Otro Verano

Otro Verano - Poster 1

O cinema espanhol regressa ao Fantas, o que suscita sempre boas expectativas, com um título de grande minimalismo narrativo (apenas 3 personagens), geográfico (passado numa casa) e financeiro (custou 40 mil Euros), de grande intimidade emocional. 

Cano regressa à sua casa de férias para se curar (ou reconciliar?) com um amor perdido.

Algures entre o drama sobre a ruptura sentimental e o mistério psicológico (o que verdadeiramente apoquenta o protagonista está na sua mente, na forma como ele bloqueia a sua memória e as suas emoções, cujos detalhes só conheceremos no final), o filme nunca decide o tom adequado para cada um dos géneros.

O permanente saltar entre passado e presente, sonho, memória e realidade, faz com que o filme esteja frequentemente a “marcar passo” e até causa algum tédio no espectador que nunca mais vê a narrativa a avançar.

Elogia-se o empenho do realizador (obra de estreia e Jorge Arenillas) perante tão poucos meios (ele esteve na sala e também se queixou da falta de apoios do Estado Espanhol ao cinema nacional) e a forma como gere o espaço que tem ao seu dispor (uma bonita villa em Boadilla del Monte, arredores de Madrid), bem como a naturalidade dos actores, mas sente-se que se passou ao lado de um filme superior.

Fica um filme (demasiado) simples sobre a culpa, a aceitação e a redenção.

Sobra o encanto, a inocência e a beleza angelical de Verónica Perona, mas é pouco (e a culpa, naturalmente, não é dela).

Era Verano, mas o frio e a chuva no exterior do Rivoli devem ter arrefecido o ardor das emoções do filme.

Fica para um otro Verano.

Site – http://otroverano.com/

Trailer – 

Alex Aranda

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