Título Original – 45 Years
Um excelente par de veteranos do Cinema, num filme sobre a longevidade do casamento e os seus permanentes desafios.
Um casal já veterano prepara-se para celebrar 45 anos de matrimónio.
Mas uma descoberta recente ameaça a relação, levando-os a questionar todo aquele tempo.
A intimidade do casal, através das palavras, no sentido da partilha de sentimentos, verdades, mentiras e segredos.
Nem tudo permite uma celebração festiva a este casal, mas o filme é uma celebração de bom Cinema – aquele que é com pessoas, actores e emoções.
Pertinente é a escolha da narrativa se centrar na esposa.
Se por lado mostra que é sobre ela que caem as consequências das verdades descobertas naquela data, por outro deixa uma pequena reflexão sobre uma das máximas do casamento (a partilha do que é alegre e do que é doloroso), equacionando que, por vezes, há um elemento que sente mais o peso emocional dessa partilha (a da dor) do que o outro.
Mais do que sobre casamento, “45 Years” é, afinal, uma abordagem sobre o Amor e o que este obriga.
Final aberto a várias reflexões e conclusões.
Charlotte Rampling e Tom Courtenay estão esplêndidos, a traduzirem toda a emoção e dor daquela relação, bem como as consequências daquele momento de “celebração”.
Um perfeito exemplo de cinema humano e emocional.
Um dos melhores filmes do ano.
Obrigatório.
“45 Years” ainda está nas salas portuguesas.
Realizador: Andrew Haigh
Argumentistas: David Constantine, Andrew Haigh
Elenco: Charlotte Rampling, Tom Courtenay, Geraldine James
Site – http://www.45yearsfilm.com/
Charlotte Rampling está nomeada para “Melhor Actriz”, nos Oscars 2016.
Nomeado para “Melhor Filme Britânico”, nos BAFTA 2016.
“Melhor Actriz” (Charlotte Rampling), pelas Mulheres Jornalistas de Cinema 2016, pelos críticos de Boston 2015, no Indiewire Critics’ Poll 2015, pelos críticos de Los Angeles 2015, no Festival de Valladolid 2015, no Village Voice Film Poll 2015.
“Melhor Actriz” (Charlotte Rampling), “Melhor Actor” (Tom Courtenay), em Berlim 2015.
“Melhor Filme Britânico”, “Melhor Actriz” (Charlotte Rampling), no Festival de Edimburgo 2015.
“Melhor Actriz Europeia” (Charlotte Rampling), nos Prémios de Cinema Europeu 2015.
“Melhor Filme Britânico”, “Melhor Actriz” (Charlotte Rampling), “Melhor Actor” (Tom Courtenay), pelos críticos de Londres 2016.
“Top 10 do Ano – Filmes Independentes”, pela National Board of Review 2015.
Baseado no romance de David Constantine, “In Another Country”.
Andrew Haigh fez algumas modificações face ao livro. Mudou a idade dos protagonistas (eles eram mais velhos no livro), centra a história na actualidade (no livro, uma grande parte dela passa-se nos 90s e nos 40s) e conta a história pelo lado da esposa (no livro, tal não acontece).
Reencontro entre Charlotte Rampling e Tom Courtenay, depois de “Night Train to Lisbon” (2013).
Numa cena, o personagem de Courtenay bebe chá numa caneca do Hull City AFC. O actor é o Presidente do Hull City Official Supporters’ Club.
Cada dia simboliza uma estação do ano.
A Grande Ilusão 