Título original – X-Men: Days of Future Past
Continuação da nova saga dedicada aos mutantes, sobre os seus early days.
Marca o (bem-vindo) regresso de Bryan Singer à saga (na cadeira de realizador).
Bonus festivo para os fãs – um incrível elenco que junta os actores desta nova saga com alguns da primeira.
Futuro. Os mutantes estão a ser exterminados pelas Sentinelas. O Professor X e Magneto estão juntos, num acto final de amizade e esforço conjunto, mas já tardio. Perante o desespero, o Professor X lembra-se de uma jogada hábil, mas arriscada – enviar Wolverine ao passado, para que ele evite os eventos futuros, juntando as duas facções dos mutantes.
Wolverine chega aos 70s, consegue reunir Charles e Erik, na companhia de alguns dos mutantes. Mas rapidamente voltam e surgir tensões e cada um procura resolver o problema à sua maneira.
E nestes twists & turns do tempo, tal “campanha” pode causar um futuro ainda mais devastador.
“X-Men: First Class” é uma verdadeira referência em matéria de entretenimento, blockbuster e superhero movie (em ambiente de grupo). Afirma-se como o melhor X-Men movie até então, com muitos méritos na realização de Matthew Vaughn (faz do filme um verdadeiro spy thriller à 60s e à 007, protagonizado por super-heróis), no elaborado argumento e no impecável cast.
Esta sequela traz muitas novidades susceptíveis das maiores expectativas. Bryan Singer regressa à saga, na realização (assinou “X-Men” e “X-Men 2”, tendo produzido os restantes), o argumento joga com as viagens no tempo e as mudanças de eventos entre passado e futuro, com um elenco onde figuram nomes do filme anterior e traz alguns da saga anterior.
Resultado?
Confirmam-se o hype e as expectativas.
É um fantástico filme, um espectacular blockbuster, um magnífico X-Men movie (ao nível do anterior) e um dos melhores superhero movies de sempre.
Singer faz um filme híbrido.
No futuro, volta a trazer o ambiente sci-fi super-heróica que vem da saga anterior.
No presente (ou passado) mantém-se em sintonia com o filme anterior – thriller de época (os 70s), sentindo-se muito bem a era onde se passa, retomando, aqui e ali, um certo espírito desse género (algo de conspiracy thriller) conforme se fazia nesse tempo.
Os efeitos visuais são de primeira e Singer sabe usá-los para contar a história, mas não faz deles a história, criando momentos e sequências incríveis que nos deixam sempre no pasmo (a cena na cozinha, o confronto no estádio).
O argumento é excelente, sabendo brincar com os paradigmas da relação espácio-temporal, dando sempre relevo às personagens e à tensão (passada, presente e futura) latente entre eles, nunca esquecendo eventos vistos nos filmes anteriores, jogando habilmente com o conhecimento de um personagem sobre o futuro, gerindo muito bem o suspense sobre o sucesso da aventura e as consequências no tempo. A sucessão de acontecimentos é de tal modo avassaladora, que o espectador nunca tem descanso – seja em suspense, seja nas consequências das acções de cada personagem.
(já agora, aviso que convém, e muito, rever todos os títulos das sagas – a dos “X-Men”, a anterior e a actual; a de “Wolverine” –, pois são muitas as referências a eventos passados relatados nesses filmes)
Os posters não enganam – Mystique e Wolverine são os grandes heróis do filme e é neles que caem as principais decisões e os mais heróicos momentos.
O filme resolve parte do desfecho de “X-Men 3”, volta a abrir questões de “X-Men 2” e “X-Men Origins: Wolverine”, continua e resolve situações de “X-Men: First Class”.
Atenção ao final – há surpresa (o regresso de dois personagens que julgávamos perdidos) e twist (apesar de tantas mudanças de eventos, os heróis acabam por originar novos, que vão abalar os X-Men e Wolverine – por isso haverá mais um título para cada uma das sagas).
O grandioso elenco não está lá para ajudar a vender bilhetes. À semelhança das duas sagas “X-Men”, há um empenhado trabalho de todos os actores.
“Sir” Patrick Stewart e “Sir” Ian McKellen dão a sua habitual solidez clássica. James McAvoy é de um heróico humanismo, face à fúria anti-humana de Michael Fassbender. Hugh Jackman nunca cessa de ser perfeito como Wolverine (a ele pertencem os momentos mais cómicos – ter conhecimento sobre o futuro, ajuda). Peter Dinklage é um odioso vilão.
And then there`s Jenny.
Jennifer in Blue.
Jennifer Lawrence não deixa os seus méritos (e atributos) perdidos e volta a ser arrebatadora como Mystique – sensual, selvagem e frágil.
Um dos melhores filmes de 2014.
Um dos melhores blockbusters do ano.
Um dos melhores superhero movies de sempre.
Um dos melhores X-Men movies de sempre.
(mas o continuo a preferir “X-Men: First Class”; contudo, estou aberto a debate)
Obrigatório.
“X-Men: Days of Future Past” tem edição portuguesa e anda a bom preço.
Nota – há cena extra depois do genérico final.
Bryan Singer fez uma nova montagem para o mercado doméstico.
É o “Rogue Cut” que recupera toda a footage de Rogue. São mais 17 minutos onde se foca a fase em que Rogue tem de ser resgatada e intervir nos eventos.
Funciona?
Sim.
Não sendo um filme tremendamente mais rico ou diferente, pemite o contacto com a mutante e faz dela uma personagem relevante no desfecho dos eventos.
Vale a pena para quem já viu o Theatrical Cut de “X-Men: Days of Future Past”.
Vale a pena para quem vai ver o filme pela primeira vez.
Este cut é inédito no nosso mercado. Existe noutros, a bom preço.
Realizador: Bryan Singer
Argumentistas: Simon Kinberg, Jane Goldman, Matthew Vaughn, segundo o comic criado por Chris Claremont & John Byrne, a partir dos personagens criados por Jack Kirby & Stan Lee
Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Hugh Jackman, Jennifer Lawrence, Patrick Stewart, Ian McKellen, Peter Dinklage, Nicholas Hoult, Evan Peters, Anna Paquin, Ellen Page, Josh Helman, Shawn Ashmore, Omar Sy, Daniel Cudmore, Bingbing Fan, Lucas Till
Trailer
Site – http://www.x-menmovies.com/#!/home
Orçamento – 200 milhões de Dólares
Bilheteira – 233 milhões de Dólares (USA); 747 (mundial)
Mutantes em cena – Professor X, Magneto, Wolverine, Mystique, Beast, Storm, Kitty Pryde, Iceman, Quicksilver, Rogue, Colossus, Blink, Sunspot, Warpath, Havok, Toad.
A importância de “X-Men: Days of Future Past” no Universo X-Men:
- A união das várias facções dos X-Men contra um inimigo comum (no passado/presente e no futuro/presente).
- Um novo conflito ideológico entre Charles e Erik.
- Um novo duelo moral/sentimental para Raven, face a Charles e a Erik.
- A aparição de novos mutantes.
- A criação das Sentinels como destruidores dos mutantes.
- Uma nova reacção da Humanidade face aos Mutantes.
- Wolverine a mudar eventos, mas a criar outros para si.
- A mudança de eventos nos X-Men face aos de “X-Men: The Last Stand”.
A Marvel:
Os X-Men na Marvel:
http://marvel.wikia.com/X-Men_%28Earth-616%29
https://www.marvel.com/teams-and-groups/x-men
https://www.marvel.com/comics/characters/1009726/x-men
https://marvel.fandom.com/wiki/X-Men_(Earth-616)
https://marvel.fandom.com/wiki/X-Men
http://marvel.com/characters/71/x-men
http://marvel.wikia.com/wiki/X-Men_%28Earth-616%29
Os mutantes da(s) saga(s) – http://www.totalfilm.com/features/40-greatest-x-men-characters/spike
Nomeado para “Melhores Efeitos Visuais”, nos Oscars 2015 e BAFTA 2015. Perdeu para “Interstellar”.
“Melhor DVD/Blu-Ray – Special Edition”, nos Saturn 2016.
Nomeado para “Melhor Realizador” e “Melhor Comic-to-Film”, nos Saturn 2015. Bryan Singer perdeu para James Gunn em “Guardians of the Galaxy”, o filme perdeu para “Guardians of the Galaxy”.
“Melhor Sci-Fi/Fantasia”, nos Empire 2015.
“Melhor Cena de Acção” (a cena da cozinha, com Quicksilver), “Cena Mais Memorável” (a cena da cozinha, com Quicksilver), nos Golden Schmoes 2014. Concorreu a “Melhor Filme – Sci-Fi”, mas perdeu para “Guardians of the Galaxy”.
“Melhor Filme Internacional”, nos Jupiter 2015.
“Favorita Action Star” (Jennifer Lawrence), nos Kids’ Choice 2015.
“Melhores Cenas de Luta”, nos Matchflick Flicker 2014.
“Melhor Poster”, pela Online Film & Television Association 2015.
“Mérito Especial” (pela cena na cozinha), pelos críticos de St. Louis 2014.
“Melhor Actriz – Sci-fi/Fantasia” (Jennifer Lawrence), nos Teen Choice 2014.
“Melhor Fotografia Virtual”, pela Visual Effects Society 2015.
Matthew Vaughn (realizador de “X-Men: First Class”) ia ser o realizador. Ia fazer deste novo filme uma sequela directa. Iria começar com o assassinato de John Kennedy, com as balas a serem controladas por Magneto. O filme seria à volta das movimentações dos mutantes em paralelo com os movimentos pelos Civil Rights e durante o conflito no Vietname.
Vaughn optou por realizar “Kingsman: The Secret Service” (2014), também oriundo de um comic.
Bryan Singer (produtor do filme anterior, realizador dos dois primeiros filmes da saga original e produtor do terceiro) decide avançar como realizador.
Singer só aceitaria o filme se tivesse a certeza das participações de Sir Patrick Stewart, Sir Ian McKellen e Hugh Jackman.
Stewart e McKellen estavam em tour da peça “Waiting for Godot” quando Singer os convidou para regressarem à saga. Ambos ficaram deliciados com a ideia de regressarem à saga e contracenarem com os novos actores.
Singer é fã de Peter Dinklage e logo o chamou para ser o vilão neste filme.
Os autores escolheram o comic “Days of Future Past” pois este iria permitir a esta saga inicial fazer alinhamento com eventos da saga original. Por outro lado, permitia juntar actores das duas sagas.
Dado que o argumento visa viagens no tempo e mudança de eventos, tal resolve algumas discrepâncias entre esta nova saga e a anterior.
O comic tem o presente (ou futuro) passado em 2013. O filme altera tal para 2023.
No comic é Kitty Pryde que viaja no tempo. Simon Kinberg (o argumentista) preferiu que fosse Wolverine, pois este nunca apresenta sinais de envelhecimento e teria sempre o mesmo aspecto nos dois tempos em que a narrativa se desenvolve.
No comic, outros super-heróis são atacados e mortos pelas Sentinels – Spider-Man, Ghost Rider, Daredevil, Iron Man, Hulk, The Fantastic Four. Por razões de direitos cinematográficos, só o X-Men podiam ser mencionados.
Quicksilver surge neste episódio de “X-Men” e em “Avengers: Age of Ultron”. Por questões de direitos, em nenhum dos filmes se poderia mencionar a relação do mutante com os heróis do filme “rival”. Quicksilver tem o rosto de Evan Peters em “X-Men” e Aaron Taylor-Johnson em “Avengers”.
Singer manteve alguns elementos narrativos delineados por Vaughn.
Singer pediu ajuda a James Cameron sobre questões à volta de viagens no tempo. Cameron assinou dois filmes que jogam com os paradoxos do tempo (“The Terminator” e “Terminator 2”).
Quarto X-Men movie baseado num comic de Chris Claremont – “X-Men 2”/“God Loves, Man Kills”, “X-Men 3”/“The Dark Phoenix Saga”, “The Wolverine”/idem.
Claremont, o autor do comic em que se baseia o filme, foi chamado como consultor.
Kinberg teve como inspiração fimes como “The Time Machine” (1960), “The Terminator” (1984), “Back to the Future” (1985), “Men in Black 3” (2012) e “Looper” (2012) – todos sobre viagens no tempo.
Angel, Azazel, Riptide e Emma iam regressar, mas os argumentistas decidiram alinhar com o comic que os indica como mortos pelas Sentinels.
Jason Flemyng ia regressar como Azazel, na fase de produção que ainda envolvia Vaughn. Com a chegada de Singer, o mutante foi retirado.
Kelsey Grammer ia regressar como Beast do futuro, mas estava ocupado com outro filme.
O filme ignora alguns aspectos narrativos de “The Wolverine” (2013) (as garras), “X-Men: The Last Stand” (2006) (o destino do Professor X; os poderes de Magneto e Rogue). Mas como “X-Men: Days of Future Past” lida com a mudança de eventos, algumas discrepâncias são resolvidas.
Working title – “Hello Kitty”. Kitty Pryde (Ellen Page) é um elemento dos X-Men.
Uma das Sentinels foi construída na realidade, com 5 metros de altura e toda equipada a nível electrónico.
É o primeiro filme da saga filmado com câmaras digitais 3-D.
É o segundo filme mais caro da 20th Century Fox, depois de “Avatar”.
Sir Patrick Stewart gostou do trabalho de James McAvoy em ”X-Men: First Class” (2011) e desejou criar o seu Professor X dentro do mesmo tom. Num momento de “X-Men: Days of Future Past”, Stewart cria um Professor X mais sorridente e jovial, na onda do criado por McAvoy.
A primeira cena que McAvoy filmou foi a que o coloca frente-a-frente com Stewart.
Jennifer Lawrence usou um fato próprio. Em “X-Men: First Class” usou um tipo de prosthetics que a deixava desconfortável.
Halle Berry viu o seu screen time diminuído devido à sua avançada gravidez.
Anna Paquin tem um screen time de 3 segundos e 0 lines. A sua presença ia ser maior, mas teve de ser retirada por questões de ritmo. Singer devolveu a sua footage no “The Rogue Cut” do filme.
As cenas com Quicksilver foram filmadas a uma velocidade de 3.600 frames/second. Assim se criou a ilusão de rapidez por parte do mutante – um truque óptico simples e engenhoso.
Um cut inicial mostrava cenas que indicavam um romance entre Storm e Wolverine, no futuro. As cenas foram retiradas por questões de ritmo.
Numa final inicial, Raven seguia com Charles e o futuro iria mostrá-la a dar aulas de Biologia na escola do Professor X. Os autores preferiram dar um rumo mais ambíguo a Raven.
O “Rogue Cut” restaura um momento do final onde Mystique regressa à escola.
Atenção a cameos de personagens que participaram na saga anterior.
Os cameos de Cyclops (James Marsden) e Jean Grey (Famke Janssen) foram secretismo total.
Cameo de Bryan Singer – quando Mystique salta do efifício, Singer é o fotógrafo.
Cameo de Newton Thomas Sigel (o director of photography; tem essa função em quase todos os filmes de Bryan Singer) – o look de Mystique quando foge de Paris.
Cameo de Len Wein (prestigiado autor de comics, que também andou pelos X-Men e criou Wolverine) – um dos congressistas, na sala de Trask.
Cameo de Chris Claremont (prestigiado autor de comics, que também andou pelos X-Men e criou o comic que inspira o filme) – um dos congressistas, na sala de Trask.
Stan Lee ia fazer o seu habitual cameo, mas estava ocupado na Fan Expo Canada, em Toronto.
O filme junta imensos actores nomeados e premiados com diversos prémios de Cinema – Halle Berry, Jennifer Lawrence, Ellen Page, Anna Paquin, Hugh Jackman, Michael Fassbender, James McAvoy, Sir Ian McKellen, Sir Patrick Stewart, Peter Dinklage.
John Byrne, autor dos desenhos do comic, não gostou do filme nem dos anteriores.
É o primeiro X-Men movie nomeado para os Oscars.