Kevin Costner foi uma grande estrela do final dos 80`s até meio dos 90`s.
Herdeiro de um modelo clássico do All American Guy (na linha de James Stewart, Henry Fonda e Gary Cooper – com quem foi comparado), Costner manteve-se fiel a um estilo de interpretação e cinema em sintonia com os clássicos.
Por diversas razões (quanto mais não seja porque em Hollywood a moda passa de… moda, o que faz que o estrelato nunca seja eterno) Costner começou a ser posto de lado e até hostilizado (a forma, injusta, como ele foi “bombo de festa” com o seu excelente trabalho – como actor e realizador – no belo “The Postman” – recomendo a (re)descoberta).
Felizmente, Costner está a receber um novo fôlego na sua carreira, com títulos de maior visibilidade – “Man of Steel” e recentemente com “Jack Ryan: Shadow Recruit”.
Neste novo filme, Costner submete-se (e muito bem) ao Action Touch de Luc Besson (um grande senhor, que tem o dom de conseguir criar grandes action heros e heroins, nos actores mais inesperados).
Ethan Renner procura fugir à sua vida de operacional da CIA e dedicar-se à filha e esposa, das quais sempre se manteve distante. O facto de lhe ter sido diagnosticado um cancro terminal também o incentiva a isso. Mas a estadia em Paris pouco terá de sentimental. Ethan é abordado por uma misteriosa mulher, que lhe propõe um pacto – ela arranja-lhe uma droga experimental que o pode curar, ele faz um último trabalhinho. Mas tal coincide com os 3 dias em que Ethan se comprometeu a cuidar da filha. E tal revela-se mais complicado que fazer umas “limpezas”.
Tal como todos os títulos da Besson Factory, eis um título rápido e entretido, concebido com profissionalismo, eficácia e sentido de entretenimento.
É certo que o tom é menos trepidante que o trailer promete (logo, também menos que “Taken” – que continua a ser uma referência de economia narrativa e técnica, ritmo e tensão), sendo até mais um cómico drama familiar (o humor surge da forma mais desconcertante e a emergência paternal no momentos mais actioners) disfarçado de action thriller. Mas tal não é um defeito, mas sim uma muito curiosa virtude.
A verdade é que importa e cativa menos a trama das “secretas” (a momentos bastante ilógico na forma como liga eventos) do que o drama de um pai (por acaso, um operacional do mundo dos serviços secretos) em busca de tempo e oportunidade de corrigir os erros do passado e passar o melhor do tempo (que lhe resta) com aqueles que ama.
É precisamente esta “Narrativa 2” que ganha protagonismo, com a adequada componente sentimental e humana.
Kevin (a mostrar, mais uma vez, que os actores de índole clássico são como o vinho – quanto mais velho, melhor) revela-se um excelente action hero (é curioso, nos 80s Kevin não funcionaria muito bem neste registo), quase ao nível de Liam Neeson (bem os podiam juntar em “Taken 3”).
Hailee Steinfeld continua a provar porque é um dos mais belos talentos da nova geração de actrizes.
Connie Nielsen mostra que é uma beleza e talento que o Cinema não deve ignorar.
Apesar do body count ser todo da responsabilidade de Kevin, quem é mesmo fatale é uma intensamente ardente Amber Heard (uma beleza e uma pose que relembra as grandes divas dos 40s – ela fica bem a cores e a P&B), seja pelo penteado, pelos vestidos, pelos lábios (hot red) e pela atitude.
McG dirige com a sua habitual eficácia – entretenimento rápido e elegante.
Um bom actioner.
Agora venha “Taken 3”. E mais actioners com Kevin.
Site – http://3daystokill.tumblr.com
O filme é um (fantástico) veículo promocional à Peugeot:
Desde o estonteante RCZ, ao ágil 208 GTi (vejam-no a levar a melhor face a um Audi A8), sem esquecer o familiar 3008.