Liam action Neeson está de volta ao seu mais emblemático personagem.
Precisamente, aquele que mostrou os seus dotes de action hero e que o estabeleceu como o melhor e mais solicitado do cinema actual.
O terceiro (e, supostamente, último) capítulo já está nas salas.
Como já é moda minha, toca a rever a matéria anterior.
Bryan Mills, um ex-operacional dos serviços secretos deve retomar o lado mais negro e violento da sua personalidade para salvar a sua filha, vítima de rapto. Tudo decorre em Paris e Bryan tem tempo limite, senão nunca mais encontrará a sua filha. Poucos o ajudam, as dificuldades e inimigos são imensos.
Mas Bryan tem um particular set of skills que vão fazer dele um pesadelo para os mauzões.
Luc Besson mostrou desde o início da sua carreira (seja na funções de realizador, argumentista ou produtor) que o cinema francês pode combater os géneros popularizados e dominados por Hollywood, com igual capacidade de entretenimento, espectáculo e popularidade.
“Taken” parecia ser mais um produto típico da Besson factory.
Mas algo marcava a diferença. Ou melhor, alguém.
Liam Neeson.
Este estupendo actor, sempre intenso nas suas interpretações dramáticas e de personagens históricos, fazia aqui a sua estreia no action cinema.
A curiosidade levou muito espectador às salas.
E o resultado…?
…
…
…
Whoa!!!
Way to go, Mr. Neeson.
“Taken” é um imparável actioner (num primeiro acto, temos a disposição dos personagens, das suas relações e emoções; mas depois do rapto e assim que Mills entra em campo para o resgate, o filme é um acelerar non-stop de acção, tensão e adrenalina), que capta a atenção desde o início, levando o espectador a uma rollercoaster de thrills.
Muito do mérito está em Pierre Morel (que já nos tinha dado o imparável “Banlieue 13”, também escrito e produzido por Besson), que dá ao filme um enorme dinamismo, capaz de nos fazer perder o fôlego, criando também impecáveis set pieces, fazendo-nos sentir toda a tensão da situação e da urgência face ao tempo.
Em “Taken” vemos Neeson num registo mais físico, mas não isento de intensidade. O seu personagem parece ter tido acções de formação com o James Bond de Daniel Craig. É de tal modo convincente, heróico e letal, que fica-se admirado porque é que Neeson não investiu (ou porque ninguém o convocou) antes neste tipo de filmes.
Não se procure no argumento aquilo que não existe nem deve ter. “Taken” é um entretenimento rápido, eficaz e despretensioso.
Uma produção de Luc Besson, que volta a demonstrar que o cinema francês (e europeu) pode bater-se com o americano, naquilo que este sabe fazer melhor (com a vantagem de ser mais barato).
Uma hora e meia muito bem passada.
Realizador: Pierre Morel
Argumentistas: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Liam Neeson, Maggie Grace, Famke Janssen
Site
http://www.europacorp.com/dossiers/taken/
Orçamento – 25 milhões de Dólares
Bilheteira – 145 (USA); 226 (mundial)
Trailers
Esteve nomeado para “Melhor Filme Internacional”, nos Prémios Saturn 2010. Perdeu para “District 9”.
“Melhor Música”, nos Prémios BMI Film & TV 2009.
Neeson foi treinado (em luta e armas) por um ex-operacional do SAS.
O estilo de arte marcial praticada por Neeson é Nagasu Do. É uma combinação de Judo, Aikido e Ju-Jitsu.
A faca usada na luta final é uma karambit. De origem na Indonésia e na Malásia, é famosa por ser difícil de retirar a quem a usa, devido ao desenho do punho e na forma como encaixa na mão.
Famke Janssen descobriu que o tipo de raptos, bem como o sistema de corrupção permissivo (nas autoridades e governos), que o filme ilustra é muito comum nos dias de hoje. Janssen pertence a um comité das Nações Unidas que estuda e procura meios de luta contra este flagelo.