Título Original – Knock Knock
É o regresso de Eli Roth, o “pai” do terror moderno mais extremo (“Hostel”, “Hostel – Part 2”). Roth ainda tem por estrear o muito esperado “The Green Inferno”.
Este “Knock Knock” pode muito bem ser o “´Fatal Attraction` made by Roth”, onde o torture terror surge na pacatez do lar familiar, fruto da tentação.
Um homem, dedicado pai e marido, vê-se sem a sua família durante um fim-de-semana, devido a agenda de trabalho.
Uma noite, recebe a “visita” de duas (belas) meninas, que estão perdidas e desesperadas por ajuda. Mas as meninas revelam-se umas maléficas tentações e o pobre homem não resiste.
O que poderia ter sido um (perdoável) deslize torna-se numa jornada infernal pela sobrevivência. As meninas vão sujeitá-lo às mais perversas humilhações – físicas e psicológicas.
Como escapar?
Survival movie em ambiente que deveria ser tranquilo (o lar), com laivos de fantasia sexual (um homem, sozinho em casa, a receber a “visita” de duas belas e “disponíveis” meninas).
Elogia-se a tentativa de reflexão/moralização sobre o sexo e desejo, o uso da mulher como objecto sexual e alvo de tentações carnais, a “moralidade” de quem comete a “facadinha” no matrimónio (mas procura redimir-se) e o (mau) uso das redes sociais como forma de destruir a vida alheia.
Não atinge tal profundidade, mas satisfaz enquanto filme de género, fazendo-nos sentir a dor e o suplício do protagonista, metido numa situação cuja saída parecer ser a morte.
Keanu Reeves porta-se bem como pai e marido dedicado, traduzindo bem o fascínio/excitação que as meninas lhe criam, sendo bem convincente no calvário (físico e psicológico) que lhe é criado.
Lorenza Izzo e Ana de Armas seduzem e assustam, transmitindo bem toda a inocência, excitação, perversidade e loucura das suas personagens.
Eli Roth dirige de uma forma mais elegante e sóbria que o seu habitual, mas não se inibe da sexualidade habitual do seu cinema (a sedução das meninas) e de alguma violência extrema (quando se inicia o “jogo”).
Vê-se bem, funciona enquanto filme de género, mas não arrebata nem perturba.
“Knock Knock” andou anunciado para estreia há umas semanas. Foi cancelado à última da hora. Está agora agendado para 5 Novembro 2015.
Realizador: Eli Roth
Argumentistas: Eli Roth, Nicolás López, Guillermo Amoedo, Anthony Overman, Michael Ronald Ross
Elenco: Keanu Reeves, Lorenza Izzo, Ana de Armas, Aaron Burns, Ignacia Allamand, Dan Baily, Megan Baily, Colleen Camp
Site – http://knockknockmovie.tumblr.com/
Orçamento – 3 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 3.2 milhões de Dólares (mundial)
Colleen Camp e Sondra Locke, duas das produtoras do filme, eram as protagonistas de “Death Game” (1977, de Peter S. Traynor, também com Seymour Cassel), o filme que inspira “Knock Knock”. Traynor é também um dos produtores.
Lorenza Izzo (uma das “violadoras”) é a esposa de Eli Roth.
Roth prometeu (e cumpriu) um tom diferente daquele que cimentou a sua reputação (blood & guts, torture porn).
Filmado no Chile, em Santiago.