Perante o (enorme, inesperado e merecido) sucesso de “Taken”, logo surgiu a ideia para uma sequela.
Ei-la.
Bryan Mills está agora em Istambul, onde recebe a visita da ex-esposa Lenore e da filha Kim (que tinha sido raptada no primeiro filme). As férias transformam-se num pesadelo. O pai e líder de alguns dos vilões do filme original (nenhum sobreviveu) procura vingança. Começa com o rapto de Bryan e Lenore, lançando-se na procura de Kim. Mas, como sabemos, Bryan é um homem de notáveis recursos e estes voltam a ser decisivos na confrontação.
Em 2008, Luc Besson surpreendia muita gente com o implacável “Taken”. Não por ser uma obra-prima (embora tenha ganho, merecidamente, um certo estatuto), mas por revelar a destreza de Liam Neeson (um dos melhores actores do mundo) para o cinema de acção. Dirigido de forma imparável e brutal por Pierre Morel, o filme é um entretenimento rápido, dinâmico, violento, capaz de deixar o espectador sem fôlego, tendo sido um grande e merecido sucesso internacional.
Contra o que seria de esperar (tendo em conta o conceito narrativo), eis a sequela.
Mantendo-se fiel à fórmula narrativa, “Taken” é tão imparável, implacável, entusiasmante, tenso e espectacular como o original.
Apesar da perda da sensação de urgência do filme original (a vítima não tinha recursos e o salvador tinha de acorrer o mais rápido possível), o filme consegue gerar tensão suficiente (Bryan é a vítima, tem recursos, mas precisa de ajuda e tem de salvar a ex-esposa).
O “Ás de Trunfo” continua a ser Liam Neeson. Sem ele, isto seria mais um rotineiro filme de acção. Neeson confirma a sua destreza e carisma para o género (ao nível das grandes estrelas deste tipo de filmes), mas com aquele rigor dramático, emotivo e humano só ao alcance dos grandes actores. Neeson preenche, assim, o vazio deixado pelas “reformas” de Clint Eastwood, Harrison Ford e Mel Gibson.
Uma boa decisão narrativa foi dar-se mais tempo de antena a Maggie Grace (a filha) e Famke Janssen (a ex-esposa), deixando até algum apoio heróico-logístico a Kim face à situação de Bryan.
O realizador Olivier Megaton (já com curriculum com Besson e as suas sagas – “The Transporter 3”) tem bom gosto na fotografia, é um entusiasmado pelo cinema de acção, mas convinha receber umas lições sobre montagem (de Luc Besson ou mesmo de Pierre Morel) – quando demasiado rápida e crispada, perde-se a percepção dos acontecimentos (e assim, confunde-se acção com confusão).
Bom actioner. Venha o próximo Action Neeson.
Realizador: Olivier Megaton
Argumentistas: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Liam Neeson, Famke Janssen, Maggie Grace, Rade Serbedzija
Site
Orçamento – 45 milhões de Dólares
Bilheteira – 139 (USA); 376 (mundial)
Trailers
Nomeado para “Melhor Filme – Acção/Aventura”, nos Prémios Saturn 2013. “007 – Skyfall” venceu.
“Melhor Música”, nos Prémios BMI Film & TV 2013.
Segundo Luc Besson, esta seria a única sequela.
O coordenador e coreógrafo das cenas de luta é Alain Figlarz, que é também o treinador de Liam Neeson. Um dos momentos do filme mostra Neeson em luta contra Figlarz (que interpreta um dos vilões).