Título Original – Point Break
É um título que está a celebrar 25 anos.
Deixou a sua realizadora no mapa (que seria a primeira mulher a vencer o Oscar para “Melhor Realização”).
Tornou stars os seus protagonistas.
Tornou-se um ícone cultural e um cult movie.
Este ano recebe um remake.
Um jovem a ambicioso agente do FBI investiga uma série de assaltos na zona de L.A..
Tudo aponta que sejam surfistas.
O agente infiltra-se no meio e ganha a estima de um carismático líder de um grupo surfista.
Com a passagem do tempo, o agente descobre que está cada vez mais mergulhado, fascinado e envolvido naquele meio.
Está muito ténue a linha de separação entre a lealdade ao FBI e aos novos amigos.
Se alguma vez o Cinema foi uma fábrica de adrenalina, foi com este “Point Break”.
O filme é uma sucessão imparável de acção adrenalítica, de várias formas – cenas de surf, futebol e queda-livre, perseguições automobilísticas e a pé, tiroteios, pancadaria, etc.
(uuuuufff… deixem-me respirar)
Mas o filme não se limita a ser apenas um festival de (grande e espectacular) acção.
É também uma história de amizade/lealdade à margem da Lei, em opostos lados da Lei.
Temos profundidade e complexidade nos seus protagonistas.
Johnny Utah é um menino certinho, que se (re)descobre, caminha por um novo percurso de vida, e nesse processo vê-se dividido na sua lealdade.
Bodhi é um guru que sabe orientar uma alma perdida (ou amaldiçoada) para um certo sentido de Vida, fazendo da sua actividade não um acto criminoso mas uma revigoração e reafirmação do espírito humano, enquanto ser (totalmente) livre.
Kathryn Bigelow dirige com garra e dá ao filme um ritmo imparável, sabendo tirar o fôlego ao espectador nas cenas de acção (a perseguição a pé é estonteante e deixa-nos sem ar; o salto sem pára-quedas trava-nos o coração; as cenas de surf impressionam) e criar grande emoção e tensão entre os personagens (os momentos entre Johnny e Bodhi), mostrando o seu (enorme) talento como directora de homens e o quanto é uma mais-valia para o género (como se tinha visto em “Blue Steel” e se veria depois com “Strange Days”, “The Hurt Locker” e “Zero Dark Thirty”).
Keanu Reeves e Patrick Swayze têm aqui os momentos mais altos das suas carreiras até então (vinham de alguns títulos medianos), defendendo com unhas e dentes todas as emoções, iras e complexidades psicológicas dos seus personagens.
O restante elenco acompanha-os bem.
Excelente trabalho de fotografia (veja-se a “intimidade” da câmara com as ondas).
Excelente banda sonora (a música e as canções).
Um dos melhores filmes dos 90s e um dos melhores actioners de sempre.
Um cult-movie total.
Um clássico absoluto.
Obrigatório.
“Point Break” tem edição portuguesa e anda a bom preço. Mas já é uma raridade nas lojas. A edição é medíocre em extras. Recomendo a edição USA (com o curioso título de “Adrenaline Edition”), com bons extras. O preço anda bom. Tem legendas em Espanhol, Inglês e Francês e requer um leitor multi-region.
Realizadora: Kathryn Bigelow
Argumentistas: Rick King, W. Peter Iliff
Elenco: Patrick Swayze, Keanu Reeves, Gary Busey, Lori Petty, John C. McGinley, James Le Gros, John Philbin, Bojesse Christopher
Orçamento – 24 milhões de Dólares
Bilheteira – 43 milhões de Dólares (USA); 97 (mundial)
Mercado doméstico – 19 milhões de Dólares (USA); 49 (mundial)
Trailers
A perseguição a pé
O salto em queda-livre
“Homem Mais Desejado” (Keanu Reeves), nos Prémios MTV Movie 1992.
Ridley Scott chegou a estar designado para a realização. Mas o projecto andou sempre no limbo. Até que James Cameron o adquiriu e ofereceu-o a Kathryn Bigelow (a sua esposa, na época).
Cameron e Bigelow escreveram o argumento final. Os seus nomes não têm crédito nessa função devido a conflitos com o Writers Guild of America.
“Johnny Utah” e “Riders on the Storm” (a partir da canção dos The Doors) foram títulos considerados para o filme.
Johnny Depp, Charlie Sheen e Matthew Broderick foram pensados para Johnny Utah. Val Kilmer e Willem Dafoe recusaram.
Michael Biehn chegou a ser ponderado. Não se sabe para que personagem.
Bigelow sempre quis Keanu Reeves para o filme, pois acreditava que o actor daria mais que aquilo que já tinha dado/mostrado até então. Bigelow também estava disposta a transformar Reeves num excelente action hero (algo que se confirmaria – “Speed”, “Chain Reaction”, “The Matrix”, “John Wick”).
Elizabeth Berkley participava numa cena, mas esta ficou na sala de montagem.
Reeves, tal como o seu personagem, teve de aprender surf. Reeves ainda hoje mantém o hobby do surf.
Reeves acompanhou vários agentes do FBI.
Patrick Swayze já tinha muita experiência em queda-livre, pelo que efectuou todas as stunts nessa área.
Reeves, Swayze e Lori Petty treinaram surf com o perito Dennis Jarvis.
Johnny Utah torna-se agente do FBI depois de uma falhada carreira no mundo do futebol. Reeves (intérprete de Utah) era jogador de hockey, que seguiu a carreira de actor depois de um acidente que lhe afectou o joelho.
A praia onde decorre o jogo de futebol é a mesma usada para o mesmo tipo de jogo em “The Karate Kid” (1984).
Cameo de Anthony Kiedis, líder dos Red Hot Chili Peppers – é um dos membros do gang que ataca Utah.
O homem que é regado com gasolina é Jeff Imada, um dos stuntmen do filme.
Os ex-presidentes visados pelo gang são Jimmy Carter, Richard Nixon, Ronald Reagan e Lyndon Johnson.
A data de aniversário de Tyler (a personagem de Petty) é 27 de Novembro. É a mesma data de Kathryn Bigelow.
Gary Busey tem o seu nome ligado a um emblemático filme dos 70s e sobre surf – “Big Wednesday” (1978), de John Milius, onde Busey está ao lado de William Katt e Jan-Michael Vincent.
Reeves e Swayze já tinham trabalhado juntos em “Youngblood” (1986), onde Swayze era o protagonista e Reeves tinha uma pequena participação.
A cena onde Utah se atira do avião atrás de Bodhi, sem pára-quedas, foi considera a #7 das “Top 10 Crazy Action Sequences”, pela Empire.
Bodhi vem do termo “Bodhisattva”, que no budismo significa um ser iluminado que indica o caminho aos outros.
O título original refere-se a um termo dos surfistas, quando uma onda “quebra” ao atingir uma certa zona da costa.
O filme inspirou uma iniciativa chamada “Point Break Live!”, onde o personagem de Johnny Utah era interpretado por um membro da audiência. O objectivo era recriar o tom da interpretação de Reeves, principalmente por aqueles/aquelas que achavam que Reeves é incapaz de interpretar.
Muitos vêm em “The Fast and The Furious” como um remake (não-assumido) de “Point Break”. Também foca um agente policial infiltrado, o agente também se fascina pelo mundo onde se infiltra, o agente também divide a sua lealdade entre a corporação e o líder criminoso, o agente também se apaixona por uma menina ligada ao meio onde o agente se infiltrou.
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