Título original – Escape from Absolom
Título alternativo – No Escape
Filme-prisão, futurista, actioner, com ares de survival movie e de parábola social/prisional.
Produção de Gale Anne Hurd (“The Terminator”, “Aliens”, “The Walking Dead”), numa realização de Martin Campbell (“007 – Casino Royale”, “The Mask of Zorro”, “The Legend of Zorro”, “Edge of Darkness”), que assim mostrava a sua destreza para o bom cinema de acção.
Ray Liotta protagoniza, à frente de um bom elenco, mostrando o que vale como action hero.
John Robbins é um reputado oficial das Forças Armadas.
Depois de ter abatido um seu superior, Robbins é encarcerado em Absolom, uma ilha-prisão de onde não há fuga possível.
Robbins vai procurar uma saída. Mas antes vai ter de escolher a qual das duas facções em conflito quer pertencer.
Mais do que uma prisão, Absolom é um cenário selvagem cuja sobrevivência só apela a uma lei básica da Natureza – e do mais forte.
Estamos perante um muito entretido, dinâmico e espectacular filme, que funciona como um cocktail de “John Carpenter`s ´Escape from New York`”, “Mad Max”, “Fortress”, com toques de aventura medieval, ideias de “Robinson Crusoe” e pequenos laivos de survival movie.
Realização em moldes clássicos (algo que Campbell nos habituou), fazendo bom aproveitamento da paisagem (uma belíssima ilha na Austrália), retomando um tipo de acção mais primária e pela lógica what you see is what you get (os cenários são à escala real e são um notável trabalho de cenografia, não há humanos computadorizados, havendo recurso a imensos extras para as cenas de acção).
Bom trabalho do elenco, compondo personagens credíveis e susceptíveis da nossa empatia (Lance Henriksen, líder da comunidade; Jack Shepherd, o engenhocas) ou hostilidade (Stuart Wilson, líder dos maus; Michael Lerner, o carcereiro).
Ray Liotta dá a sua habitual intensidade (quase psicótica) e revela-se um muito credível action hero (ele deveria ter feito mais coisas destas).
Para além do bom elenco, há também a presença de gente ilustre em categorias técnicas, onde se regista um trabalho muito competente de todos – música de Graeme Revell (“Pitch Black”, “Sin City”), fotografia de Phil Meheux (“Highlander 2” e um habitual de Campbell – “The Mask of Zorro”, “007 – Casino Royale”, “Edge of Darkness”), montagem de Terry Rawlings (“Alien”, “Blade Runner”, “Legend”, “Chariots of Fire”), cenografia de Allan Cameron (“1984”, “Highlander”, “Showgirls”, “Starship Trooper”, “The Mummy”).
Muito bom entretenimento, à maneira da clássica Série B.
Recomendável.
“Escape from Absolom” está no mercado português e a bom preço.
Realizador: Martin Campbell
Argumentistas: Michael Gaylin, Joel Gross, segundo um livro de Richard Herley
Elenco: Ray Liotta, Lance Henriksen, Stuart Wilson, Kevin Dillon, Kevin J. O’Connor, Don Henderson, Ian McNeice, Jack Shepherd, Michael Lerner, Ernie Hudson
Orçamento – 20 milhões de Dólares
Bilheteira – 15 milhões de Dólares
Trailer
Esteve nomeado para “Melhor Filme de Ficção Científica”, pela Academia de Filmes de Ficção Científica, Fantasia e Terror 1995. Perdeu para “Stargate”.
O argumento tem muitas semelhanças com o curto conto de Robert A. Heinlein (“Starship Troopers”, que já deu origem a um excelente filme), “Coventry”.