Título Original – Maps to the Stars
Regresso do grande David Cronenberg, sempre com a capacidade de ser diferente e perturbante.
Viagem a Hollywood e a diversas personalidades ligadas ao meio. Viagem às vidas de cada um e à forma como tentam viver e sobreviver no meio, onde tudo vale para manter o brilho de estrela.
Depois da sua “análise” e “explicação” sobre a crise (financeira e humana) do mundo moderno (“Cosmopolis”), Cronenberg faz uma “tese” sobre a crise de uma outra sociedade – Hollywood.
Será a decadência (humana e de valores) uma outra forma de mutação?
Cronenberg acredita que sim.
Em forma “documental”, o filme faz uma descida aos infernos da decadência da Meca do Cinema, com uma visão implacável e sem qualquer preocupação em complacências ou em ser correcto, mostrando que a land of dreams (para quem a vê/consome) é, afinal, uma nightmare boulevard para quem lá vive.
Pelo meio, uma tragédia familiar e fraternal, à volta de heranças (de valores também?) da descendências sobre os pecados passados dos progenitores.
Pode ser visto como drama, comédia, tragédia, pesadelo vistoso, sonho distorcido.
Para Cronenberg, stars é apenas no brilho que emanam no visual das suas vidas.
Excelente trabalho a nível de fotografia e cenografia.
Muito bom trabalho de todo o elenco, sendo de destacar uma esplêndida Julianne Moore e um impressionante Evan Bird.
David Cronenberg abandonou o tema da mutação genética, tendo-se metido mais pela mutação da mente e da alma.
O seu Cinema deixou de ser aterrorizante, mas nunca deixou de ser perturbante.
“Maps to the Stars” é o mapa que precisamos (e surge numa quadra de grande timing) para um rumo a estrelas, valores e (outros) luxos.
Um verdadeiro “Sunset Boulevard” do Século XXI.
Um dos melhores títulos de 2014.
Obrigatório.
Realizador: David Cronenberg
Argumentista: Bruce Wagner
Elenco: Julianne Moore, Mia Wasikowska, Robert Pattinson, John Cusack, Evan Bird, Olivia Williams, Sarah Gadon
Orçamento – 13 milhões de Dólares
Bilheteira – 3.4 (mundial)
Trailer –
Nomeado para “Melhor Actriz – Comédia ou Musical” (Julianne Moore), nos Globos de Ouro 2015.