grupos populares pacifistas, que originou más reacções do público e distribuidores.

Who Dares Wins - Poster 1

“Who Dares Wins” é o título usado na Inglaterra e Europa.

“The Final Option” foi o título usado nos USA.

O filme inspirou dois jogos – “Who Dares Wins” e “Who Dares Wins 2”, para as plataformas C64, MSX, C64, BBC Micro, ZX Spectrum Amstrad CPC.

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Lewis Collins foi logo contratado por Euan Lloyd para mais três filmes – “Wild Geese 2” (o filme foi feito, mas Collins foi substituído por Scott Glenn), “Battle for the Falklands” (não aconteceu – seria a sequela para “Who Dares Wins”, onde Collins voltaria a interpretar o mesmo personagem) e “Macau” (não aconteceu).

Chegou-se a ponderar uma sequela, onde o protagonista liderava uma operação nas Malvinas (na época, havia um conflito militar na zona, entre Argentinos e Ingleses). O projecto nunca avançou.

 

“Who Dares Wins” é também o motto para as forças especiais da Bégica, Hong Kong, Grécia, Rodésia, França, Israel, Austrália e Nova Zelândia.

 

Sobre o SAS – http://www.whodareswins.com/

Who Dares Wins - Poster 4

 

 

 

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