E assim chegamos ao final (pelo menos, é isso que se anuncia) da saga.
E logo com o episódio mais trágico e violento.
Bryan Mills parece ter as coisas a correr bem, no campo familiar. A proximidade à filha Kim continua grande; a ex-esposa Lenore tem o seu casamento em crise e encontra conforto em Bryan, que nunca deixou de a amar, havendo até a possibilidade de retomar a relação.
Mas tudo é destruído. Lennie é assassinada e Bryan é acusado do crime.
Graças ao seu (sempre útil) particular set of skills, Bryan foge às autoridades e procura provar a sua inocência, descobrir e castigar (leia-se – liquidar) os culpados e proteger a família que lhe sobra – a filha Kim.
Conforme prometido (e exigido por Liam Neeson), desta vez não há raptos.
Saímos do campo do kidnapping & rescue action thriller e entramos no campo do whodunit & pursuit action thriller.
Andamos por terrenos conhecidos, mas nenhum mal há nisso.
O argumento (tal como os dos episódios anteriores) é simples e minimalista, mas suficientemente cativante.
É certo que a eliminação de Lenore é um pouco forçada (tendo em conta o início e final do final, perdeu-se a oportunidade do definitivo happy ending para Bryan e os seus), mas compreende-se como sendo um acelerador para a raiva e dor de Bryan (veja-se o seu rosto quando vê o cadáver de Lennie – e Neeson bem sabe o que é perder uma esposa).
Elogia-se o esforço emocional da narrativa (afinal, é a luta de um homem em proteger a única família que lhe resta), mas o que interessa (tal como nos episódios anteriores) é assistirmos ao “desfile” das skills de Bryan/Liam.
Tal como nos outros “Taken”, estamos perante um rápido, entretido e devidamente espectacular action flick, encenado com grande competência e profissionalismo.
Como sempre, set pieces muito bem coreografadas, tentando-se aqui e ali ir um pouco mais longe do que a saga nos tinha mostrado em matéria de acção – a perseguição pela auto-estrada, o duelo entre Bryan e os seus inimigos, a confrontação final.
Uma boa decisão narrativa foi vermos Bryan com mais team work ao lado dos seus antigos camaradas de armas.
Olivier Megaton (que já tinha realizado “Taken 2”) dirige com eficácia e bom gosto na fotografia, mas volta a não evitar uma certa sensação de dispersão perante uma montagem tão acelerada (e isso nota-se quando Bryan foge à polícia pela primeira vez).
Mas “Taken 3” (e todos os outros “Taken”) seria mais um rotineiro action flick se não fosse a presença de Liam Neeson. À boa maneira dos grandes action heroes, Neeson salta com um enorme à-vontade do mais brutal heroísmo (veja-se como ele despacha três facínoras numa store) à mais pungente das emoções (o seu momento com Lenore, o seu encontro com Kim).
Sem ser melhor ou pior que os episódios anteriores, sem ter preocupações de ser grande Cinema, “Taken 3” mantém as virtudes (e defeitos) dos outros títulos anteriores, sendo um óptimo entretenimento, bem à maneira da Luc Besson factory.
Pode ser o final da saga, mas action Neeson vai continuar a surgir-nos nas salas nos próximos tempos.
Realizador: Olivier Megaton
Argumentistas: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Liam Neeson, Famke Janssen, Maggie Grace, Forest Whitaker, Dougray Scott
Site – http://www.takenmovie.com/
Orçamento – 48 Milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 48 (USA); 113 (mundial)