William Friedkin

William Friedkin - 2

William Friedkin surgiu nos anos 70, vindo da televisão e de documentários e fez parte de uma geração de realizadores denominados como “Movie Brats” (onde figuram também Steven Spielberg, George Lucas, Francis Ford Coppola, Peter Bogdanovich, John Carpenter, Brian de Palma e Martin Scorsese).

A sua filmografia é larga, diversa (em géneros e qualidade) e a actividade de Friedkin andou também pelos palcos (teatro e ópera) e até pelos videoclips (assinou o controverso video de Laura Branigan “Self Control”, que, nos USA foi severamente censurado).

Alguns títulos merecem grande destaque.

The French Connection - Poster 1

Em 1971 tornou-se um dos mais jovens realizadores premiados pela Academia com o fabuloso e referencial (dentro do género do policial urbano) “The French Connection” (que ganharia cinco Óscars, quatro deles bem importantes – Filme, Actor, Realizador e Argumento). O filme originou uma sequela (sem intervenção de Friedkin; é assinado por John Frankenheimer e é igualmente recomendável) e tornar-se-ia famoso por uma das mais emblemáticas e espectaculares perseguições automobilísticas do Cinema (um tipo de sequência onde Friedkin mostraria mestria).

Friedkin elabora um realista policial (tem um estilo quase documental), onde a diferença entre agente da lei e fora-da-lei está no crachá.

Excelente trabalho dos actores – Gene Hackman, Roy Scheider e Fernando Rey.

Trailer – http://www.youtube.com/watch?v=nP_7ZopT6oM

The Exorcist - Poster 1

Em 1973, seguiu-se o celebérrimo “The Exorcist”. Gigantesco sucesso nas bilheteiras, ainda hoje considerado por muitos como o filme mais assustador de sempre e foi há vários anos restaurado num Director`s Cut.

Tendo como pano de fundo uma possessão demoníaca numa criança, Friedkin faz um ensaio sobre o medo e a fé.

Como se tornaria “moda” nos seus filmes, mais um excelente trabalho dos actores – Max Von Sydow, Ellen Burstyn e a jovem Linda Blair.

Alguém se lembra que foi aqui que ouvimos o tema clássico de Mike Oldfield, “Tubular Bells”?

Ora ouçam-no – http://www.youtube.com/watch?v=gP9bCkmykAs

Trailer – http://www.youtube.com/watch?v=YDGw1MTEe9k

Com tanta aclamação e sucesso, Friedkin era um novo boy wonder.

Mas depois, nem tudo correu bem. Alimentado pelo seu ego e rigor, Friedkin mete-se na maior envergadura da sua carreira e no seu maior descarrilamento.

Sorcerer - Poster 1

Surgido em 1977, “Sorcerer” é um remake de “Le Salaire de la Peur” (um clássico de Henri-Georges Clouzot altamente recomendável) que Friedkin quer filmar on location (América do Sul, Europa, USA, Israel). Logística louca, filmagens longas, imenso orçamento.

Resultado? Espetanço total nas bilheteiras e na crítica.

Justo? Não. Friedkin faz um remake à altura, pleno de tensão, usando a paisagem como personagem (adverso), com boas sequências e uma excelente parábola sobre o medo e as suas consequências em parcerias humanas, sob a máscara de uma odisseia de e à coragem.

A merecer uma (re)descoberta urgente.

Para a eficácia das emoções transmitidas muito ajuda a (prodigiosa) banda sonora dos Tangerine Dream (grupo de electro-pop muito em voga na época).

Reencontro com Roy Scheider, numa óptima performance.

Pode muito bem ser a obra máxima de Friedkin.

Trailer – http://www.youtube.com/watch?v=UMof5PuQF7w

William Friedkin sobre o filme – http://www.youtube.com/watch?v=Cl-So0Kqbkk

A banda sonora dos Tangerine Dream –

http://www.youtube.com/watch?v=Jg3L56kOe6s

Cruising - Poster 1

Cruising” surge em 1980 e é uma dura e violenta incursão no submundo do crime e da homossexualidade, que na altura não teve o devido reconhecimento.

A investigação de um jovem agente da polícia de Nova Iorque a uma série de brutais assassinatos a gays, permite a Friedkin ilustrar esse mundo e suscitar o fascínio no protagonista.

Final ambíguo sobre a identidade do assassino e a (nova?) condição sexual do protagonista.

E começa-se a falar de “homofobia” no cinema de Friedkin.

Al Pacino é absolutamente brilhante, ao lado de uma promissora Karen Allen (1 ano antes de ser a Indy Girl de “Raiders of the Lost Ark”).

Trailer – http://www.youtube.com/watch?v=0x3infcAtfs

To Live and Die in L.A. - Poster 1

To Live and Die in L.A.” dispara em 1985 (e revela William L. Petersen – o Gil Grisson de “C.S.I.: Las Vegas” – num energético trabalho). É um dos mais brutais e implacáveis filmes (a visualização da violência, a “reviravolta” dada ao protagonista) de sempre, retrato cru do crime e do seu combate nas grandes cidades, mostra também o quanto ténue é a linha de separação entre fora-da-lei e homem da lei. Conta com outra emblemática e espectacular perseguição automobilística. Conseguiu algum destaque por parte de público e crítica, mas tal como o “Cruising” foi alvo de acusações de “homofobia” por parte de alguns grupos (minoritários).

Friedkin não filma a luta entre “bom” e “mau” a “preto & branco” – o agente é um viciado em adrenalina e vê o seu trabalho como fonte de tal, sendo tão implacável como o seu inimigo, nunca se preocupando com o cumprimento da lei; o falsificador é também artista plástico e vê a sua obra criminosa como arte.

Muito se falou em rip-off da estética de “Miami Vice”. Michael Mann (criador da influente estética dessa série) bem se bateu em tribunal com Friedkin, mas perdeu.

Como já tinha acontecido em “Sorcerer”, a (fantástica) banda sonora dá uma (grande) ajuda. É da autoria de Wang Chung.

Em conjunto com “Sorcerer”, pode também ser a obra máxima de Friedkin.

Trailer – http://www.youtube.com/watch?v=zGBe8mltpkA

Filme (em HD 720p) –

http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=G3WZtB55HAc

Momentos da banda sonora de Wang Chung

http://www.youtube.com/watch?v=bf4x36XKhsM

http://www.youtube.com/watch?v=esLmTJLEwss

http://www.youtube.com/watch?v=1YQWs0–CwY

http://www.youtube.com/watch?v=p8s42fbKjtM

Pelo meio, Friedkin andou perdido em projectos indignos do seu talento – “The Brink`s Job”, “Deal of the Century”, “Blue Chips”.

Passou pela televisão, onde assinou uma curiosa série de telefilmes chamada “C.A.T. Squad”, sobre um grupo anti-terrorista.

Rampage - Poster 1

Regressa com alguma força, em 1987, com “Rampage” (um título muito mal distribuído, nos USA e na Europa) focando a violência nas grandes cidades, os psycho-killers e os jogos do sistema jurídico americano.

Um trabalho muito, mas muito interessante.

Trailer – http://www.youtube.com/watch?v=zQvzcLwYhGY

The Guardian - Poster 1

Boa forma também em “The Guardian”, em 1990, que marca o seu regresso ao terror. Desta vez, o medo surge através de uma ama que se alimenta de bebés. Bem filmado e frequentemente assustador, tem em Jenny Seagrove (bela e temerosa) o seu trunfo.

Mas já se notava um Friedkin complacente com os grandes estúdios.

Trailer – http://www.youtube.com/watch?v=oEs4oE-XHFg

Filme – http://www.youtube.com/watch?v=MPk2005bKC8

Jade - Poster 1

Em 1995, “Jade” apanha a euforia da indústria à volta dos thillers eróticos causada pelo impacto de “Basic Instinct”. Mas é um flop de público e recebe desprezo da crítica. Visto hoje, o filme resulta como um agradável entretenimento ajudado pelo carisma (David Caruso – pré “C.S.I.: Miami” – e Chazz Palminteri) e sensualidade (Linda Fiorentino e Angie Everhart) dos protagonistas e um par de perseguições automobilísticas muito eficazes.

Trailer – http://www.youtube.com/watch?v=m4e9zIOcbHg

Rules of the Engagement - Poster 1

Rules of Engagement” é de 2000 e volta a vê-lo algo “adormecido” e em sintonia com o sistema, numa história sobre meandros dos serviços militares e o seus tribunais.

Menos mal que andam por lá Tommy Lee Jones e Samuel L. Jackson que impedem a monotonia.

Trailer – http://www.youtube.com/watch?v=usKVcBTxkfk

The Hunted - Poster 1

The Hunted” é de 2003 e pega em temas e ideias já vistos (o agente treinado pela secretas, à solta e selvagem, com a captura a ser entregue ao seu ex-mentor), mas o trabalho de Friedkin (com a ajuda dos actores – muito bons Tommy Lee Jones e Benicio del Toro) até o elevam (um pouco) acima da média.

O seu regresso em grande é em 2007 com “Bug”.

Bug - Poster 3

Inspirado numa peça teatral, o filme é um intenso thriller, um ensaio sobre o medo e a paranóia que assola a sociedade pós 9/11.

Ambiente claustrofóbico, opressivo e de forte violência psicológica, que não é para todos os públicos.

É também (mais uma) oportunidade de nos deleitarmos com essa menina bonita e excelente actriz (embora algo menosprezada pela indústria, que se limita a explorar os seus dotes físicos – que são muitos, é um facto, mas também os artísticos o são) que é Ashley Judd, numa intensa interpretação. E muito bem acompanhada por um inquietante Michael Shannon, que se tem revelado um dos grandes actores do cinema independente americano actual (e vamos vê-lo como inimigo de Superman, este Verão, em “Man of Steel”).

Friedkin é um realizador com uma filmografia irregular (quem não a tem?), mas que merece ser (re)desoberta, e que em momento algum mereceu o desprezo que algum público, alguma crítica e indústria lhe deu.

William Friedkin - 1

Sobre Friedkin:

http://www.brightlightsfilm.com/24/friedkin.html

http://blogs.indiewire.com/theplaylist/the-essentials-the-5-best-william-friedkin-films-20120730?page=2#blogPostHeaderPanel

O referido vídeo de Laura Branigan “Self Control” assinado por Friedkin.

(e em HD 720p)

http://www.youtube.com/watch?v=94lMbTKWhTo

Como disse, Friedkin é um especialista em perseguições automobilísticas.

Eis as que ele filmou.

A de “The French Connection” – http://www.boreme.com/posting.php?id=12572

Considerações de Friedkin sobre a dita

http://www.youtube.com/watch?v=YoPI0MRAVB4

http://www.youtube.com/watch?v=E1TD8WLGETQ

A de “To Live and Die in L.A.” – http://www.youtube.com/watch?v=Z-qE2Wdu0fk

“Jade” tem duas sequências automóveis

A primeira – http://www.youtube.com/watch?v=cJti4-26uFE

A segunda – http://www.youtube.com/watch?v=TtNDyQ72PrI

Alex Aranda

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