Uma adaptação da famosa (e excelente) peça do grande Oscar Wilde, assinada pelo prestigiado Otto Preminger.
Actualidade (1949). O já idoso Lord Robert Darlington vê-se perseguido por uma estranha mulher, que afirma conhecê-lo desde os tempos de jovem. A dita senhora precisa da ajuda do Lord para recuperar um leque que anda em leilão e que a senhora pretende reclamá-lo como de sua pertença. Muitas memórias vão surgir, de tempos conturbados em assuntos do coração.
A peça da Wilde sofre umas pequenas variantes (a narrativa salta entre o presente e o passado), perde alguns dos seus acutilantes e espirituosos diálogos (ainda que o personagem de George Sanders fique com as melhores “saídas”) e a narrativa parece um reencontro de “amigos”. A obra de Wilde é algo mais rica, focando os hábitos e moral da época, com Wilde a usar o seu texto e personagens para analisar, parodiar e criticar os comportamentos da alta sociedade. Mas apesar de “modernizado”, o argumento sabe preservar a essência, o tom e a “moral” da obra de Wilde.
Graças à excelência do seu cast (Jeanne Crain, Madeleine Carroll, George Sanders, Richard Greene), da fotografia, da cenografia, do guarda-roupa e dos diálogos, Preminger dá uma verdadeira lição de elegância, charme, estilo, humor, ironia e rigor em Cinema.
Alguns clips:
(onde brilha a escrita venenosa de Wilde)
http://www.tcm.com/mediaroom/video/663554/Fan-The-Movie-Clip-Everything-Except-Temptation.html
Não substitui a leitura da magnífica peça de Wilde, mas “The Fan” é uma excelente peça de Cinema.
O argumento tem a participação da prestigiada escritora Dorothy Parker.
Foi o último filme de Madeleine Carroll. Faria depois um par de trabalhos em televisão.
Jeanne Crain substituiu Gene Tierney (que já tinha trabalhado com Preminger em “Laura” e voltaria a fazê-lo em “Where The Sidewalk Ends”).
Sobre Oscar Wilde – http://www.cmgww.com/historic/wilde/