Título Original – Inherent Vice
O realizador de dramas tão duros como “Magnolia” e “There Will Be Blood” dá um saltinho até ao Film Noir.
Mas com nuances muito high.
Los Angeles, anos 70. Larry “Doc” Sportello é um detective particular, muito hippie e pedrado, que investiga o desaparecimento de uma namorada sua. E descobre um rebuscado caso, que envolve diversas personalidades importantes da cidade e perigosas cumplicidades.
Se Hunter Thompson quisesse escrever uma história hard-boiled segundo os pergaminhos de Raymond Chandler, com a ajuda de Terry Gilliam na realização, “Inherent Vice” poderia ser um resultado.
Estamos perante um delírio hippie e psicadélico à volta dos arquétipos do Film Noir e das tramas que Chandler criou para Philip Marlowe.
Nota alta para a fotografia, o guarda-roupa e toda a (impecável) reconstituição dos 70s (embora, por momentos, pareça 40s).
O excelente elenco comporta-se de acordo com o tom do filme, mas o destaque vai mesmo para um fantástico Joaquin Phoenix, a compor o mais desconcertante personagem da sua carreira, ou mesmo do ano.
Recomendo que apanhem uma moka antes de entrar na sala, para melhor usufruírem da trip.
Mas não se preocupem se não fizerem tal. O filme encarrega-se de vos dar isso quando acaba.
Para a adequada ressaca, recomendo o sempre genial (e referencial) “The Big Sleep”, de Howard Hawks.
Para uma moka de maior qualidade, recomendo “The Big Lebowski” (que, “por acaso”, era uma acid trip noir de… “The Big Sleep”), dos Irmãos Coen.
Get high, man. It`s a (good) vice.
Realizador: Paul Thomas Anderson
Argumentista: Paul Thomas Anderson, a partir do livro de Thomas Pynchon
Elenco: Joaquin Phoenix, Josh Brolin, Katherine Waterston, Eric Roberts, Joanna Newsom, Serena Scott Thomas, Maya Rudolph, Hong Chau, Owen Wilson, Martin Short
Site – http://inherentvicemovie.com/
Sobre Thomas Pynchon – http://thomaspynchon.com/
Orçamento – 20 milhões de Dólares
Bilheteira – 8 (USA); 9.4 (mundial)