“Homem Morto” é um filme de 1995, da autoria de Jim Jarmusch com Johnny Depp, Gary Farmer e Crispin Glover nos principais papeis. Conta ainda no elenco com John Hurt, Robert Mitchum (uma das suas últimas aparições no grande ecrã), Gabriel Byrne, Billy Bob Thorton e um improvável Iggy Pop.
A Banda Sonora Original foi composta e interpretada por Neil Young. E a exemplo do post que escrevi anteriormente, aconselho a leitura deste, ouvindo um dos temas da banda sonora:
Esta foi a 6ª longa metragem que Jim Jarmusch realizou e esteve nomeada para a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Neste filme, Johnny Depp tem uma das suas mais bem conseguidas interpretações.
O filme conta a história de William Blake, contabilista de profissão que, após a morte dos progenitores , decide embarcar numa aventura para o oeste, encontrando emprego numa empresa metalúrgica. Depois de envolver-se com uma mulher é acusado da morte desta e do noivo. Em fuga e, com uma bala alojada no peito, encontra o índio Nobody e com este embarca numa aventura cheia de misticismo e ironia.
O filme está carregado de referências. Desde logo a William Blake, não o personagem, mas o poeta e pintor inglês, com o qual Nobody teima em confundir o personagem de Johnny Depp. Aliás, muitas das deixas dele são referências a poemas de William Blake:
“Every night and every morn
Some to misery are born
Every morn and every night
Some are born to sweet delight
Some are born to endless night”
(Excerto do poema “Auguries of Innocence”)
Outras, é o próprio personagem William Blake que cita o poeta, com palavras do poema anterior. Nesta, Jim Jarmusch aproveita para homenagear os Doors (este verso faz também parte da música “End of the night”) e Lee Marvin (os dois personagens abatidos pelo personagem de Johnny Depp são Lee e Marvin):
É um filme bonito e mágico que merece ser revisitado sempre que se possa. E com a música de Neil Young a acompanhar.
Ignatius Bk