Título Original – Separate Tables
Luxuoso elenco, numa história profunda sobre pessoas, relações e sentimentos.
No Hotel Beauregard vivem várias pessoas.
A certo momento, súbitos reencontros, perturbantes descobertas e ousadas conversas servirão para uma reunião ou separação definitiva entre todos eles.
Se os hotéis são bons locais de encontro e cruzamento de diversas vidas, eis o filme perfeito para ilustrar tal.
Embate, encontro e cruzamento de pessoas e várias gerações, diversos modos de vida e de pensar, todos diferentes, difíceis, duros, dolorosos e complementares, que encontram as devidas soluções no convívio e conversa às mesas (separadas) daquele simples hotel.
Muita emoção presente (atenção à cena final), moralista (o “debate” sobre a expulsão de um hóspede e o porquê), catártica (a confissão de um personagem) e ao rubro (os encontros entre dois personagens).
Este é, por excelência, um filme de actores, e como tal todos estão em nível da excelência.
Delbert Mann dirige com competência e eficácia, sempre atento aos personagens, às suas interacções e emoções.
Um belíssimo e emocional filme.
Obrigatório.
“Separate Tables” tem edição portuguesa e o preço já pede para se juntar à colecção do cinéfilo.
Realizador: Delbert Mann
Argumentistas: Terence Rattigan, John Gay, John Michael Hayes (sem crédito), a partir da peça de Terence Rattigan
Elenco: Deborah Kerr, Rita Hayworth, David Niven, Wendy Hiller, Burt Lancaster, Gladys Cooper, Cathleen Nesbitt, Rod Taylor, Audrey Dalton
Mercado doméstico – 3 milhões de Dólares (USA)
Trailer
A canção
“Melhor Actor” (David Niven), “Melhor Actriz Secundária” (Wendy Hiller), nos Oscars 1959. O filme concorreu a “Melhor Filme” (“Gigi” foi preferido), “Melhor Actriz” (Deborah Kerr foi derrotada por Susan Hayward em “I Want to Live”), “Melhor Argumento Adaptado” (“Gigi” foi o eleito).
David Niven foi o “Melhor Actor – Drama”, nos Globos de Ouro 1959.
David Niven foi o “Melhor Actor Estrangeiro”, nos Prémios Sant Jordi 1960.
Deborah Kerr foi a “Melhor Actriz Estrangeira”, nos David di Donatello 1959.
“Melhor Actor” (David Niven), “Melhor Argumento”, pelos críticos de Nova Iorque 1958.
“Top 10 do Ano” pela National Board of Review 1958.
Oscar a David Niven
Oscar a Wendy Hiller
A peça de Terence Rattigan constava de duas histórias, cada uma com 1 acto. O mesmo actor interpretava o Major e John, a mesma actriz interpretava Ann e Sybil.
A peça estreou no Music Box Theater, de Nova Iorque, em Outubro de 1956. Durou 332 representações. Foi nomeado para um Tony.
Delbert Mann (o realizador) teve alguns conflitos com Burt Lancaster (um dos produtores), devido a alguns recuts feitos pelo actor. Segundo Mann, tal devia-se ao facto do personagem de Lancaster ser o último a ser apresentado no filme, e o actor fez recuts para não perder protagonismo.
Rita Hayworth substituiu Vivien Leigh. Leigh ia participar no filme, mas abandonou-o quando o seu marido, Laurence Olivier, decidiu não realizar o filme.
Na época, Rita estava casada com James Hill, um dos produtores.
Rod Taylor participou (ainda que num personagem de muito curta presença) devido à qualidade do argumento.
A música para a cena da varanda e para outras cenas teve de ser reescrita por David Raksin, a pedido dos produtores, devido a algumas críticas do público nos primeiros test screenings.
Com um screen time de apenas 23 minutos e 39 segundos, David Niven torna-se o actor a ser premiado como “Melhor Actor” com o menor tempo de presença num filme.
Wendy Hiller confessou a um jornal, algum tempo depois de ter ganho o Oscar, que não compreendia como o tinha ganho, pois achava que o filme só a mostrava de costas. Mas desejava que tal prémio lhe desse mais dinheiro nos salários futuros, bem como filmagens em Hollywood, de preferência quando fosse Inverno na Inglaterra.
O filme foi considerado como corajoso, na forma como aborda certas questões da sexualidade.